A atriz Julia Roberts e a cantora Madonna: peludas

Foi só durante 48 horas, mas meus três perfis no Facebook explodiram com comentários disparados a partir do meu pedido para que meus amigos e amigas  expressassem opinião a respeito do “suvaco cabeludo em mulheres”. Adorei! Muito obrigada!

O resultado foram muitas curtidas, seguidas de emoticons risadinha, quase  a mesma quantidade de emoticons Ohhh! Um choro, uma raivinha e um coração. E muitas respostas legais.

Antes de mostrar alguns dos depoimentos, algumas considerações a respeito... Vamos falar da nossa banda do mundo, que conhecemos mais. Aqui, em boa parte do Ocidente, em especial nas Américas, a ausência de pelos no corpo da mulher é associada ao conceito de feminilidade.

Vamos combinar que mesmo as preferências individuais são fortemente influenciadas pela cultura em que estamos imersos, mas como hoje vivemos um momento de revolução em muitos campos e os modelos tradicionais não satisfazem mais, há uma luta forte pela ideia de que cada um deve viver como quiser.

Muitas mulheres que têm deixado crescer os pelos do sovaco (a grafia certa é com "o", mas quis suvacar um pouco antes de corrigir) o fazem para combater modelos tradicionais, como um gesto de libertação. Madonna já apareceu com sovaco cabeludo declarando “que não tá nem aí” e até tá rolando a moda de pelos no sovaco coloridos de azul, rosa, roxo, como os da cabeça, com direito a movimento on-line bazucado da Inglaterra para o mundo.

Feio, bonito, chocante, libertário, higiênico, anti-higiênico, sexy, corta-tesão... Vamos aos comentários no face.

Suzana Batista - Eu acho de boa quem usa. Mas para mim não rola. Muito calor e me deixaria desconfortável demais. Inclusive acho essas meninas super decididas com suas escolhas e os olhares de desaprovação não as incomodam.

Caio Issa - Eu acho estranho, mas como o sovaco não é meu, não tenho nada a ver com isso. Cada uma fique como se sente bem! E respeitarei!

Ricardo Estrellado e Paulinho Caldas - Horrível!

Paloma Silva - Na minha opinião ninguém tem que achar nada a respeito de escolhas pessoais alheias que não afetam terceiros. Depilar ou não é uma decisão pessoal que não cabe julgamentos.

Yasmim Barreto - Quem quer depilar, depila. Quem não quer, não depila e assim segue o baile. Só não deve justificar que é falta de higiene, porque se os pelos nascem em nossos corpos é porque devem estar ali. Além disso, por que em homens é OK e em mulheres deve ser questionado?

Ma Cha Do - Sendo homem, minha opinião só pode ser: não é da minha conta, cuido apenas do meu suovaco!

Carolina Su - Acho corajoso a mulher que se desprendeu da estética imposta a nós. Afinal, se todo corpo humano possui pelos, por que somente os pelos nos homens é aceito? Não gosto das críticas que fazem às mulheres que adotam essa opção de ser peluda. Porém, eu nunca adotaria por uma questão minha mesmo. Sou calorenta demais e imagino que os pelos nas axilas iriam me deixar muito agoniada. 

Giancarlo Salvagni - Babaquice!!! Polêmica empoderada! Sou homem e raspo.

Cesar Rezak - Politicamente correto.

Magdalena Rocha - Acho que é cultural. A gente aprendeu que por questão de higiene e também estética deve se depilar, porém os pelos tem a função de proteção. É uma questão de escolha pessoal. O importante é se sentir bem.

Soares Lucymar - Nem para homem e nem para mulher. Higiene e estética.

Antonio Angelo de Souza - Não gosto. Posso?

Jose Jesus Barreto - Corta tesão?  Tem mulher que gosta.

Teresa Costalima - Acho que como todo elemento com potencial estético o uso/não uso de pelos apresenta um depoimento. Cada um pode (e deve) dar o depoimento que quiser. Eu prefiro sem.

Mayra Helen de Lacerda - Acho horrível. Prefiro raspado

Jorge Vox – Recuso-me a depilar o sovaco.

Rita Tavarez - Já é cultural. Gosto não, acho feio, passa um aspecto de desleixo, descuido consigo própria e de pouca higiene. Mas, cada um, cada um...

Dóris Abreu - Não gosto mesmo

Sergio Siqueira - Anos70Bahia

Nelson Cerqueira - As francesas, alemãs e outras europeias, em grande parte, adoram os pelos nas axilas. As muçulmanas usam burca, as indianas pinturas de sinais. Cultura é cultura. Acho que como cultura brasileira falta densidade.

Valci Barreto - Com ou sem não vejo problema. Defendo a natureza!

Matheus Spiller - Deixar os pelos das axilas, em alguns casos, é uma questão de combater e denunciar padrões estéticos estabelecidos de maneira unilateral pela cultura machista e patriarcal que permeia nossa criação. É uma questão de expressar a liberdade de ser de maneira natural, sem as amarras e ditames da moda e da cultura. Causa estranhamento em muita gente, sim. Mas é uma questão de liberdade. É quase o mesmo estranhamento que se tem ao ver uma mulher careca ou um homem cabeludo...por mim, cada um e cada uma faz o que bem entender. Liberdade!

Nelson Cerqueira - Parece mais ditame da moda que do machismo. Grandes líderes da moda são mulheres e defendem axilas lisas.

Antonio Patury Patury - Coisa feia demais..

Jane Rocha - Horrível!!!

Priscila Rodrigues - Até uns cinco anos atrás não saía de casa sem raspar as axilas. Em dezembro tirei por causa do calor, mas já está crescendo. Para além da comodidade, há uma mensagem de libertação dos padrões de feminilidade que nos são impostos. Posso, sim, ser mulher, feminina, vaidosa e até hétera maldita (kkkk) sem tirar um pelo do corpo. Funciona bem como repelente de homem otário (rsrs). Quanto à higiene, peluda ou não, é preciso usar o banho.

Solange Souza Lima Moraes - Só ando com o sovaco cabeludo... kkkk 

Silvia Maria Nascimento - Minha opinião é: eca!

Era Lacerda Encarnação - Com a assessoria de Baby Consuelo, o sovaco mais cabeludo do Brasil. Tito Celestino, festeiro que era, promovia umas lavagens no seu apartamento na Marquês de Caravelas e fazia parte desse calendário de festas a lavagem do pé de Luis Caldas, do bigode de Moraes Moreira e do sovaco de Baby Consuelo. Rsss

Larissa Tolentino - Bem feio, nada feminino, mas respeito!

Amelia Prud'homme Doria - Vilge...tá puxado!!!

Karina Cardoso Muricy - Socorro! É muito feio. Quem gosta são algumas europeias. Italianas, francesas.

Marlupe Caldas - Eu não curto, me sinto incomodada com o meu estando peludo, mas quanto ao de outras pessoas, problema nenhum. É uma questão pessoal e de gosto mesmo.

Júlia Costa - Acho que cada um sabe o que é melhor para si e se quer deixar liso ou não a opinião dos outros não importa. Só não concordo com a ideia de que é falta de higiene, porque pelos são naturais e o que determina os hábitos de higiene é a limpeza do corpo, e não a quantidade de pelos. Eu não vejo ninguém chamando Tony Ramos de sujo.

Fatima Dannemann - Nem em homem presta. É porcaria.

Andréa Costa - Mulheres com sovaco cabeludo são sinônimo de liberdade, de querer viver ao natural, de não estar nem aí para os padrões impostos.

Cheyenne O'Reilly - Pode ser natural e, sei lá ... livre. Mas é anti-higiênico em qualquer gênero!

Não é de hoje

O costume de ter ou não ter pelos no corpo é uma coisa que vai e vem de acordo com a época; o lugar e a moda influenciam bastante. Coletei aqui e ali informações que dão conta de que as norte-americanas não depilavam as axilas até 1915. Aí... entraram na moda vestidos sem manga e as revistas especializadas decretaram démodé cabelos no sovaco.

Assim como aconteceu com as axilas, que começaram a ser depiladas mais por uma questão de moda do que por higiene, os pelos das pernas começaram a ser depilados na década de 40 do Século XX, quando as saias e os vestidos encurtaram.

Minha tia Celeste Veiga, que nasceu na década de 30, diz que começou a depilar as axilas e as pernas aos 15 anos. Eu comecei aos 13. Sinto como se tivesse sido um ritual de passagem, da condição de pré-adolescente para adolescente, para mocinha. Acho que foi assim também para a geração de minhas tias e minha mãe, todas mulheres lindas, elegantes e vaidosas.

Mas desde a Antiguidade as mulheres se depilam. Há relatos do Egito Antigo dando conta de que  as mulheres usavam argila, sândalo e mel para retirar pelos da axila. Na Grécia Antiga, foi desenvolvido um instrumento denominado estrigil para extrair pelos. Já na Idade Média se a mulher raspasse os pelos podia ser acusada de heresia ou bruxaria...

Aqui no novo mundo as indígenas removiam pelos pubianos com a espinha do peixe-lixa, contou Pero Vaz de Caminha em um dos seus muitos relatos com impressões sobre o Brasil. Nos anos 60 e 70 do Século XX o Movimento Hippie libertou um monte de coisas, inclusive as axilas cabeludas nas moças.

Charme, charme, charme, sonho de casar

Até este domingo (25/3), no Solar Cunha Guedes, no Corredor da Vitória, acontece o CASAR 2018, sofisticada feira de noivas que tem edições em todo o país.

A empresária Juliana Guimarães participa com a Cymbeline Salvador e expõe quatro vestidos assinadas pelo estilista libanês Lucas Anderi, que se consolidou nacionalmente como um talento da moda bridal, que é de roupas para cerimônias de casamento.

Ele tem um super atelier nos Jardins, em São Paulo e faz cada vestido de sonho...

A CASAR 2018 abre sempre a partir das 14h. 

Foto: Pixabay/Creative Commons

Toda forma de arte vale a pena

Neste domingo, a partir das 17h, na livraria Porto dos Livros, tem Sarau com música, dança, teatro, poesia.

O destaque fica por conta do pocket show de Lêda Chaves e Daniel Dandê, mas toda arte é bem-vinda no Sarau do Porto, que é realizado quinzenalmente.

“O objetivo é incentivar profissionais e amadores a mostrar os seus projetos, assim como conhecer e criar conexões com outros artistas, porque aqui eles têm um lugar para isso e o Palco do Sarau do Porto é onde a arte se encontra”, conta Lucio Urbanetto, um dos gestores da livraria, que fica no Porto da Barra.

Porto dos Livros - Foto: Lucio Urbanetto

Lugar de mulher é no cinema

De segunda-feira 26 de março até 1⁰ de abril acontece em Salvador, no Goethe-Institut Salvador – ICBA (Corredor da Vitória)  e na  Sala Walter da Silveira – Biblioteca Central (Barris), a 2ª Mostra Lugar de Mulher é no Cinema, onde serão exibidos 77 curtas nacionais dirigidos, roteirizados e/ou protagonizados por mulheres e o longa “A Moça do Calendário”, de Helena Ignez, cineasta baiana homenageada nesta edição.

O objetivo é fomentar a visibilidade feminina e discutir temas relevantes como a violência de gênero, a misoginia, a sexualidade e o racismo.

A Mostra é idealizada, dirigida e produzida pelas cineastas Hilda Lopes Pontes, Lilih Curi e Moara Rocha e vai ter premiação no dia primeiro. É isso aí meninas!!!!

Mulheres de cinema - Foto: Juh Almeida

Para conhecer a programação completa, acesse:

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