Os devotos que quiserem presentear a Rainha do Mar poderão levar as oferendas a partir das 7h desta quinta-feira (1º), quando o Caramanchão será aberto, ao lado da Colônia de Pesca Z1, próximo ao Largo de Santana, no Rio Vermelho.
Às 5h da manhã de sexta-feira (2), uma alvorada de fogos de artifício marca a chegada do presente principal – ainda mantido em segredo pela Colônia de Pescadores Z1, responsável pela programação. A procissão para a entrega do presente principal e dos cerca de 600 balaios dos milhares de devotos será às 15h30.
O encerramento da festa religiosa acontece às 18h, mas a parte profana deve terminar lá pelas 22h, quando os equipamentos sonoros começarão a ser desligados. A festa é uma das principais manifestações com origem nas religiões de matriz africana em Salvador. Os festejos têm o apoio da Prefeitura, na programação cultural e na oferta de serviços municipais.
História - De acordo com historiadores, a festa em homenagem a Iemanjá teve início em 1923, quando um grupo de 25 pescadores resolveu oferecer presentes para a mãe das águas. Nesse período, os peixes estavam escassos no mar e, a partir de então, todos os anos os pescadores pedem à orixá fartura e mar tranquilo.
A festa foi tomando grande proporção e, hoje, além das manifestações artísticas como a capoeira e as rodas de samba, também são pontos marcantes a enorme fila para oferta de presentes no caramanchão ao lado da Colônia de Pescadores Z1, o branco das vestes dos adeptos da orixá e as animadas festas pelas ruas do Rio Vermelho.
Uma série de superstições rondam a festa. Se o presente for encontrado na beira da praia é porque a divindade não gostou da oferta, segundo a lenda. Todos os anos é preparado um presente principal pelos pescadores, cujos preparativos são marcados por rituais.
Mais recentemente, são realizadas campanhas de conscientização para que as pessoas adotem presentes sustentáveis, como uma forma também de preservar o meio ambiente, com a adoção de balaio verde, formado por itens biodegradáveis como flores naturais, apenas perfumados, sem o recipiente do perfume.
Confira dicas de presentes biodegradáveis para Iemanjá
Oferecer flores 100% naturais. Em vez de jogar o frasco, perfumar o balaio ou usar fibras e adereços de fibra natural. Essas são algumas dicas da campanha "Balaio Verde", realizada nas redes sociais pela Secretaria da Cidade Sustentável e Inovação (Secis) pelo sexto ano seguido. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância de se preservar as praias e oceanos, sem deixar de manter a tradição de homenagear a Rainha do Mar.
"Uma flor natural ou uma oração, assim como um canto, são presentes que reverenciam a Rainha das Águas e não agridem a natureza. Dessa forma, podemos incentivar as comemorações para Iemanjá de modo mais sustentável, sem perder o encanto da festa", avalia André Fraga, titular da Secis.
No dia 1º fevereiro, a partir das 15h, as atividades começam com a limpeza da Praia da Enseada, onde acontece a festa. Moradores, comerciantes e alguns artistas vão participar da ação recolhendo resíduos sólidos e orientando quem estiver no local, inclusive com dicas de oferendas que causam menor impacto ambiental. A iniciativa é coordenada pela produtora cultural Luzia Moraes, com o apoio da Secis.
