Prefeitura de Barrocas, um buraco negro para Jai!
Virar prefeito em tempo de crise econômica não é fácil. Se falta dinheiro, sobra responsabilidade. Em Barrocas, o novo prefeito do município, José Jailson de Lima Ferreira (Jai de Barrocas) PMDB, faz um balanço dos primeiros 20 dias de mandato e garante que recebeu a prefeitura na mesma situação de outros gestores da região do sisal, cheia de problemas e endividada. Funcionários sem salário e terço de férias, Câmara de Vereadores sem repasse do duodécimo, maquinas e veículos da frota sucateados, caminhão-pipa doado pelo PAC encontrado virado, obras inacabadas, escola destruída, hospital e postos de saúde com problemas estruturais para o funcionamento, débitos junto ao INSS, PASEP, Coelba e Embasa, além de estradas vicinais em péssimas condições de conservação, retrata a herança recebida de seu desafeto, opositor que não conseguiu eleger seu sucessor. Segundo o prefeito Jai, todos os setores da administração pública, foram recebidos em situação critica devido ao endividamento cometido pelo ex-gestor.
Novo modelo de gestão
Jai de Barrocas disse que está implantando um novo modelo de gestão. Uma gestão ordenada, com eficácia, transparência e progresso que a cidade tanto necessita e que sua primeira ação como gestor, foi recuperar a frota de carros e maquinas pesadas que estavam abandonadas por falta de pneus, baterias e motores batidos e retira cerca de 80 caçambas de lixo e entulho das ruas. Na área de saúde, esta adquirindo novas camas, macas, aparelhos de ultrassom, entre outros equipamentos para que o hospital e as unidades de saúde voltem a funcionar normalmente. Nesses 20 dias de governo, foram contratados médicos, enfermeira, auxiliar de enfermagem e dentista; reaberto o CAPS com todos profissionais e autorizado o concerto de quatro ambulâncias encontradas em más condições de uso e conservação. Um absurdo, segundo o prefeito Jai é que até os vasos sanitários de algumas escolas municipais foram arrancados e levados. Os ônibus doados pelo governo federal, para o transporte de alunos, um foi encontrado faltando pneus e os demais tiveram pneus trocados e macacos retirados dos carros. O prefeito acredita que a saúde seja a área mais afetada, seguida da educação e transporte. O veiculo da saúde, utilizado por pacientes para tratamento médico em Feira de Santana e Salvador, também, não foi poupado - motor batido.
Ex-prefeito implantou o caos
O novo prefeito de Barrocas comentou ainda, que está assumindo o município com mais de R$ 10 milhões de divida. “E para surpresa nossa, ao assumir o mandato, estive na Receita Federal para fazer um levantamento da situação do município e deparei com debito da ordem de R$ 9 milhões com o INSS e R$ 400 mil com o PASEP. O estranho nisso tudo é que no dia 28 de dezembro, dois dias antes do ex-gestor Almir de Maciel deixar o mandato, ele fez dois novos parcelamentos com o INSS um no valor de R$ 1,9 milhão e outro de R$ 3,9 milhões e dois agendamentos a ser descontados. Um neste mês de janeiro, outro em fevereiro, ambos no montante de R$ 312 mil cada. Na EMBASA são mais R$ 493 mil, sem falar a Coelba que está sendo levantado. Herdamos também, a folha de pagamento dos funcionários concursados e efetivos de dezembro, no valor de R$ 730 mil. O primeiro presente grego que recebi, foi o sucateamento do patrimônio público em sua totalidade, seguida dessa herança para inviabilizar nossa administração”, comentou Jai.
Atos administrativos do antecessor anulados
Jai de Barrocas disse que começou o governo baixando decretos anulando todos os atos administrativos deixados pelo antecessor e vem fazendo contenção de despesas para controlar as finanças da prefeitura relatando: ”Antes o município gastava R$ 16 mil/mês com o pagamento de serviços contábeis, agora gasta R$ 12 mil. Uma economia de R$ 192 mil em quatro anos. O mesmo acontece com os serviços de manutenção de programas da prefeitura, que cai de R$ 9 mil/mês, para R$ 7 mil, uma redução de R$ 96 mil no final da gestão. O município também ganha, com a saída da folha de pessoal, os funcionários fantasmas, que faziam uma sangria nos cofres da prefeitura de quase R$ 200 mil/mês. Em 48 messes serão economizados cerca de R$ 9,6 milhões, dinheiro esse que será aplicado em obras sociais e de infraestrutura na sede e povoados. No governo anterior eram gastos de combustíveis R$ 211 mil/mês, acredito que consiga fazer com R$ 100 mil, uma economia de R$ 111 mil/mês. Nesses primeiro ano de meu mandato deva fazer uma economia da ordem de R$ 3 milhões em relação ao que foi gasto na gestão passada e assim vamos ajustando as contas da prefeitura. Cortes esses, feitos com muito critério e responsabilidade para não afetar a estrutura da maquina administrativa do município”.
Obras inacabadas outro problema
Outra preocupação do prefeito Jai, está relacionada às diversas obras deixadas inacabadas no município. Algumas de recursos próprios e outras de convênios como é o caso do estádio municipal. Nesse caso vem sendo feito um levantamento junto ao departamento jurídico da prefeitura para que se possa ter noção da situação, para retomada dos trabalhos. “O matadouro é outra obra que me deixa muito preocupado. No dia 10 de dezembro, era para o ex-prefeito ter feito uma contrapartida de R$ 350 mil, para que fosse renovado o contrato, o que acabou por não fazer e eu não tenho como pedir aditivo e acredito que o convênio venha ser suspenso” relata. Assinala que foram deixadas duas quadras inacabadas e paralisadas há mais de ano, uma no povoado de Santa Rosa outra no Colégio Agenor de Freiras, com apenas 20% dos serviços feitos. Recursos do FNDE. Concluindo Jai garante que não foi encontrado um só documento na prefeitura. “Levaram tudo!”.