Meus lindinhos, atenção pois vocês podem estar falando agora com a mais nova cubana do pedaço. Explico: dias destes, num dos raros momentos que tirei para ver o Facebook, me deparei com um artigo do meu amigo Valter Xéu, jornalista de Feira de Santana e expert em Cuba, dizendo que irá em março para a Ilha e que eu, e mais alguns colegas jornalistas, iremos com ele. Ele irá apresentar a beleza da ilha para nós.
Desde adolescente eu sonho em fazer essa viagem, conhecer a ilha, o comandante Fidel, provar o ‘morritos’ e ver as belezas de Havana. Comecei a arrumar a mala. Aí, lembrei de ligar pra Xéu para saber quando embarcávamos. Ah! É em março do ano que vem. Desarrumei a mala.
Os cubanos que me aguardem. A sereia bonitona de Itapuã está pra chegar. Valter diz que vou comer uma deliciosa crioula. Que diacho é isto, amigo velho? É a comida típica de lá. Ele conseguiu uma receita, que é a apreciada pela diplomata cubana, Laura Pujol, cônsul geral de Cuba na Bahia e Região Nordeste. É o “Tamal en Cazuela”, um típico prato cubano feito de milho doce. Dou a receita no final.
Quando divulguei no ‘Face’ que estou indo para a ilha, uns amigos já se prontificaram para me acompanhar. Falei com Xéu pra ele negociar o preço pra galera, que eu vou preparar uma tchurma bem animada para agitarmos ainda mais a ilha do Raul Castro. Vamos saracotear muito com os cubanos, que devem ser um povo alegre que nem nós. Não se avexem. Conto tudinho pra vocês, meus lindinhos.
Voltando à soterópolis, eu não disse que o tempo ia melhorar? Olha o solzão brilhando de novo, provocado pelos raros ‘pé d’água’ que, felizmente, ainda caem para melhorar um pouco o calorão. Calor, pra mim, agora não existe mais. Minha vida mudou e agora vivo nadando no Costa Verde, onde fico uma sereia dentro da piscina olímpica. Amo demais. E tem dias que eu fico sozinha na piscina, naquele mundão de água. Aí, me sinto uma rainha. Definitivamente, sou a sereia de Itapuã.
Depois que fiz mais uma cirurgia na perna com o competente doutor José Ricardo Pinheiro, tive a sorte de fazer a fisioterapia pós-operatória com Juliana Cavalcante, que me deixou ‘no ponto’. Na sequencia, fui para a hidroterapia com minha querida amiga e colega, Mariana Deogracias, competente professora e fisioterapeuta da FTC, que me deixou forte e agora encaminhou para que eu complete o ciclo com a natação. Chegou onde eu queria. Voltei a virar peixe na piscina do Costa Verde.
Pra mim, não tem momento melhor do que estar numa piscina, sentindo a tepidez das águas transparentes, acariciada pelo solzão brilhando lá em cima. Tem coisa melhor não, fio. Estou tão feliz e disposta que outro dia me animei, saí da mesmise, chamei Mi, Vital e Eliene e fomos passar o dia em Cachoeira, que apresentava o festival gastronômico Samba e Sabores do Recôncavo, com o tema ‘pescado e agricultura familiar’.
Sambar, não sambei não, mas saborear, saboreei muitas delícias. Dos pescados, provei a pititinga e a moqueca; da agricultura, a maniçoba, e vários doces da Cachoeira. Juntando ao licor e ao beiju, que eu trouxe pra casa, os sabores ficaram completos.
Já no descer da serra e passar pelo arco de entrada de Cachoeira, cidade heroica e monumento nacional, os olhos se encantam com a beleza e harmonia da cidade, o casario colonial, suas igrejas seculares, o cativante cais do porto donde se pode apreciar a beleza do Rio Paraguaçu, que separa Cachoeira de São Felix. A ligação é feita pela ponte D. Pedro II, mais um atrativo para os visitantes.
A primeira parte do festival – que aconteceu em final de outubro – foi na comunidade quilombola de Kaonge, com o Festival de Ostra, quando foram apresentados 15 pratos à base do marisco. Essa, eu perdi. Mas me aguardem que, no próximo ano, estarei lá, rente que nem pão quente. E provarei os 15 pratos. Me aguardem.
Em Cachoeira, fiquei com a minha comadre amadinha, Alzira Power, e meu lindo Fory, seu marido e maior escultor da região. Amo o trabalho de Fory, e todo mundo, quando chega em minha casa, elogia logo a escultura que tenho dele. Eles são meus compadres do coração e tenho muita honra de ser madrinha de Maurício.
Estive também com Daniel Santana, do restaurante e pousada Pai Thomaz, que me deu todas as dicas do festival, que mobilizou 24 bares e restaurantes, cada um apresentando um prato especial, com pescado ou elementos da região. Tudo devidamente acompanhado por ‘sarau de panela’, apresentações musicais e shows. Não deu para eu provar todos os pratos mas, tentei.
Fui no Restaurante do Porto, de Roque, que fica na beira do Rio Paraguaçu e tem o famoso licor ‘da binga do boi’, de jenipapo e de jabuticaba. Ele tira o licor ‘da binga do boi’ que adorna o bar. Trem bom demais, véio. E além da maniçoba, serviu moqueca de camarão, de sururu e a mariscada, que são sucesso da casa.
Cachoeira é uma cidade que vive em festa. Todo dia se comemora alguma coisa. É o São João, a Flica, Festa da Ajuda, um bocado de festa.Tem coisa melhor que morar numa cidade assim?
Mas agora, vamos preparar nosso Tamal em Cazuela, com a receita da cônsul Laura. É feito de milho doce, tem uma consistencia de creme e normalmente adicionado de carne de porco cortadas em pedaços pequenos, marinados e fritos. Também é possível adaptá-lo usando marisco ou carne de sol. Vamos saborear como se estivéssemos sob o sol de Havana.
"Tamal en Cazuela" cubano
Ingredientes
-- ½ quilo de carne de porco moída
-- 2 dentes de alho
-- ¼ xícara de óleo
-- 1 limão
-- 1 cebola
-- 1 pimentão
-- ½ xícara de molho de tomate
-- ¼ xícara de vinho seco
-- 2 xícaras de milho moído
-- 3 xícaras de água
-- 1 colher de sopa com sal
-- ¼ colher de chá com pimenta
Modo de fazer
Cortar a carne em pedaços pequenos e deixar marinar com alho e limão.
Saltear a carne e com a gordura liberada e o óleo fazer um molho com cebola, pimenta, tomate e vinho seco.
Misturar o milho com água. Coar e acrescentar à carne com o molho.
Cozinhar por cerca de uma hora mexendo ocasionalmente. Temperar a gosto com sal e pimenta. (Tempo de preparo: 60 minutos. Quatro porções).