Turismo

Fernando de Noronha: guia básico para programar a sua viagem

Eleita por diversas publicações como um dos lugares mais lindos do mundo, a ilha pernambucana merece uma visita

Foto: Divulgação

Fernando de Noronha é, sem dúvida, um dos destinos brasileiros mais cobiçados por viajantes do mundo todo. Eleita por diversas vezes um dos lugares mais bonitos do mundo, a ilha de 17 km² a cerca de 540 quilômetros de Recife (PE) fisga o olhar, o tato e todos os demais sentidos com suas águas transparentes, curvas e formações rochosas de tirar o fôlego, além da rica vida marinha que a cerca. 

No contato com a natureza preservada, o silêncio e o respeito pelo ambiente surpreendem. “Relaxa. Entra no clima de Noronha” é a frase mais repetida por Neto, um dos guias da ilha e noronhense de nascimento, tão logo um turista se afoba para tirar fotos, conduzir freneticamente o bugue pelas ruas de terra da ilha ou terminar logo um passeio. Afinal, ali o tempo é outro, não é o do relógio – e um dos destinos mais buscados do Brasil é para ser contemplado com muita calma.

Fernando de Noronha é a grande tampa de um vulcão, cuja base de 74 km² de diâmetro está a 4.200 metros de profundidade. Estima-se que a primeira erupção tenha ocorrido há cerca de 33 milhões de anos, mas as rochas vulcânicas mais antigas da ilha datam de 12 milhões de anos.

À vista de todos nas praias, esse negros sedimentos de lava foram sendo polidas pela força e constância das ondas do mar e adquiriram diferentes formas e texturas.

No total, o arquipélago é formado por 21 ilhas e ilhotas, sendo a maior e principal delas a única habitada, com cerca de 3.500 pessoas – muitas delas vindas de Recife (PE) e Natal (RN). Todas as ilhas já estiveram unidas em um único bloco um dia, mas a erosão marítima as fez distantes umas das outras.

Quase todo o abastecimento da ilha chega pelo mar – de alimentos, remédios e roupas, a equipamentos –, e esse é um dos motivos que tornam a vida mais cara por ali.

Sem nascentes de água potável, foi preciso instalar uma dessalinizadora na vila de Boldró e do açude do Xaréu para garantir a sobrevivência. Mas em épocas de muita demanda, não é raro faltar água.

Em 1988, parte da ilha se tornou Parque Nacional Marinho, área protegida e administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).

Isso significa que há alguns lugares, tanto na ilha principal quanto nas secundárias, que tem acesso restrito por se tratarem, por exemplo, de ecossitema frágil ou lugar de desova de tartarugas marinhas.

Fiscais estão, todos os dias, posicionados em áreas estratégicas da ilha observando à distância a movimentação de pesssoas e embarcações. Infrações prejudicam a vida natural da ilha e são passíveis de multas bastante severas.

Em 2001, o arquipélago foi declarado Patrimônio Mundial Natural pela Unesco. Mesmo com as restrições com fins de preservação, há muito o que se ver e fazer na ilha.

Cinco dias é um período mínimo para se ter um contato satisfatório com a vida do lugar por meio de trilhas – a pé ou a cavalo –, mergulho, surfe, banhos de mar, observação de pássaros e da vida marinha, visita à sede do Projeto Tamar, a restaurantes de culinária regional e, por fim, ao típico maracatu que todas as noites de segunda-feira atrai visitantes e nativos ao Bar do Cachorro, o mais popular dali.

História
Na história do arquipélago, alguns dos primeiros registros são do navegador e escritor italiano Américo Vespúcio, com data de 1503. Vespúcio participava da expedição ao litoral brasileiro, iniciada em 1501, comandada pelo navegador português Gonçalo Coelho, com a missão de conhecer o potencial de riquezas que seu patrício Pedro Álvares Cabral havia descoberto um ano antes.

Entre os comerciantes que financiaram a expedição de Coelho estava o fidalgo português Fernão de Loronha, também chamado de Fernando de Noronha. Em 1504, o rei de Portugal D. Manuel I doou o arquipélago a Loronha – cujo nome acabou batizando o lugar.

Mas Loronha nunca ocupo o conjunto de ilhas, assim como os ingleses, franceses e holandeses que posteriormente invadiram aquelas terras em busca das benesses naturais. Em 1938, Noronha foi transformado em sede de presídio político e, em 1942, em Território Federal Militar, durante a Segunda Guerra Mundial. Só em 1988 o arquipélago foi reintegrado ao Estado de Pernambuco. 

Informações úteis
-- DDD: 0 (código da operadora) 81

-- Temperatura média: 28ºC em terra e 26º C no mar

-- Taxas: Para entrar na ilha, é preciso pagar a Taxa de Preservação Ambiental (TPA). É um valor tabelado, cobrado por dia e que deve ser pago na chegada. A TPA pode ser quitada via internet ou no aeroporto de Fernando de Noronha. Informações no site oficial da ilha

-- Fuso horário: o mesmo oficial de Brasília.

-- Combustível: existe apenas um posto de combustívelna ilha, com a bandeira BR. Anote o endereço: BR 363, s/nº, próximo à Enseada da Caieira, tel. (81) 3619-1272

-- Bancos: Fernando de Noronha tem apenas uma agência do banco Santander (Vila dos Remédios, s/nº, em frente ao Palácio São Miguel) e quatro caixas eletrônicos. No Projeto Tamar há caixa eletrônico 24 horas de todos os bancos: Alameda do Boldró, s/nº, Boldró, tel. (81) 3619-1174/1381. No aeroporto também se encontra caixa eletrônico 24 horas de todos os bancos: BR 363 – Vila do DPV, tel. (81) 3619-0951.

-- Correio: a agência, com caixa eletrônico Bradesco, fica na Rua São Miguel, s/nº, Vila dos Remédios, tel. (81) 3619-1135.

-- Vacinas: nenhuma é obrigatória, mas é recomendável a imunização contra febre amarela pelo menos dez dias antes da viagem. A vacina é válida por dez anos.

Como chegar
Em transporte regular, só é possível chegar em Fernando de Noronha por via aérea. Não há transporte marítimo regular para a ilha, a não ser os navios de cruzeiro que, em sua rota, de outubro a fevereiro, acabam passando por ali e atracando no Porto Santo Antônio por um dia ou dois.

-- De avião: O aeroporto fica a menos de 10 minutos de carro do centro da ilha. Na saída, há táxis (a maioria bugues) que cobram cerca de R$ 25 por uma corrida até a Vila dos Remédios, a mais movimentada e central de Noronha. Só há uma linha de ônibus (Terminal 1: Porto e Terminal 2: Sueste) e que passa a cada meia hora.

Aeroporto Fernando de Noronha
BR 363 – Vila do DPV
Tel: (81) 4002-5700

Como se locomover
A pé, a cavalo, de bugue, táxi, 4x4, bicicleta ou ônibus coletivo (a cada meia hora). De todas essas formas percorrem-se os 17 quilômetros quadrados da ilha principal – 26 quilômetros quadrados no total, contando com as vinte ilhas secundárias não habitadas.

O meio mais utilizado, no entanto, é o bugue, por sua praticidade e força para subir as íngremes ladeiras de pedra e terra de Noronha – o aluguel custa de R$ 150 a R$ 180 por dia.

A única linha de ônibus coletivo da cidade percorre quase toda a BR-363, mas nesse caso, para se chegar às praias, é preciso caminhar alguns minutos por trilhas de terra.

Embora as distâncias sejam curtas, a caminhada pode se tornar um pouco cansativa e demorada – mas não impossível. Tudo depende da disposição e do tempo. Fique atento à BR e às estradas de terra: alguns turistas costumam não respeitar os limites de velocidade e, não raro, causam acidentes.

Melhor época para ir
Noronha não tem grandes festas ou festivais que tornem um período mais convidativo para o turista. Para tomar a decisão de quando ir, os critérios clima e preço podem ser relevantes.

Os meses de março a julho correspondem aos mais chuvosos, com abundantes precipitações. Isso dificulta – quando não inviabiliza – os passeios pela ilha, já que as ruas de terra que levam às praias e outras atrações tornam-se enlameadas e escorregadias.

Por outro lado, esse é o período que corresponde à baixa estação na ilha, quando os preços estão menos exorbitantes (Noronha é um dos destinos mais caros do País) e é mais fácil encontrar hospedagem.

Clima
O arquipélago de Fernando de Noronha tem duas estações bem definidas: a de chuva, que vai de janeiro a agosto (e que é considerada inverno pelos ilhéus), e a de seca nos demais meses (correspondendo ao verão).

A temperatura média, contudo, não sofre grandes alterações, permanecendo em torno de 25° C ao longo de todo o ano – mas espere sempre mais e esteja preparado para um sol crestante logo às 9h da manhã.