O deputado estadual Robinson Almeida (PT) criticou a gestão do União Brasil à frente da Prefeitura de Salvador, após a deflagração da Operação Dia Zero, que apura um esquema de desvio de R$ 100 milhões destinados à saúde na capital.

As investigações tiveram início a partir da identificação de diversas irregularidades em contrato firmado entre a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador e a organização social investigada. O contrato previa a prestação de serviços de apoio e suporte às atividades técnicas na área de Tecnologia da Informação para acesso aos serviços de saúde pública do município e perdurou por quase uma década, inclusive com pagamentos realizados sem cobertura contratual.

Nesta quinta-feira (12 de junho), policiais federais cumprem 25 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Salvador, Mata de São João/BA e Itapetinga/BA, além da cidade de Maceió/AL.

A 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária da Bahia também expediu ordens de bloqueio de valores, no montante de R$ 100 milhões, além do bloqueio de imóveis e do afastamento temporário de ocupantes de cargos públicos.

Os investigados poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, associação à organização criminosa e lavagem de ativos.

Segundo Robinson Almeida, "o novo escândalo revela a continuidade de um modelo de gestão marcado por ausência de controle de corrupção sistêmica". Para Robinson, trata-se de mais um episódio que "confirma a existência de um projeto político contaminado por fraudes”.

 “É inadmissível que, enquanto servidores da saúde e da educação estão em greve por condições mínimas de trabalho e a população sofre sem atendimento básico, inclusive com o esquema de vacina comprometido, recursos públicos sejam saqueados por contratos fraudulentos. Depois da Overclean, que já colocou caciques do União Brasil ao lado do Rei do Lixo, agora surge mais esse escândalo na saúde em meio a uma crise de assistência à população”, criticou. 

A Operação Dia Zero investiga contratos entre a Secretaria Municipal de Saúde e uma organização social que deveria prestar serviços de tecnologia da informação para garantir o acesso da população aos serviços de saúde pública. Segundo a PF, os contratos eram superfaturados, tinham pagamentos sem cobertura contratual e serviam, na prática, para desviar recursos federais. A Justiça já determinou o bloqueio de R$ 100 milhões em bens e o afastamento de servidores públicos.

O parlamentar do PT também criticou duramente o silêncio das lideranças do União Brasil diante das denúncias. “Bruno Reis e ACM Neto têm opinião sobre tudo quando interessa ao jogo político deles. Mas, diante de escândalos como este, a postura é sempre o silêncio ou a fuga. Vão sumir de novo?”, ironizou o deputado.

Robinson Almeida disse que Salvador está entre as capitais com pior cobertura de atenção básica de saúde do país.
“Enquanto a população está sem atendimento e sofre com uma das piores coberturas da atenção básica do Brasil, a gestão do União Brasil entrega a saúde nas mãos de empresas que só servem para sugar dinheiro público. É esse o legado do União Brasil, grupo que administra Salvador há mais de uma década. Saúde precária, corrupção sistêmica e nenhum compromisso com o povo”, enfatizou.