Agora, só paroano. Quarta-feira de Cinzas, modorrenta, após um Carnaval maravilhoso, de muita paz e animação, como há muito não vejo. E eu estava lá, no Campo Grande, coração do carnaval. Circuito que em outras épocas fez a fama de Salvador como o Carnaval do povo na rua, do ‘pipoca’ sem corda e da alegria do bloco puxado por uma banda ‘chupa-catarro’ (eca! Mas era assim que nós chamávamos a bandinha que saía a pé, tocando fo-rom-fon-fon, puxando a galera de ‘mortalha’ – esse era o nome do atual abadá).
Este ano, o circuito Osmar voltou a encantar o folião com os grandes astros tocando para a ‘pipoca’. Foi bom demais ver Saulo, com sua energia e alegria, brincando no meio da galera; e muito lindo ver a minha amada ‘rainha má’ Daniela, mais parecendo um anjo, puxando a massa ignara e laboriosa que esbanjava animação. É a glória acompanhar Veveta, a nossa Ivetão, no apogeu, com toda a sua simpatia e irreverência, ou ver Aline Rosa tirar o prefeitinho do camarote para ir dançar com ela em cima do trio. Só se vê na Bahia.
Assessora da Secretaria do Turismo, fiquei sediada na Sala de Imprensa, no Sheraton Hotel da Bahia, bem alí, no coração do Campo Grande. Foi muito sacrificante para mim, não foi, meu lindão? Era só sair na porta e dar de cara com as Muquiranas, com Xanddy, Ghandi ou Daniela e, claro, com o secretário do Turismo Nelson Pelegrino, que também é folião e dos bons. Todos os dias ele corria os circuitos, acompanhava o trabalho dos guias e monitores e depois desfilava nos blocos Ilê, Mudança do Garcia, Olodum e Filhos de Ghandy. Trabalhava e curtia, lógico.
Para mim, duas coisas que aconteceram neste ano serão decisivas para os próximos: a volta do folião ‘pipoca’ nos circuitos, animados pelos grandes astros, promovendo e demonstrando a alegria natural dos baianos. A segunda novidade foi trazida pelo trio do bloco Alavontê, com banda e cantor integrado, no mesmo nível dos foliões, sem aquele paredão de aço isolando o artista do seu público.
Lenilde, colega e amiga jornalista, foi quem chamou a minha atenção. O trio traz banda e artista, num patamar armado logo acima dos pneus, pertinho do público, sem divisórias que impeçam a visão dos movimentos da banda e dos foliões. Acho que essa integração vai fazer escola. Esse modelo de trio com os caras lá em cima e a plebe cá embaixo cheirando o óleo, está com dias contados. Escrevam aí.
Amei ver os Muquiranas, vestidos de baianas, lindos demais. Esse bloco tem um lugar especial no meu coração: quando comecei no jornalismo, muitas décadas atrás (essa minha carinha de anjo engana, lindinho), os Muquiranas estavam fazendo, sete ou oito anos de desfile. E eu fui na Ladeira da Montanha, para entrevistar o Chalita, uma belíssima figura que organizava o bloco. Fiquei empolgada com o bloco, com as figuras – a maioria de trabalhadores do comercio e portuários. Eu nunca mais vi Chalita, mas não esqueço que ele me curtir a paixão pelos Muquiranas, onde fiz o meu ‘debut’ carnavalesco como jornalista.
Ah! Este Carná teve mais uma quebra de padrão, com o Neto LX cantando os encantos do Gordinho gostoso. Porque você abriu esse sorrisinho na cara, meu senhor? Tá vendo alguma gordinha por aqui? Eu já disse que não sou gorda: tenho excesso de gostosura, lindão. O cara lá, é que é gordinho assumido, e fez os gulosos vibrarem, mostrando as barriguinhas de chope. Credo! Tô fora.
Mas foi muito engraçado ver os parceiros barrigudinhos felizes, sacudindo as banhinhas. Isso aí. Tão pensando que beleza é só padrão ‘Gisele Bundchen’? Nã-nã-ni-nã-não. Os gordinhos têm seus encantos, suas gostosuras. Vem cá, que eu sou prova disso.
E, por falar em gostosura, fui curti a Feijoada Alô Imprensa ao lado de Gessy Gesse e Elíbia Portela. Já viram três coroas bonitas e charmosas? Nós! Fomos ‘o tchan’ no Forte de Amaralina. Foi uma festa deliciosa onde revi grandes amigos. Paulinho Brandão, você está de parabéns por conseguir reunir tanta gente boa.
Eu pedi a Elíbia uma receita que fosse gostosa que nem nós, para a coluna. E a coleguinha da Secretaria do Turismo, Juliana Cruz, a preparou para nós no dia do seu aniversário, que caiu na terça de Carnaval. O que nos deixou abastecidos para o arrastão da quarta-feira de Cinzas.
É um fettuccine com molho delicioso. E Elíbia ainda nos contou a historia do molho, que foi criado aproximadamente em 1914 por Alfredo di Lelio, um chef italiano, cuja esposa, após dar a luz, estava com muita falta de apetite. O Alfredo, preocupado, fez um prato especial para ela: o fettuccine al burro, ou seja, o fettuccine com parmesão e manteiga. Vá para a cozinha pois quero ver se você faz o prato melhor que o de Juliana. Me chama, amorzinho, que vou aí provar!
Fettuccine ao molho Alfredo
Ingredientes (para 6 porções):
-- 1 ¾ xícara (400ml) de nata (creme de leite)
-- 6 colheres de manteiga
-- 1 xícara de queijo parmesão ralado
-- 1 colherinha de sal
-- Pimenta negra à vontade e uma pisca de nós moscada
Modo de preparo:
-- Combinar 1 ¼ xícara de nata e a manteiga em uma frigideira. Esquentar em fogo baixo, mexendo frequentemente até dissolver toda a manteiga; neste ponto, retirar do fogo.
-- Agregar a massa (cozida ao dente) junto com o restante da nata, o queijo, o sal, a nós moscada e a pimenta. Colocar novamente a fogo baixo, mexendo sempre, até que o queijo derreta e o molho fique mais grosso. Isso levará cerca de dois minutos.
Elíbia dá a dica: o truque para fazer um bom molho Alfredo é o cozimento suave, junto com um bom balance dos ingredientes. O molho deve ser o suficientemente grosso para cobrir a massa sem ir toda para o fundo do prato. Deve-se servir bem quente e logo após feita, pois quando esfria perde a consistência. Esta receita é simples, rápida e muito saborosa. Vamos experimentar!