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Grupo Wadô será destaque no Bon Odori com tema do evento taiko

Conheça o tema do Festival de Cultura japonesa e veja entrevista com a líder do Grupo Cultural Wadô

Foto: Divulgação/Wadô
Daniela Oliveira em performance de taiko
Daniela Oliveira em performance de taiko

Com a chegada do VIII Festival de Cultura Japonesa, o Bon Odori, que acontece nesse final de semana de 30 e 31 de Agosto, nada melhor do que conhecer um pouco mais desta cultura.

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Este ano, o tema do Bon Odori é taiko, que são tambores de origem japonesa, mas o significado do taiko vai muito além de um simples instrumento musical, pois essa arte da percussão é símbolo cultural, religioso, artístico, político e social.

O taiko é uma arte que exige presença de corpo e alma, onde o percussionista faz uma performance que se mistura as batidas produzindo fortes melodias. O objetivo do taiko é manter a tradição e os valores culturais e morais.

E não é preciso ir até o Japão para apreciar uma apresentação de taiko, aqui em Salvador existe um grupo de taiko, o Grupo Cultural Wadô, que pratica a atividade com os tambores e participa de festivais como o Bon Odori.

Wad?, em japonês significa União Harmoniosa, e parece que foi isso que uniu o grupo Wadô, que decidiu juntar-se para tocar depois de um workshop feito pelo grupo Ishindaiko e a apresentação do K?do que ocorreram no Festival da Cultura Japonesa de 2008.

O grupo é composto por jovens que são fissurados na cultura nipônica e que com a prática, desejam expandir e disseminá-la ainda mais pela Bahia.

O Wad? além da divulgação da cultura tem como filosofia base a cultivação da responsabilidade, da disciplina, da dedicação, da solidariedade e do espírito de união, incentivando o crescimento pessoal de cada um de seus integrantes.

O grupo ainda desenvolve outras atividades além de tocar taiko, o Matsuri Dance, uma dança de coreografia simples e passos repetitivos, anima o público e traz mais um traço da cultura japonesa para os participantes do evento  se contagiarem com a energia do Wadô.

Outra atividade é o Yosakoi Soran, que surgiu da união do festival Yosakoi com o Soran Bushi, uma mistura de tradicional com movimentos inspirados no dos pescadores e ritmos contemporâneos.  Com figurinos leves, mas tradicionais, as apresentações contam com muita cor e ritmo com a utilização de acessórios como naruko, leque e bastão.

Em conversa, Daniela Oliveira de Almeida (29 anos), que é professora, enfermeira e atual líder do Wadô, conta para a Tribuna da Bahia Online sobre a sua relação com o taiko e o sentimento de ter uma de suas atividades como destaque do VII Festival de Cultura Japonesa.

Tribuna da Bahia Online - Qual foi o seu primeiro contato com taiko?
Daniela Oliveira -
Meu primeiro contato com o taiko foi assistindo a um show do grupo Ishindaiko de Londrina-PR aqui em Salvador, no Bon Odori/Festival de Cultura Japonesa em 2008 - ano de comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil.

Tribuna da Bahia Online - Por que resolveu fazer do taiko uma atividade regular?
Daniela Oliveira -
Sem exageros, o show de taiko que assisti na ocasião do Festival me impressionou tanto que, ao terminar a performance, eu só tinha um pensamento em mente: “eu preciso tocar isso”. O som dos tambores em concerto, os movimentos, técnica e expressão dos tocadores, eram de uma força e energia positivas que me conduziram a um estado de euforia tremenda. Saí do festival decidida a procurar a organização do evento, pois esta queria fundar um grupo de taiko aqui em Salvador. Hoje, aqui estou, como tocadora, e não abro mão de praticar regularmente porque quando toco taiko sinto novamente aquela energia positiva que senti ao ver o show em 2008, além de ser uma grande atividade física. É prazeroso fazer parte dessa arte.

Tribuna da Bahia Online - Como é fazer parte do grupo Wadô? Como são as atividades, rotinas de treino? Onde conseguem os instrumentos?
Daniela Oliveira -
Faço parte do Grupo Wad? desde o início, quando os membros eram apenas estranhos, que tinham em comum o fato de serem amantes da cultura japonesa e o objetivo de participar de algo maior. Hoje somos uma família, que possui valores e princípios que fazem de nós indivíduos e cidadãos melhores. Participar do Grupo Wad? é uma preparação para a vida, pois aprendemos a nos expressar em público, a liderar, a respeitar o outro, a ser solidários... reconheço que ser membro do Wad? me fez crescer como pessoa e esse crescimento não para. É uma educação continuada.

As atividades que apresentamos ao público são Taiko (percussão japonesa), Yosakoi Soran e Matsuri Dance (danças contemporâneas). Os treinos oficiais das três atividades se concentram nos sábados e domingos, fazemos escala de horário nas salas de ensaio do Espaço Xisto Bahia. Cada treino tem no mínimo duas horas de duração.

Os primeiros instrumentos que adquirimos foram doados pela Associação Cultural Nipo-Brasileira de Salvador - ANISA e pelo próprio Ishindaiko. Também recebemos recentemente uma gentil doação do japonês Yoshimasa Ishizaka e de outros tocadores de taiko lá do Japão. Outros instrumentos compramos prontos de São Paulo e alguns nós mesmos confeccionamos.

Tribuna da Bahia Online - O que você espera desse Bon Odori 2014 cuja temática é taiko?
Daniela Oliveira -
A arte do taiko representa muito para mim, pois foi o que me introduziu efetivamente ao mundo da cultura japonesa, o qual sempre admirei, e que agora eu também sou agente dessa arte. Naturalmente, estou extremamente feliz e muito ansiosa. Planejamos nossas apresentações com muito carinho para o público e espero que consigamos passar a energia positiva - a energia do taiko - que senti no Bon Odori/Festival de Cultura Japonesa de 2008. Espero que as pessoas vivam um dia feliz e que saiam do festival com vontade de fazer parte desse mundo também.