Helô Sampaio

Faça um nhoque da Flavinha e coma de braço esticado como se fosse Genoíno

Helô Sampaio

Eu ainda estou pasma, me beliscando, sem acreditar no que vejo. Mas eu disse a vocês, aqui neste mesmo espaço, que confiava no homem da capa preta, que sempre está acompanhado pela moça com a balança e espada nas mãos, e a venda nos olhos. Ela enxerga mais que nós todos juntos. E sabe brandir a espada contra o crime. Quando Joaquim, o homem da capa preta, se juntou a ela, eles ficaram fortes, imbatíveis. Não tiveram medo dos ‘home da capa vermelha’, que, ao assumir o poder, esqueceram o que é honra.

Foi chocante ver ‘os caras’ que outro dia mandavam em tudo indo para a polícia. E com os punhos erguidos, como se estivessem lutando contra a ditadura. Só que o governo é democrático, e até tem no comando maior uma ‘cumpanheira’ do partido. Quiseram dar cara de prisão política ao crime de afanar dinheiro público para o partido e para as campanhas. E não colou!

Dei risada com a piada do Zé Simão, quando contou que o operário chega em casa com o braço levantado e a companheira reclama: “Que novidade é essa agora, Zé? Tá protestando contra o quê? Deu pra imitar o Dirceu e Genoíno com esse braço pra cima e punho cerrado”? E o operário responde: ‘Quem dera, mulé. É que o metrô estava lotado e o braço travou, não desce’. Há-há!  

A ‘tchurma’ anda quietinha pra não piorar a situação. Ensaiam uns apoios de mentirinha, bastante contidos e bem rapidinhos. Até o ‘criaturo’, que não consegue desapear do cargo, que fala muito mas nunca sabe de nada, até esse ficou caladinho. Mas diz que um dia vai falar. Provavelmente vai culpar a mídia e a ‘zelite’. Vai dizer que a culpa é nossa, da imprensa que noticia os malfeitos e roubalheiras dos grupelhos que se acham acima do bem e do mal. Para ele, nós, da imprensa, tínhamos que só falar bem dos ‘capas vermelhas’ ou ficar que nem aqueles macaquinhos que não falam, não ouvem e não veem. Tá bom!

Dessa ‘tchurma do mal’, eu só livrava a ‘cara’ do Robertinho, o tenor, que em alto e bom som, botou a boca no trombone e denunciou a máfia toda. Nunca me esqueço do dia que ele foi pra tevê mandar o Dirceu desapear, que a casa tinha caído. “Sai daí, Dirceu”.  Como também não esqueço do ‘outro’, dando entrevista em Paris – em frente a um palácio ou coisa semelhante –, dizendo que não sabia de nada, que não acreditava no mensalão. Até hoje deve continuar sem acreditar. Não deve nem saber de nada da Rosemary, também. Tadinho! Ô pena!

Vamos torcer para que o Joaquim e a moça da Justiça se fortaleçam, e que comece realmente uma nova era neste País, um tempo de respeito pela cidadania, pela coisa pública, um tempo com Habitação, Saúde, Educação e Segurança para todos. Igualmente.

Aqui, na Bahia, já temos uma boa noticia: a grande ministra, Eliana Calmon, será candidata a senadora. Doutora, já tem um voto, uma apoiadora. Até que enfim pessoas sérias – como a senhora e poucos outros – estão se conscientizando de que precisam participar da POLÍTICA, para escrevê-la assim, em caixa alta, em letras maiúsculas. Vamos passar este País a limpo. Nós, da Imprensa, vamos poder noticiar o começo de uma nova História.

Esta boa noticia será contada por jornalistas que hoje pranteiam a ‘viagem’ do grande mestre Fernando Rocha, professor de várias gerações e, para mim, um irmão de coração. Nós o chamávamos Fernando Bananeira (para diferenciar do professor homônimo, nosso amigo). Após estagiar na Tribuna, Fernando, na época meu professor na Faculdade de Comunicação, me levou para estagiar em A Tarde, onde fiquei. Fui contratada após a formatura, substituindo-o na editoria Gráfica do jornal quando ele foi assessorar o Reitorado na UFBA. Também pelas suas mãos, fui lecionar na Facom, UFBA. Ele me tratava com uma irmã mais nova: exigia estudo, empenho, pesquisa, trabalho, criatividade. Graças a Deus, tive o privilégio de fazer parte do seu rol de amigos.

Mas após o trabalho, saíamos para a farra – Fernando, Zé Curvelo, Octacílio Fonseca, Silva Filho, Walmir Palma (Seu Porreta), Milton Chagas, Genésio Ramos e Sóstrates Gentil, dentre outros. Eles criaram a ABCEF – Associação Baiana dos Chefes Exemplares de Família, ou dos Comedores Exemplares de Feijão, como dizia Renato Ferreira. Eu era a mascotinha da turma, a única mulher a percorrer com eles os (des) caminhos da boemia. Alguns já ‘viajaram’ e devem estar felizes com a chegada de Fernando, dando trabalho a Papai do Céu, querendo uma Brahma gelada para comemorar. Nós, de cá, choramos a falta que eles fazem.

Mas comemoramos o privilégio de ter convivido com pessoas tão especiais e importantes para o Jornalismo. Minha sobrinha Flavinha veio passar uns dias com a titia e preparou esta delícia de nhoque que agrada a todos os viventes. Flavinha faz a receita – que aprendeu com Tia Nazinha – sem muita medição. Mas vou dar as porções aproximadas.

Nhoque de Flavinha

Ingredientes
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1k de batata inglesa
-- 1 ½ xícara de farinha de trigo
-- 1/2k de carne moída
-- 6 tomates bem maduros
-- 2 ovos
-- 2 colheres de ketchup
-- 2 colheres cheias de manteiga de primeira
-- Queijo ralado
-- Alho, sal, óleo canola e cebola

Modo de preparar

-- Refogar a carne moída com alho e cebola no óleo

-- Cozinhar em pouca água os tomates sem semente e sem pele. Bater no liquidificador com um pouco de sal e ketchup

-- Refogar a cebola em parte da manteiga até dourar; juntar a cebola ao molho de tomate e deixar cozinhar um pouco. Quando estiver bem consistente, acrescentar a carne moída para cozinhar

-- Cozinhar as batatas sem descascar; depois de cozidas, retirar as cascas e passar no espremedor de batata

-- Amassando com as mãos, acrescentar o restante de manteiga (uma colher), o queijo ralado e ir acrescentando aos poucos a farinha de trigo, sempre amassando

-- Untar com farinha de trigo uma superfície, para ir fazendo os rolinhos com a massa e cortando em pedaços de uns 2 cm;

-- Levar ao fogo uma panela média, com água até ferver. Ir jogando os nhoques na água fervente. Na hora que o nhoque subir, retirar da panela e colocar numa forma refrataria, já para servir

-- Colocar o molho por cima e servir aguardando os aplausos e elogios, com as bocas cheias de nhoque

Bom Apetite!