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Torcedores do Galícia comemoram a 1ª divisão do Baianão após 14 anos

O Galícia foi fundado por imigrantes espanhóis e se tornou o primeiro tricampeão baiano entre 1941 e 1943; Confira histórias de alguns torcedores fiéis

Foto: Arquivo pessoal
Leonardo Teles tem 26 anos e torce para o Galícia desde pequeno, por influência dos pais

Quando se fala em futebol na Bahia, em especial na cidade de Salvador, notamos uma torcida massiva do Esporte Clube Vitória e do Esporte Clube Bahia, mas também existem outros clubes baianos com torcedores fiéis.

E um deles é o Galícia Esporte Clube, que voltou para a primeira divisão do Campeonato Baiano após 14 anos ausente. O time saiu da segundona no último sábado (13/07), após vencer o Flamengo de Guanambi por 4 a 1, no Estádio de Pituaçu, em Salvador.

O Galícia foi fundado por imigrantes espanhóis e se tornou o primeiro tricampeão baiano entre 1941 e 1943. O clube possui 5 títulos estaduais, com a primeira conquista em 1938 e o último título estadual foi conquistado em 1968.

Entre algumas histórias, iremos contar a de torcedores fiéis e que, por influência ou não, acabaram fazendo do Galícia o seu time do coração.

“Sempre fui galiciano e acompanho o time em todos os jogos. Já fui jogador da base do Galícia em 1975 e 1976. Entre 1992 e 1994, fui técnico das divisões de base. De 2002 a 2005 fui novamente treinador da divisão de base. E atualmente sou o Diretor de Patrimônio do clube desde janeiro deste ano”, explicou Jaime Alban, de 55 anos.

De acordo com Jaime Alban, muitas crianças torcem pelo Galícia, em sua maioria por influência dos pais. Tal influência pode perdurar e fazer surgir mais torcedores apaixonados pelo time, como aconteceu com o doutorando Leonardo Teles, de 26 anos.

“Meu avô jogou no Galícia e era conhecido na época como Zinho de Terra Nova. Então, a herança do time foi passada por gerações, do meu avô, para o meu pai e para mim, pois ele me levava para o estádio quando criança, mesmo não sendo espanhol e não tendo nenhum elo com a península Ibérica”, relatou o Leonardo Teles.

Leonardo completa: “No carnaval já desfilava com a bandeira e camisa do Galícia junto de um colega ypiranguense, também a caráter. Fui para todos os jogos que pude, inclusive, o da classificação contra o Ypiranga, em Feira de Santana”.

Apesar de muitos jovens em Salvador serem tricolores ou rubro-negros, também há espaço para os jovens galicianos. A exemplo do estudante universitário Solon Marques, de 22 anos.

“Comecei a torcer pelo Galícia em 2007, por causa do meu sobrenome espanhol e pelo fato de não querer torcer nem pelo Bahia e nem pelo Vitória. Esperei por 6 anos para ver o time na 1ª divisão e no último sábado isso foi possível. Foi uma mistura de êxtase, alívio e alegria”, disse Solon Marques.

Para Solon, os momentos marcantes que presenciou no time foram em 2011 e no dia 29 de junho deste ano.

“Em 2011, o jogo estava empatado por 2 a 2 com o Camaçariense, e o Galícia conseguiu se recuperar e terminar o jogo por 4 a 2. E no dia 29 de junho deste ano, no jogo contra o Ypiranga, em Feira de Santana, o Galícia conseguiu fazer um gol aos 49 minutos e 48 segundos do segundo tempo, conseguindo a classificação”.

Já para Jaime Alban, além da subida para a 1ª divisão este ano, outros momentos marcantes como torcedor do Galícia foi quando o time se tornou campeão em 1968 e quando o clube ganhou a 1ª Copa Baiana de Juvenis, no qual era o técnico do time.

“Espero que o time continue com o mesmo desempenho e garra do último jogo. Em breve irei agradecer a conquista, pessoalmente, à comissão técnica e aos jogadores”, completou Solon Marques.