A situação parece que está mais calma – para alegria dos ‘caras’ (e da ‘cara’ lá de cima). Mas que não se enganem: nossa paciência está esgotando; e estamos ficando mais sabidinhos e irritados com tanta molecagem que fazem com o nosso sofrido dinheirinho. Chega de trabalharmos até o principio de junho só para pagar imposto, ou seja, para sustentarmos as farras, os jatinhos, helicópteros e enchermos os bolsos dos corruptos, para darmos ‘boa vida’ aos mesmos sanguessugas de sempre. Enquanto eles engordam as contas bancárias, nós padecemos com a falta de Segurança, Saúde e Educação de péssima qualidade, estradas intransitáveis.
Estou deprimida e sem paciência para as embromações de sempre, para a velha tática de criar um problema para desviar a atenção do que está incomodando a população. A moda agora é falar em trazer médicos de fora ou aproveitar os médicos do País que queiram ir para os cafondós. Cafondó que pode ser Antas ou Ilheus: em todas cidades há problema com a Saúde. Querem aumentar em mais dois anos a formação do profissional de Medicina, falam em... É tudo blá blá blá. De que adianta levar um PhD a um município onde o hospital não tem leito nem lençol, não tem gaze, fio para sutura, ou remédios, Raio X não funciona, onde não tem nada? O HGE, na capital, está aí, com excelentes médicos. E daí? Diminuíram as filas nos corredores, melhorou o atendimento? Olha, batam-me um abacate com uma manga verde!
Na manhã de terça-feira, 9, em Ibicaraí, foi sepultado o jovem dentista Cleidson Cardoso, assassinado ao chegar em casa, por um motivo fútil qualquer, pela vontade de um moleque qualquer. O corpo foi velado e acompanhado por quase toda a cidade, mais de oito mil pessoas, registrou Andre Evangelista. Keu, como era chamado, apenas aumenta em mais um o número de mortes violentas. Mas os amigos Alberto e Fátima, seus pais, é que sabem a dor que estão passando. E que nós compartilhamos.
Eu falo todo dia: ou o Governo deixa de conversa fiada e toma sérias providências para nos dar mais segurança ou vamos ter que voltar aos tempos do ‘bang bang’, pendurando revólveres na cintura para nos defendermos da vagabundagem. Ah! E quando os marginais são pegos, se são ‘de menor’, são inimputáveis, não dá nada pra eles e ainda saem de ficha limpa; já os ‘de maior’ encontram todo acolhimento e compreensão, toda assistência social – para ele e para a família – enquanto o corpo do cidadão fica lá, tombado no chão da praça, as moscas voando em volta. Estou triste e revoltada com tanta violência, tanta permissividade. Vamos mudar de assunto, falar das coisas boas.
O mês de julho chegou quente na nossa cidade. Muita festa, muito show, muita dança, muito beijo, muito amor. Este final de semana ‘ferveu’ no Alfazema Cultural – que é um espaço delicioso em Arembepe – quando Claudia Kusch e Alício Charot prestaram uma homenagem a Frida Kalo, no dia do seu aniversário, 6 de julho. Frida é uma personalidade que eu amo e que muito me impressionou pela sua força de vontade, sua capacidade de superação. Ficou paralítica em função de um acidente, mas lutou e venceu. É parte da alta galeria de pintores do Mundo. Que bom que a sua vida e obra são lembrados com reverencia. Não pude ir no dia, mas Claudinha e Alício vão reeditar o almoço de Frida para mim, com as comidas típicas mexicanas que ela gostava. (Veja mais sobre a festa em: https://www.facebook.com/AlfazemaCultural).
Para poder saborear os pratos de Frida sem aumentar uns 300 graminhas, fui gastar calorias no 30 Segundos Bar (Rua Ilhéus, no Rio Vermelho) onde a banda Cavern Beatles toca toda sexta-feira, há mais de 4 anos. Eu adoro a banda porque são dinâmicos: ‘passeam’ por todas as fases dos Beatles, tocam a Jovem Guarda, prestigiam a música do meu amado Raul Seixas, além de, claro, tocar os clássicos do Rock: Rolling Stones, Chuck Berry, Dire Straits, dentre outros.
Hoje, eu estou mais calminha e vou para curtir o som. Mas já ganhei muitos ‘nêgos’ sacudindo os quadris e agitando nestes ritmos. Vamos lá, pra você ver como é gostoso, minha lindinha. Quem sabe, pinta um bonitão no seu pedaço? A Cavern Beatles já tocou na festa de Itapuã, para o meu Pássaro do Abaeté. É composta por Ted Simões, Rafael Zumaeta, Eric Assmar (filho do bluesman Alvaro Assmar) e dos irmãos Pedro e Estevam Dantas (filhos do maestro Fred Dantas). Já viu que só podia ter um som com alta qualidade, não é, meu benzinho? (Se quiser contato, fone 071 91357364)
Vamos agora para a cozinha pois já pedi a receita do Mole Poblano, delicia que foi servida no Frida Day. Eu vou saborear depois mas já deixo a receita do Alício com você, meu lindinho, para cativar a sua ‘neguinha’, para deixa-la bem dengosinha.
Mole Poblano de Alicio Charot
Ingredientes:
-- 1/4 de xícara de amendoim sem casca e tostado
-- 1 xícara de amêndoas sem pele tostadas
-- 1/2 xícara de nozes
-- 1 colher (sopa) de sementes de gergelim tostadas
-- 4 biscoitos cream cracker ou ‘água e sal’
-- 2 bananas da terra maduras
-- 4 pimentas ancho dedo de moça
-- 4 pimentas de cheiro
-- 1 colher (chá) de canela-da-india (se possível em pó)
-- 1/2 de colher (chá) de cravo em pó
-- 1/2 colher (chá) de cominho em pó
-- 1 litro de caldo de frango
-- 100g de chocolate meio amargo em barra picado
-- 1/2 xícara de banha ou óleo vegetal
Modo de preparar
-- Se as castanhas não estiverem torradas, coloca-las em uma assadeira e tostar em forno até que fiquem ligeiramente douradas; reservar;
-- Cortar a banana da terra em fatias e fritar em óleo até dourar - como se fosse para comer (hummm! É melhor comprar uma banana extra se não conseguir resistir, aconselha Alício), escorrer em papel toalha; reservar.
-- Se estiver usando pimentas secas inteiras, cortar ao meio, retirar a membrana e os cabinhos, e tostar em frigideira seca por aproximadamente 30 segundos de cada lado. Adicionar água na frigideira e cozinhar as pimentas até que amoleçam um pouco (uns 5 minutos). Se a água da pimenta não estiver amarga, pode utilizar, caso contrário, descarte. Utilizando a água menta a preparação vai ficar ainda mais picante.
Para servir acompanhar com frango cozido ou grelhado, sementes de gergelim para decorar, arroz branco, tortilhas ou polenta. Saborear ao som do Cavern Beatles, sacudindo os quadris a cada garfada. Bom apetite!