Eu tinha jurado que não ia tratar mais do assunto, que para mim futebol acabou, que só ia torcer quando o Colo Colo de Ilhéus jogasse, que... muita coisa eu jurei. Mas jamais imaginei, nem no delírio da febre mais alta, que o Bahia cairia de quatro – ou melhor, de sete – aos pés da droga do Vitória. Lek, lek, lek,lek. Merecida surra para o time ‘sardinha’. Joel tinha razão: o Bahia é um timinho, uma sardinha em relação aos peixões. E eu arremato: é um timinho medíocre, vagabundo, sem garra, sem orgulho. Vai ser ruim assim lá na Fonte Nova, meu!
Recebi trocentas ligações, gozações, diploma de sofredora impresso, e-mails me pirraçando, e demais provocações. O pior é que fui lembrada até no Rio Grande do Sul, pelo meu amigo Sergio, que em vez de me convidar para ir beber vinho e comer churrasco, só se lembrou de gozar a minha derrota. E os meus queridos sobrinhos, lá de Ibicaraí, que não me ligam nunca, resolveram pegaram o telefone. Até pensei, na minha doce ingenuidade, que era pelo dia das Mães. Não, não! Era gozação pelos sete, engolidos pelo meu Bahia, sem vaselina. Só Pindoba se lembrou de mandar beijo pra titia, e declarar amor eterno. O resto, ‘bateu o cravo’ na cruz da titia.
O pior é que o povo não acredita que eu não vou mais ligar para esta droga de Bahia: amarelei. Meu coração agora será do Colo Colo de Ilhéus, meu time de adolescência. Enquanto estes incompetentes estiverem sacaneando meu Bahia, tô fora, véio! Este timeco frouxo náo é o meu tricolor de aço. É qualquer ‘porqueirinha’, menos um time. E ainda vai cair para a segundona, escrevam aí. Não é praga, não. É enxergar a realidade.
E 13 de maio é dia da aparição de N. Senhora de Fátima aos ‘pastorinhos’ portugueses. E é também dia da fundação da droga do Vitória – o velhusco de 114 anos, imitador do Flamengo, e que nunca foi campeão brasileiro (He-he! Essa sempre dói neles). Não vamos mais falar de passado; vamos esquecer esta lavagem tricolor e só lembrar na hora da eleição, para não votar nesta canalhada. Mas tá duro ter que engolir esta derrota. E logo pra quem? (Tá bom. Tô com dor de cotovelo mesmo).
Mas como eu disse lá em cima, vamos falar de coisas amenas, do mês de Nossa Senhora e das mães, que não rima com tristeza, nem com desgosto. Mãe é tudo de bom. Quanto mais o tempo passa, mais eu sinto a falta que a minha mãe me faz. Amava muito a minha mãe. Uma mulher culta, evoluída, que adorava ler e viajar. Tinha uma carretilha nos pés, era uma ‘maria gasolina’. Lembro que um dia cheguei em casa e disse que teria que ir a Juazeiro para dar um curso para jornalistas. Ela me perguntou na hora: e que dia viajamos? Simples assim. Estrada ruim, tempo de viagem, buzu, nada disso importava.
Eu e meus pais
O engraçado dessa viagem foi que pedi a Paulinho Maciel, meu irmãozinho de coração, para arranjar uma pessoa para ficar com a minha mãe enquanto eu dava a aula. E ele pediu a uma sua irmã, novinha, de 17 ou 18 anos, para ficar com ela. Entramos para a sala de aula e minha mãe saiu pra rua com a menina. Meio dia, chega minha mãe lépida e fagueira com garrafas de vinho da região, e a garota morta de cansada, com um palmo de língua pra fora. É que a minha mãe quis ir conhecer Petrolina. E elas rodaram a cidade toda ‘de a pés’ (como diz o outro) e ainda vieram andando pela ponte, pois a minha mãe queria ver a vista. Foi duro! Toda vez que eu dizia que ia para Juazeiro, a irmã de Paulinho sumia do mapa, com medo de outra caminhada. Hoje, sentimos falta da ‘mamma’, da sua vivacidade, sua alegria de viver. Ela deve estar, lá no andar superior, dando risada dessas suas histórias.
Minha mãe também tinha um carinho especial por mim. Primeiro, porque eu era muito dengosa e chorona. Eu guardava meu dinheirinho no cofrinho, Ana – minha irmã mais nova – vinha sorrateira, roubava minhas moedinhas para comprar bombom, que dividia comigo, tá certo. Mas quando eu descobria... era o dia todo para chorar. Até meu pai me dar o dobro do dinheiro – que eu colocava novamente no cofrinho. Eu não tenho jeito, desde pequena.
Mas eu estou contando esta história para chegar na primeira surra que minha mãe me deu: estávamos – eu, Carmen e Ana, minhas irmãs – descendo de ‘tobogã’ na escada lá de casa. Uma sentava no lençol, outra puxava. E minha mãe reclamando, mandando parar. Até que ela encheu o saco, pegou um baby doll, chegou na escada e bateu com o baby doll em minha bundinha. Ah! Velho! Chorei de soluçar. As meninas correram quando viram que ela estava vindo. Mas na hora do baby doll, voltaram para ver eu apanhar e caíram na risada. Como é que se chora com uma ‘palmada’ de baby doll? Quase que elas apanhavam era de chinelo. E eu, lógico, tive que passar umas duas horas sendo dengada no colinho da mamãe, que nunca mais ‘bateu’ na queridinha. Sou chegada num dengo, neguinho.
Neste dia das mães, fomos ao almoço em homenagem a Nilzete, sogra de Gianna, minha amada sobrinha – filha de Ana – que foi premiada por Papai do Céu com duas preciosidades, Lara e Nina, as gêmeas mais bonitas do mundo. Nilzete é uma belíssima figura e o almoço foi divino e na casa de Tico e Sandra. Marco Antonio, Tico, é médico e nós fomos contemporâneos na universidade. Aos sábados, ele vinha com a galera toda de Medicina para o Avalanche, barzinho da moda, junto da Residência Universitária Feminina – a R3 – onde eu morava com mais 120 coleguinhas. Chegando lá, eles se batiam com a galera da Residência, cada uma mais bonita que a outra. Eu, inclusive. Era sopa no mel. Os namoros rolavam soltos. E o melhor é que podíamos trocar no outro sábado ou trocar pelo pessoal de Engenharia – que também batia ponto por lá, não era, Horácio Lucatelli?
Consegui com Sandra, a filhota de Nil, esta torta de frango que a mamãe dela faz divinamente. E que comi de lambem os dedos. Nhamm! Vamos correndo pra cozinha fazer outra
Torta de Frango by Nini
Ingredientes para a massa:
- 2 copos de leite
- 3 ovos
- 1 xícara de óleo
- 3 colheres de sopa de queijo ralado
- 12 colheres de F. de trigo
- 2 colheres de sopa de fermento em pó
- 1 pitada de sal
Modo de fazer
– Bater todos os ingredientes no liquidificador até a massa ficar uniforme.
Para o recheio
- 2 peitos de frango desfiados. (O frango deve ser cozido com temperos picados (alho, cebola, tomate, pimentões, coentro, cebolinha. Pode -se acrescentar ao frango desfiado: azeitonas picadas, ervilhas e palmito).
Montagem da torta
-- Uma camada de massa
-- Uma camada de recheio
-- Uma camada de massa cobrindo o recheio.
-- Polvilhar com queijo ralado
Saboreie lembrando a maravilha que é ter uma mãe para dar muitos beijos e carinhos.