Alberto Oliveira

Boates são uma convite à tragédia

Alberto Oliveira

A dor que dilacera as famílias dos jovens mortos no incêndio da boate, no Rio Grande do Sul, é dessas que jamais passarão. E pode estar mais perto de cada um de nós do que imaginamos. No Brasil, as boates são, quase sempre, um convite à tragédia, armadilhas montadas com a conivência das autoridades.

Na aparência, casas de lazer. Na verdade, caixotes sem saída de emergência ou, quando existe, de forma precária, insuficiente para atender ao grande público que lota normalmente suas dependências.

Funcionam muitas vezes sem alvará. Impunemente, sob os olhares complacentes de quem deveria fiscalizá-las de perto.

Nelas, jovens se embriagam, drogam-se, colocam as vidas em risco, enquanto os pais imaginam que estão se divertindo em lugar seguro, longe da violência das ruas.

Precisam ser punidos, no Rio Grande do Sul, todos os responsáveis pela tragédia que matou mais de 200 jovens. E onde procurar esses (ir)responsáveis? Também entre aqueles que permitiram o funcionamento de um local sem condições de segurança, a julgar pelos primeiros relatos.

Que motivações tiveram para fechar os olhos? É isso que a Justiça gaúcha tem a obrigação de esclarecer.

Hoje, rezamos por Santa Maria. E amanhã?