Helô Sampaio

Inicie o ano com um arroz do França

Helô Sampaio

E o mundo não acabou, a Vida continua bela, os dias luzentes, as pessoas maravilhosas. E eu, feliz da vida por ter sobrevivido a mais uma previsão macabra. Ou o bonitinho não lembra que o mundo iria acabar também no ano 2000? O bom disso é que a gente pode ‘aprontar todas’ dizendo que é por causa do fim do mundo. Na verdade, o Mundo acaba todo dia, mas renasce maravilhosamente todas as manhãs, para nossa felicidade. Daqui a um bocado de anos o seu mundo vai acabar, minha bonita; e mais uns anos depois, acaba o meu e mais tarde acaba o do outro; é assim que a fila anda.

Comecei o novo ano em companhia de vários coleguinhas, no maravilhoso Hotel Catussaba, com direito a queima de fogos, scotch, champanhe e variado buffet, para todos os gostos. Sob o ritmo da orquestra do grande maestro Fred Dantas, requebrei o quadril e dancei todas com Edmundo Lemos, matando Kardé de inveja, enquanto Regina Ferreira provava todas as iguarias do buffet. Um luxo! Fiquei espantada com a quantidade de gente que estava na praia: eram milhares de pessoas. Parece que todo mundo foi para as praias. O engarrafamento também foi espetacular: não se chegava a lugar nenhum sem passar horas parado. Mas 2013 chegou tranquilo e, com fé em Deus, terminará em harmonia.

Mas eu finalizei 2012 com chave de ouro: depois de participar do Congresso Nacional dos Jornalistas no Acre – adorei Rio Branco e o povo acreano – fui até a Bolivia conhecer as ‘cholas’ no seu habitat. No retorno, participei da Semana Literária do Sertão de Jequié – a Felizquié 2012 – promovida com muita competência pelo colega jornalista Domingos Ailton com o apoio da UESB.

O evento foi realizado no Anfiteatro “A Lenda” da UESB - Campus de Jequié, com vários painéis, lançamento de livros, exibição de filmes, oficinas de poesia, enfim varias atividades culturais que mobilizaram a cidade. Lá, reencontrei os meus queridos Ari Moura, Tuna Espinheira e Iarinha, Guido e Bohumila Araújo além de conhecer importantes personalidades, como a Liniane Haag Brum, que falou e lançou o livro Antes do Passado, o silêncio que vem do Araguaia: memória, verdade e história brasileira sobre os brasileiros que foram trucidados no Araguaia, e Robinson Roberto que apresentou documentários cinematográficos maravilhosos. Foi um momento muito rico.

Dia 5 de julho de 2012 eu comemorei 40 anos do meu ingresso em A Tarde. Vivenciei mudanças radicais, da linotipo de Simões Filho aos nossos dias. Na Felizquié, eu, juntamente com Carlos Ribeiro e Marjorie Moura, abordamos algumas histórias do Jornal A Tarde. Carlos falou das principais campanhas feitas pelo jornal e do livro que foi lançado há poucos dias – sobre os 100 anos. Marjorie contou da sua experiência na reportagem de rua e de como sente a confiança da população no jornal. Eu destaquei algumas figuras maravilhosas que conheci nos 33 anos que passei no jornal, relatei alguns fatos importantes ou curiosos por mim vivenciados e as aventuras com os coleguinhas pelas ruas da Bahia. Enfim, tentamos passar um pouco da rica experiência jornalística que tivemos o privilégio de viver no nosso vibrante vespertino.

Mas o importante é o privilégio de viver este momento. É confiar que o novo prefeito e sua equipe vão melhorar a nossa cidade, devolvendo o charme da ‘primacap’, tornando-a atraente e sedutora que nem uma sereia moderna e encapetada, que encante os turistas e devolva o orgulho aos soteropolitanos (ou palavra esdrúxula. Não me acostumo a ela, além de ser complicadíssimo explicar a alguém porque quem nasce em Salvador é isso: soteropolitano. Ainda bem que sou ibicaraiense). Inda mais com uma vice-prefeita bonita e competente como a Celia Sacramento, que além de grande líder comunitária é do meu amado Partido Verde. Dá tudo certo!

Mas vejam porque eu digo que este mundo é pequeno, do tamanho do nosso quintal. A Beth Costa, minha querida amiga e ex-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, está morando na Bélgica, prestando serviços à Federação Internacional dos Jornalistas – FIJ. Nós nos encontramos no Acre, quando ela me pediu para dar assistência a uma sua amiga baiana, a Maryangela, que mora na Bélgica há muitos anos e vinha passar uns dias em Salvador. Ela chegou e, quando começamos a conversar, quase eu e ela caíamos da cadeira: pois não é que ela nasceu em... Ibicaraí! É minha conterrânea. Saiu de lá logo depois, mas é ibicaraiense. Aí, virou festa. Já somos as mais novas amigas de infância. Ela tem restaurantes em Bruxelas, onde serve comida baiana.

Levei-a à Confraria do França – antigo Ex-Tudo (rua Lírio de Mesquita, 43 – Rio Vermelho – fone 071 3018 6548). Ela e França trançaram num papo que não acabava mais enquanto eu e Ana, minha irmã, nos divertíamos saboreando o delicioso Arroz do França, com camarão e polvo. Maryangela vai homenagear o França lançando o Arroz do França lá na Bélgica. Voce quer provar esta delícia, minha lindinha? Então ponha o avental, a toquinha, e vamos para a cozinha para prender o amorzinho pelo bico.

Arroz do França – Com camarão e polvo

Ingredientes
-- 200g de camarão fresco
-- 200g de polvo
-- 700g de arroz
-- 200ml de azeite de oliva
-- 100ml de leite de coco
-- 100ml de polpa de tomate
-- 1 dose de cachaça
-- Cebolinha, coentro e salsa a gosto (um molhe pequeno aproximadamente)
-- 1 ½ cebola
-- ½ pimentão
-- 2 dentes de alho picado
-- 3 rodelas de abacaxi verde com casca
-- 1 colher de manteiga
-- Queijo parmesão a gosto

Modo de preparar
-- Lavar o polvo com limão e levar ao fogo para cozinhar com o abacaxi e ½ cebola. Antes de tirar do fogo, colocar a cachaça para ajudar a amolecer. Tirar o polvo e reservar o caldo que o cozinhou

-- Colocar o camarão fresco em água com vinagre, descascar e limpar (tirando a tripinha das costas com uma faca fina)

-- Cozinhar o arroz com o caldo reservado do polvo, uma cebola inteira e a manteiga. Escorrer o arroz

-- Numa frigideira grande e funda colocar o azeite doce, cebola, cheiro verde e alho picados, e rechear o polvo e o camarão juntos

-- Acrescentar o arroz, a polpa de tomate e o leite de coco, verificar o sal e misturar tudo até dar o ponto (quando começa a escassear o caldo). Pronto!

-- Servir com o queijo parmesão ralado por cima e esperar os beijinhos do amor com a barriguinha cheia e o coração emocionado pela comida gostosa – digo, pela mulher carinhosa.

Saúde, Paz, Amor, um pouco de Sexo e Dinheiro – que a gente precisa – Alegria e muita Felicidade. Feliz 2013, bonitos e lindinhas!