Helô Sampaio, caindo de boca no tacacá de Toinho
Adoro viajar, conhecer novos lugares, novas pessoas, rever coisas de que gostei, relembrar o que me agradou. Quero e tenho certeza que vou conhecer todos os estados do Brasil antes da viagem definitiva. Mas também vou perambular pela América Latina. Sonho com os lugares que vejo na televisão e me imagino lá.
Esse ‘nariz de cera’ aí é para dizer que faço esta coluna do Acre, no Hotel Pinheiro, centro do Rio Branco, onde estou para participar do 35º Congresso Nacional dos Jornalistas.
Rio Branco, capital do Acre
Desde o momento em que o Acre foi escolhido para sediar o Congresso, que eu sonho em vir aqui. Mas ando com uns probleminhas de locomoção – consequência de um acidente de carro que sofri – e vivo sem querer dar trabalho aos amigos. Mas a vontade de conhecer o Acre foi superior. E partimos – eu, Marjorie Moura (presidente do Sinjorba), Regina Ferreira (vice) e Domingos Ailton, diretor de Jequié. Rio Grande conheceu então uma delegação bonita e da pesada.
E que coisa boa foi vir ao Acre! Tirante a alegria de reencontrar os companheiros sindicalistas com quem sempre lidei – como minha querida Beth Costa, Schroeder, Torves, Espada, Suzana, Valci, Manesc e tantos outros – além da capital, ainda conhecemos a terra de Marina Silva e Chico Mendes. Glória total!
A casa onde morou Chico Mendes (pintada de azul)
A terra tem um astral tão positivo que logo no Aeroporto de Brasília, onde fizemos escala, conheci o vice-governador do Acre, Cesar Messias, a quem me apresentei e aos colegas. Aí, trançamos num longo papo. Perguntamos sobre vários assuntos e ele falou das coisas boas da terra. Ficamos bem impressionados – com a terra e com a simpatia do Cesar. Já o considero meu amigo de infância.
Ao entrar na aeronave, sabe quem sentou bem pertinho de mim? O Fabio, marido da Marina Silva. Muita sorte! Aproveitei e mandei para ela uns ‘bonbonzinhos’ de banana cozidos na palha do milho, feitos em Vitória da Conquista, que Ana Claudia me trouxe. Produto de Solange, a PhD em biscoitinho da cidade.
Andar pela cidade de Rio Branco nos propicia uma sensação gostosa: parece uma terra já conhecida, terra amiga, com clima quente similar ao baiano. A cidade de 350 mil habitantes é cortada pelo Rio Acre, com várias pontes bonitas. Não tem muitos prédios altos, os engarrafamentos são em alguns poucos momentos do dia, e as pessoas são afáveis, prestativas, simples como Marina Silva e Cesar Messias. O Novo Mercado Velho é o 'point' da cidade com barzinhos e comida boa – com destaque para a costela de tambaqui (peixe de rio) que faz a galera lamber os dedos.
O Novo Mercado Velho
O Congresso está sendo muito produtivo, com discussões intensas sobre o compromisso do jornalista com a sustentabilidade e a defesa da exigência do diploma para o exercício profissional. Nossa luta é muito justa, pois queremos que os profissionais sejam bem formados, detenham conhecimentos técnicos e éticos que enobreçam a informação. Hoje, exige-se primeiro grau até para varrer as ruas; segundo grau para muitos outros ofícios e... nenhuma formação para exercer o Jornalismo. Não importa se é analfabeto ou PhD em Física Quântica. Pode entrar e fazer noticia, pode ser formador de opinião. Tá certo isso, minha bonita?
A nossa delegação fez o maior sucesso. Não somente por nós quatro, que somos belos. Mas porque trouxemos todo material de divulgação da Secretaria de Turismo da Bahia e da Secom: sacolas bonitas, blocos, cocadinhas, revista Bahia Terra de Todos Nós, e muito material informativo. 'Nêgo' fazia fila para disputar o kit que Regina distribuía. E eu e Marjorie fazíamos charme! Um suu!
Palácio Rio Branco
Fomos depois conhecer Xapuri, a terra de Chico Mendes, sua casa, sua história de luta, o Museu do Seringueiro. É uma viagem que nos deixa emocionados, orgulhosos de sermos brasileiros. A estrada, com suas imponentes castanheiras, mostra a convivência da mata com a criação do gado. Casas de madeira simples e belas. Passamos por Brasiléia, última cidade antes da Bolivia – onde vimos dezenas de haitianos esperando o apoio do Governo brasileiro para ficar por aqui.
Afinal chegamos a Cobija, na Bolívia, para vermos a quantas anda o prestigio do ‘cumpanheiro’ Evo Morales. A gente percebe que deixou o Brasil com a mudança da música: gostam da ‘cumbia’, ritmo também preferido no Peru. Os bolivianos são muito afáveis, mas não gostam de pechinchas. O preço é tanto e ponto final. Regina ficava fula, pois os caras não tiravam nem os quebrados. Eu também não gosto assim, gosto de negociar.
Calçadão da Gameleira, em Rio Branco
Mas agora vamos provar o simples e delicioso doce de cupuaçu, feito em Xapuri, por Sirlene, proprietária do melhor restaurante da cidade. Veja que maravílha!
simplicidade.
Doce de Cupuaçu de Sirlene de Xapuri
Ingredientes:
-- 1/2 quilo de polpa de cupuaçu
-- a mesma quantidade de açúcar. Somente isso.
Modo de preparar:
- Corte a polpa do cupuaçu em pedaços e leve ao fogo com o açúcar
- Mexa sempre para que não pegue no fundo
Quando começar a borbulhar, e ficar soltando do fundo da panela, está pronto. Pode servir, assim, simpleszinho mesmo, que é uma delicia. Experimenta!
Helô Sampaio, direto de Rio Branco, preparada para saborear a posta de pirarucu que já está no prato