Jolivaldo Freitas

Aumentos. Política. Maluquetes e periguetes

Nem bem começou o ano e já anunciaram (na esteira do aumento no valor do salário mínimo) a elevação das tarifas de água, luz, telefone. Preço da fralda descartável, da geriátrica, da pomada para pereba, condomínio, plano de saúde e até da caipirosca nas praias. Acredite que em São Tomé de Paripe aditivaram até mesmo o preço do churrasquinho de gato. Passou de R$ 2 para R$ 3. Um absurdo. Nem a presidente Dilma, que estava pertinho, em Inema, quis pagar. Um conhecido me garante que os preços dos remédios já foram remarcados. Um tio dele foi comprar pílula para baixar a pressão e quando viu o novo valor do produto a pressão subiu e ele se foi desta para melhor. O que o morto não sabe é que foi majorado o valor do jazigo. Deve estar se revirando de ódio no caixão.

Falar em Dilma, uns maldosos viram a foto dela à beira-mar de Inema e disseram que embora ela esteja muito branquela e já seja avó, ainda dá um caldo. Refutei, perguntando se isso é coisa que se diga – esta falta de respeito – para com a mulher mais poderosa do Brasil e ouvi de volta que ela é presidente, mas não está um bagulho, e, portanto, “dá mesmo um caldo”, disse o safado, salientando que dizia aquilo “com todo respeito”.

- Aliás, se eu chegasse junto – completou – dava uma pegada com toda a liturgia que o cargo requer.
Deixando de lado o meu amigo baixo astral; nem bem começou o ano político e já começaram as promessas e mentiras. Os homens da Prefeitura garante, pela quarta eleição consecutiva, aos moradores da rua Luis Henrique com a Ceará, em Fazendas Coutos, que irão terminar a passarela, segurar a encosta que já caiu levando algumas casas e que se chover vai levar o resto, ainda este mês.  Os moradores não sabem se choram ou ri, ou choram de rir. Que o prefeito, nem a Sesp ou Sucop ou Surcap ou Sucom apareça por lá que é capaz de levar uns safanões, umas dedadas, como brinde de ano novo.

Mas bom mesmo foi dar uma voltinha na orla, no domingo, primeiro dia do ano. Muito carro com som alto desfilando ou parado colocando os sucessos de axé ou pagode, socializando o bom gosto de cada um. As praias sem barraca, mas com cadeiras, guarda-sol, isopores, acarajé, peixe frito na hora, na areia, cerveja latão ou periguete e capeta, uísque paraguaio com energético e Coleguinha Jurubeba ou vinho São Jorge. Muito baba, frescobol, porrada e assalto.

As periguetes - que Deus às conserve - dando show com seus fios dental ou bermudas que de tão coladas parecem que vão rasgar as partes em banda e tão mínimas que dá para ver as amígdalas. Em Itapuã elas circulavam sentadas nas janelas ou nos capôs dos carros curtindo o somzão. No footing, na passarela. Uma festa. Adoro periguetes. Acho que fazem parte da paisagem. Melhor que as maluquetes que são muito paradas, contemplativas, bicho-grilo, zen, lá com suas fumaças, chás e discos voadores. Periguetes jogam duro, quebram e ainda dizem, “demorou”.  O verão está uma beleza.