Falar em câncer no Brasil do SUS é mexer em casa de marimbondo. Hoje até que o assunto é comentado nas rodas. Mas, desde sempre que não se pode cuidar de discutir a doença na mesa ao almoço, nem no café da manhã, lanche ou jantar. As pessoas perdem o apetite, pois câncer no imaginário popular é signo da morte. Tanto que ainda tem gente que a chama de Ca, a doença, a mardita, aquela, ou o mal, para designar a doença e não ter de falar o nome que é para não atrair.
Mas todo mundo sabe que a maioria dos cânceres, detectados a tempo, têm cura. A ciência e a medicina estão aí para ajudar e curar. Mas a palavra tem uma denotação retada. Vi, certa vez, um vendedor de rolete de cana sair correndo com a faca atrás de um cara somente porque ele, numa discussão, disse que desejava que ele tivesse câncer . Enquanto xingava a mãe e metia o dedo no olho ou passava a mão na bunda, valia. Mas, falou em câncer e o homem se desesperou e correu para dar porrada.
Mas não é que o câncer agora decidiu atacar grandes autoridades políticas. Primeiro foi o ditador Fidel Castro que teve até de largar o osso do poder e passar Cuba para o irmão. Hugo Chavez que não gosta de ficar atrás de ninguém em seu ímpeto bolivariano e ditatorial tratou logo de assegurar o seu. Lula com seu particular despeito pelas obras dos outros não ficou atrás, e agora vem a também populista e ururpadora Christina Kircher, lá da Argentina, anunciando que está com câncer. Parece uma disputa morfética.
Imagine a conversa deles numa roda animada, como são os papos dos aposentados na Piedade, cada um falando e querendo humilhar o outro:
- O meu problema é maior que o seu.
- Que nada, o médico disse que o meu é raro.
- É, mas eu tive primeiro. Fui primeirão!
Graças a Deus – coisa em que nenhum deles acredita -, estão curados e levando a vida numa boa. Uns querendo se perpetuar, no poder, claro, como a Cris e o Hugo, outro querendo voltar como o Lula e aquele que apesar de estar fora do mando, manda no irmão, como é Fidel. Vamos rezar para o completo restabelecimento deles.
Como eu dizia, a palavra câncer inspira medo. Tem mais é que fazer os exames - seja de apalpar as mamas, olhar os sinais na pele, mudanças nos hábitos e até de toque na próstata. Tem que fazer como o deputado baiano Isidoro que mesmo chiando e achando uma agressão, foi ao médico e fez o exame, dando exemplo para todo mundo. Embora depois denunciasse em plenário que o procedimento desmoraliza.
Melhor ficar com vergonha da dedada que sofrer da maldita. Na dúvida deve-se procurar um médico que seja alto, forte e bonito. Nunca se sabe.
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