Se até o meio-dia de sábado (15 de fevereiro), os terroristas do Hamas, na Faixa de Gaza, não libertarem pelo menos 17 dos 76 reféns ainda sequestrados na Faixa de Gaza, o "inferno" vai se instaurar na região, ameaçou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em um comunicado, o grupo terrorista afirmou ter monitorado nas últimas semanas o que considera "violações do inimigo e sua falha em cumprir os termos" do acordo de cessar-fogo, e por isso suspendeu as libertações.

“A maldade dos terroristas não termina com o abuso dos reféns. Eles tomaram uma atitude vil e maligna, cujo único propósito é nos deixar nervosos e criar tensão interna”, disse o presidente de Israel, Isaac Herzog.

O Comitê das Famílias dos Sequestrados reagiu ao anúncio do Hamas e fez apelo ao governo: “Evitem ações que coloquem em risco a implementação do acordo”.

Na Praça dos Sequestrados, em Tel Aviv, nesta segunda-feira, foi comemorado o aniversário de 24 anos de Alon Ohel, mantido em Gaza desde sete de outubro de 2023. A decisão da organização terrorista preocupou a todos no local.

“Os reféns não têm mais tempo. Todos precisam sair desse inferno rapidamente”, concluiu a carta do Comitê.

O ministro da Defesa, Israel Katz, entrou em contato com as Forças de Segurança. “Orientação é se preparar para qualquer cenário possível em Gaza e proteger as comunidades de fronteira”, revelou.

A dificuldade de localizar os reféns

A habilidade de Israel em localizar líderes de grupos como o Hezbollah e o Hamas, mas a dificuldade em encontrar reféns em Gaza, envolve algumas diferenças estratégicas e práticas.

Para monitorar esses líderes, Israel conta com uma rede de inteligência que leva anos para ser estabelecida, usando vigilância, informantes e tecnologia avançada.

Esses líderes são acompanhados de perto porque representam uma ameaça constante, e seus movimentos costumam seguir padrões mais previsíveis, o que facilita a localização.

Por outro lado, buscar reféns em Gaza é muito mais complicado. Gaza é um território superlotado e repleto de túneis subterrâneos que o Hamas usa para esconder pessoas e armas.

Esses túneis são como uma cidade embaixo da terra, permitindo ao grupo transportar reféns sem ser notado. Além disso, o Hamas costuma usar reféns como escudos humanos, o que limita as operações de Israel, que precisa agir com muita cautela para não colocar essas pessoas em perigo.

Outro ponto são os métodos usados para coletar informações. Israel usa interceptação de comunicações e redes de informantes para seguir líderes, mas essas táticas são menos eficazes no caso dos reféns, que geralmente são mantidos em silêncio e em locais isolados.

Sem contatos ou pistas sobre onde os reféns estão, Israel enfrenta um grande desafio, justamente porque Gaza é controlada pelo Hamas, que manipula o ambiente a seu favor.