Prestes a completar 87 anos de idade e com mais de seis décadas de carreira profissional, o cantor, multiartista e ícone queer Edy Star ganha biografia detalhada explorando sua trajetória pessoal e artística.
A obra intitula-se “Eu só fiz viver”: a história oral desavergonhada de Edy Star e é assinada por Ricardo Santhiago, reconhecido historiador e autor de importantes biografias de personalidades da música brasileira.
A noite de lançamento da obra, escrita em colaboração com os historiadores Igor Lemos Moreira e Daniel Lopes Saraiva, acontecerá dia 10 de janeiro de 2025, dia do aniversário de Edy, que completará 87 anos.
O livro explora as múltiplas facetas de Edy Star, um artista marcado pela irreverência e inovação. Atuando como cantor, ator e performer, Edy Star tem uma carreira iniciada nos anos 1960, marcada por sua autenticidade e por desafiar convenções sociais e artísticas, tendo se destacado particularmente nos anos de 1970, quando participou do projeto Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez, com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada.
A biografia percorre os altos e baixos da carreira do artista, apresentando uma pesquisa detalhada e oferecendo um olhar profundo e sensível sobre as conquistas, desafios e contribuições de Edy para a arte brasileira e para a liberdade de expressão.
Construído a partir de dezenas de encontros e horas de gravação com Edy Star, “Eu só fiz viver” reconstrói os percursos desse pioneiro com humor, acidez e criticidade.
As quase 400 páginas do livro oferecem registros minuciosos que partem da infância e adolescência inusitadas de Edy na Bahia, onde ele se introduziu à arte cênica no projeto “Hora da Criança” (onde conheceu as irmãs do Quarteto em Cy), tornou-se amigo de Caetano Veloso e parceiro musical de Gilberto Gil, e atuou como artista plástico na Galeria Bazarte, tendo pinturas e gravuras expostas até mesmo na Bienal de São Paulo.
O livro revisita a mudança agitada de Edy Star para o Rio de Janeiro, onde ajudou a transformar a Praça Mauá em um point da noite carioca, sendo levado depois para a sofisticada boate Number One pelas mãos de Maria Alcina. Amiga de Edy Star desde então, Maria Alcina, aliás, é autora do emocionante prefácio do livro.
As inúmeras incursões do biografado pelo teatro, sua mudança para a Espanha (onde passou quase duas décadas) e o retorno aclamado ao Brasil, também são objeto do livro, temperado pela capacidade única de Edy Star de ser um crítico mordaz dos outros, mas também de si mesmo.
Seus relatos despudorados sobre a vida como produtor de teatro popular, como migrante indocumentado na Europa e como sobrevivente de um câncer de próstata são exemplos de sua honestidade com a qual constrói a memória de si, sem se mistificar.