O Galo teria que fazer 3 gols. Tomou mais um e o Flamengo é o campeão da Copa do Brasil 2024. O time bateu o Atlético-MG novamente neste domingo (10 de novembro), por 1 a 0, na Arena MRV. A primeira partida, no Rio, já havia sido de vitória flamenguista, por 3 a 1. Este é o quinto título da história da equipe, que também foi campeã 1990, 2006, 2013 e 2022.
A conquista é também a primeira de Filipe Luís como técnico. O ex-jogador assumiu o Flamengo no começo de outubro, para substituir Tite. O título soma-se a dois Brasileirão (2019 e 2020), duas Libertadores (2019 e 2022), duas Supercopas (2020 e 2021), uma Recopa Sul-Americana (2020), dois Cariocas (2020 e 2021) e uma Copa do Brasil (2022) que ele venceu como jogador pelo Flamengo.
Flamengo e Atlético-MG voltam a se enfrentar pela 33ª rodada do Brasileirão na quarta-feira, 13, às 20h, no Maracanã.
Como foi o jogo
Atrás no placar agregado, o Atlético-MG buscou dominar as ações, mas sem pressa. Por outro lado, o Flamengo se defendia bem, não dando chances para que os mineiros criassem oportunidades. Em contra-ataque, a primeira chegada próxima do gol foi de Gerson, lançado por Arrascaeta, mas parado por Everson.
O time de Milito manteve a postura tranquila para atacar o Flamengo. Isso não reduzia a intensidade do time. Hulk e Paulinho formavam uma dupla lado a lado, com Scarpa e Arana nas pontas. Zaracho, que ganhou a vaga para a decisão, flutuava como opção de passe para todos os jogadores de frente.
O Atlético-MG, porém, insistia em lançamentos buscando a dupla de atacantes. Isso até superava a marcação de Pulgar e permitia a Hulk e Paulinho sobrarem livres, diante dos zagueiros. Entretanto, em nenhuma das vezes, eles conseguiram de fato dominar as tentativas dos companheiros.
Já o Flamengo preferiu avançar com troca de passes em transições rápidas. Assim teve uma sequência de chegadas pelo lado direito com Wesley. Em uma delas, Arrascaeta cabeceou para fora. Depois, a bola sobrou para o garoto Evertton Araújo bater de fora da área com perigo. A exposição era o risco que o Atlético-MG assumia para conseguir lançar-se em peso ao ataque, mas nada garantia que os flamenguistas continuariam errando.
O Atlético-MG só teve as melhores chances quando finalizou de fora da área. Em duas oportunidades, Rossi espalmou e quase entregou aos adversários, mas salvou. Um terceiro erro quase resultou em gol, quando o argentino saía com a bola nos pés, mas pressionado por Paulinho, precisou dividir com o atacante para mandar para escanteio.
A pressa, antes inexistente para os mineiros, se fez presente no final do primeiro tempo. Ainda eram precisos dois gols para levar a decisão aos pênaltis, quando os times desceram aos vestiários.
Os atleticanos voltaram com pressão. Mas novamente quem chegou com mais perigo foi o Flamengo. Rossi lançou Bruno Henrique, escolha de Filipe Luís para o lugar de Gabigol na segunda etapa. O camisa 27 arrancou do meio de campo e tentou cavar na saída de Everson, mas o goleiro conseguiu desviar para escanteio.
O lance foi exceção. A tônica era a pressão atleticana. A paciência era maior do que no final do primeiro tempo. A exposição também. O time atacava com os 10 jogadores de linha no campo ofensivo. Um certo preciosismo prejudicava o time. Mesmo quando o Atlético-MG chegava na área, a equipe tentava um toque a mais antes de finalizar e assim perdeu boas chances.
Bruno Henrique teve novamente uma chance cara a cara com Everson e tentou encobrir. Mais uma vez, o goleiro conseguiu defender. Ele ainda salvou mais duas chances flamenguistas criadas a partir de transições rápidas e uma terceira com um chute de Alex Sandro quase na pequena área.
As chances perdidas, aliás, continuavam a se repetir dos dois lados. Na sequência, foi na frente do gol de Rossi que a bola quicou sem que ninguém empurrasse para o gol.
Foi então que o equatoriano Gonzalo Plata, chamado por Filipe Luís aos 23 do segundo tempo, decidiu dar um basta nas chances perdidas. Mais uma vez no contra-ataque, Bruno Henrique lançou para o companheiro. Plata saiu do campo de defesa, driblou Saraiva e ficou de frente para Everson. Desta vez, o paredão não conseguiu segurar. O camisa 45 encobriu o atleticano e sacramentou o título do Flamengo.
A comemoração estourou uma confusão. Parte do público recorde de 44.876 pessoas da Arena MRV insistiram em jogar copos nos flamenguistas. Um homem até invadiu o campo e foi detido. O jogo ficou lastimavelmente parado.
Quando voltou, o ritmo já era outro. O Atlético-MG foi vítima da própria torcida e ficou desmobilizado. Uma bomba atirada próximo de Rossi paralisou o jogo novamente.
Everson fez mais dois milagres, enquanto os atacantes tentavam, sem sucesso, uma resposta. Melhor para o Flamengo, que é pentacampeão.
Depois do jogo
Após o fim da decisão, em meio à confusão de torcedores do Atlético-MG, o goleiro Everson, que fez boas defesas na partida, lamentou o resultado, mas garantiu que o time segue focado na decisão da Libertadores, contra o Botafogo.
“Trocaria todas as boas defesas pelo título. Dei meu máximo, e com certeza perder o título em casa é muito ruim, mas teremos outra chance em 19 dias para conquistar a Libertadores. Infelizmente perdemos a disputa no Rio de Janeiro, ao ter uma grande desvantagem, mas agora é erguer a cabeça e se preparar para mais um desafio”, disse o goleiro.
Os títulos anteriores do Flamengo
1990
O Flamengo conquistou seu primeiro título da competição logo em sua segunda edição. Depois de bater o Bahia nas quartas-de-final e o Náutico na semifinal, a equipe dirigida por Jair Pereira enfrentou o Goiás na decisão. O zagueiro Fernando fez o gol da vitória no jogo de ida, em Juíz de Fora(MG), e com isso os rubro-negros jogariam pelo empate na partida decisiva, em Goiânia.
E foi mesmo com o empate que o título foi definido. Diante de mais de 45 mil pessoas no Serra Dourada, o Flamengou segurou o 0x0 que garantiu a conquista invicta; foram 6 vitórias e 4 empates. O centroavante Gaúcho foi o artilheiro do time, com 5 gols. Esta foi a primeira conquista de Júnior em sua segunda passagem pelo Flamengo, após retorno da Itália, motivo pelo desejo de que seu filho o visse atuando com o Manto Sagrado.
Na partida decisiva, o time atuou com Zé Carlos, Aílton, Vitor Hugo, Rogério e Piá; Uídemar, Júnior e Bobô (Nélio); Renato Gaúcho, Gaúcho (Marquinhos) e Zinho.
2006
Em 2006, pela primeira vez a Copa do brasil foi decidida por dois clubes do mesmo estado. Enquanto o Flamengo havia passado por Atlético-MG nas quartas e Ipatinga nas semifinais para chegar à decisão, o Vasco eliminara outro rival local, o Fluminense, antes da final.
Assim, o Rio de Janeiro parou para assistir aos dois clássicos que decidiram o título. E o bicampeonato rubro-negro foi encaminhado na primeira partida com uma boa vitória por 2x0, gols de Obina e Luizão. Assim na segunda partida as arquibancadas do Maracanã eram totalmente dominadas pela torcida do Flamengo, que comemorou mais uma vitória - 1x0, gol de Juan - e o título.
Renato foi o artilheiro rubro-negro na conquista, com 6 gols. No jogo do título, o time foi dirigido por Ney Franco e jogou com Diego, Renato Silva, Fernando e Rogrido; Léo Moura, Toró (Obina), Jônatas, Renato, Renato Augusto (Peralta) e Juan; Luizão (Léo Oliveira).
2013
O tricampeonato da Copa do Brasil marcou o reencontro da torcida do Flamengo com o Maracanã. Após alguns anos fechado para a preparação para a Copa do Mundo de 2014, o estádio reabriu suas portas e viu o Flamengo tornar-se o primeiro campeão em sua nova fase.
A campanha contou com grandes atuações da torcida rubro-negra. A partir das oitavas-de-final, a ligação entre campo e arquibancada foi imbatível e fez com que o Flamengo conseguisse superar adversários fortes, que vinham em grandes campanhas no Campeonato Brasileiro. Cruzeiro, Botafogo e Goiás foram batidos antes da grande final, contra o Atlético-PR.
No jogo de ida, em Curitiba, o volante Amaral marcou o gol do empate em 1x1. Na grande decisão, Elias e Hernane decidiram a vitória por 2x0, garantindo a conquista. Hernane, O Brocador, foi o artilheiro da campanha e da competição, com 8 gols. No último jogo, a equipe do técnico Jayme de Almeida atuou com Felipe, Léo Moura (Marcos Gonzales), Samir, Wallace e André Santos; Amaral, Elias (João Paulo), Luiz Antônio e Carlos Eduardo; Paulinho e Hernane.
2022
O Mais Querido conquistou o tetracampeonato em 2022 ao bater o Corinthians na final. No primeiro jogo, em São Paulo, 0 a 0. No jogo de volta, no Maraca, empate no tempo normal em 1 a 1 e vitória rubro-negra nos pênaltis por 6 a 5. O gol do título, nos penais, foi marcado pelo lateral-direito Rodinei.
O Flamengo começou a campanha na Terceira Fase. Passou pelo Altos-PI. Nas oitavas de final, o Mengão passou pelo Atlético-MG. Nas quartas de final, superou o Athletico-PR. Na semifinal, deu Mengão contra o São Paulo.
Ano | Final | Placar | Destaques |
---|---|---|---|
1990 | Flamengo x Goiás | 2-0 (agregado) | Zico, Renato |
2006 | Flamengo x Vasco | 3-0 (agregado) | Obina, Renato Abreu |
2013 | Flamengo x Atlético-PR | 3-1 (agregado) | Elias, Hernane |
2022 | Flamengo x Corinthians | 1-1 (6-5 nos pênaltis) | Gabriel Barbosa, Arrascaeta |
Ranking de campeões da Copa do Brasil
-- Cruzeiro: 6 títulos
-- Grêmio e Flamengo: 5 títulos, cada
-- Palmeiras: 4 títulos
-- Corinthians: 3 títulos
-- Atlético-MG: 2 títulos
-- Criciúma, Internacional, Juventude, Santo André, Paulista, Fluminense, Sport, Santos, Vasco, Athletico-PR e São Paulo: 1 título, cada