A publicação “Jimú: Memória das Águas” - assinada pela escritora itaparicana Aislane Nobre - vai ser lançada em formato impresso no dia 4 de novembro, às 14h, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr., na Ilha de Itaparica.
A obra mergulha na tradição dos eguguns (termo das religiões de matriz africana que designa a alma ou espírito de qualquer pessoa falecida, iniciada ou não) e será distribuída gratuitamente nos eventos e em instituições culturais e educacionais.
O livro será apresentado, também, dia 9 de novembro, na Casamendoeira, no Povoado do Cruzeiro, sede da Andarilha Edições - editora de “Jimú: Memória das Águas” -, ocorre o segundo lançamento.
No dia 13 de novembro, às 15h, no Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia (Mafro/UFBA), em Salvador
No dia 22 de novembro, às 9h, será lançado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia - IFBA Campus Paulo Afonso. A cidade, que margeia o São Francisco, será espaço ainda para mais um lançamento, no dia 23 de novembro, às 9h, no Instituto SER TÃO Cultural - Povoado Juá.
“Jimú: Memória das Águas” se baseia nas memórias de Edith Nobre, que desde a infância vivencia os mistérios da religiosidade afro-brasileira no seu cotidiano e que é inspiração para a personagem principal, a menina Jimú, cuja trajetória permeia cada narrativa, oferecendo ao leitor uma imersão nas tradições religiosas afro-brasileiras - orixás e egunguns.
“As histórias de Jimú fazem parte de quem eu sou. Cresci ouvindo e vivenciando essas narrativas. A história da Blusa Bordô, por exemplo, aconteceu comigo; eu sou Ada, a sobrinha de Jimú. E muitas vezes sou Jimú, pois o livro foi construído a partir de uma mescla, das memórias de minha tia e das minhas’’, relata a autora.
Nesta reedição, revisada e ampliada, o livro conta com 22 textos e serão disponibilizados ainda 10 vídeos que narram algumas das histórias presentes no livro, que podem ser acessados no site oficial do projeto e no YouTube, com áudio e tradução em Libras, ampliando a experiência de leitura para um público mais inclusivo.
A edição conta com a apresentação de Juliana Piauí, o prefácio de Cléo Martins, diagramação de Thais Mota e Andréia Silva, capa e grafismos de Tassila Custodes, e ilustrações de Ludmila Mendes de A. Nobre, Nathália Nobre da Silva, Luiza da S. Nobre, Isabelle Mendes de A. Nobre, Maria Júlia Nobre da Paixão e Aislane Nobre e posfácio de Edith Nobre e Maisa Paulo.
A autora de “Jimú: Memória das Águas” conta que o culto a Egungun sempre trouxe um quê de magia para sua vida e sempre a fez enxergar a vida e a morte de forma poética. “Meu avô Arivaldo B. Nobre, falecido em 1994, é Egungun do Omô Ilê Agboulá, minha tia Ditinha tem posto nesse terreiro também. Ela também é adepta do candomblé de Orixás, fomos iniciadas na casa fundada por meu tio Avó, Moacyr B. Nobre (Oguntosí), o Ilê Axé Ogun Alakayiê. Moacyr, em vida, tinha o cargo de Balogun do Omô Ilê Agboulá”, descreve Aislane Nobre,
Nascida na Ilha de Itaparica, Aislane é uma artista visual, escritora e candomblecista, cujas obras são profundamente influenciadas pela espiritualidade e tradição afro-brasileira. Atualmente realiza seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV-UFBA). Em sua atual pesquisa, intitulada "Ewás, uma poética da transformação: cor da pele e afetividade de uma família inter-racial no processo criativo contemporâneo", investiga questões de cor e afetividade, utilizando como base a cosmovisão Yorubá.