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Líder da oposição na Venezuela se esconde para não ser assassinada

Estados Unidos reconhecem a derrota de Nicolás Maduro

O jornal norte-americano The Wall Street Journal revelou que María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, está escondida e teme pela vida. Ela e o candidato de oposição Edmundo González Urrutia são investigados pelo Ministério Público de Caracas, depois de o ditador Nicolás Maduro ser acusado de fraudar as eleições para permanecer mais 6 anos no poder.

Na noite dessa quinta-feira (1 de agosto), os Estados Unidos reconheceram o candidato presidencial da oposição da Venezuela, Edmundo González, como o vencedor das eleições disputadas no país dia 28 de julho.

Maduro ainda não apresentou provas claras de vitória e as autoridades eleitorais não forneceram a contagem dos votos. A campanha de González afirma ter receitas de mais de 80% das máquinas de votação que indicam que ele venceu por uma margem intransponível.

Os governos de Brasil, Colômbia e México pediram em uma nota conjunta que a Venezuela divulgue as atas eleitorais do pleito.

Antes da divulgação da nota, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conversou remotamente por cerca de 40 minutos com os do México e da Colômbia, Manuel López Obrador e Gustavo Petro, respectivamente, em relação ao tema.

Lula vai se encontrar na segunda-feira (5) com o presidente do Chile, Gabriel Boric, no Palácio de La Moneda, em Santiago e a situação da Venezuela deve ser um dos temas da conversa entre os dois mandatários.

Nessa quinta-feira a bandeira brasileira foi hasteada na sede da Embaixada da Argentina em Caracas, após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter se oferecido para assumir a representação diplomática e consular de Buenos Aires na capital da Venezuela, bem como a segurança do prédio e a proteção da integridade física dos refugiados de oposição abrigados no local.

"Os funcionários diplomáticos, consulares e de defesa argentinos que trabalham na Embaixada em Caracas deixam hoje o país, após o aviso [de expulsão] por parte do governo da Venezuela.

A partir deste momento, o Brasil está encarregado da custódia da missão argentina em Caracas", diz uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Buenos Aires.

O acordo foi fechado em função da expulsão de diplomatas argentinos e de outros países da América Latina que apontaram fraudes nas eleições de 28 de julho, e apesar das divergências públicas entre os presidentes Lula e Javier Milei.

"Agradeço enormemente pela disponibilidade do Brasil. Também somos gratos pela momentânea representação dos interesses da Argentina e de seus cidadãos. Os laços de amizade que unem Argentina e Brasil são muito fortes e históricos", escreveu o líder ultraliberal no X.

O presidente ainda prometeu reabrir a Embaixada quando a Venezuela for "livre e democrática".

A líder de oposição María Corina Machado também agradeceu ao Brasil pela proteção aos refugiados abrigados na sede diplomática. "Isso pode contribuir para avançar um processo de negociação construtivo e eficaz, como aquele que o Brasil apoia", disse