Mundo

Israel espera ataque de grandes proporções por parte do Irã

A posição de Israel sobre como responder a este ataque "vai depender do que o Irã fizer"

As autoridades israelenses avaliam que o Irã e seus aliados regionais preparam um ataque de grandes proporções contra o país. Uma das possibilidades inclusive é que seja uma ação similar ao ataque da noite de 14 de abril, quando os iranianos e seus proxies dispararam 120 mísseis balísticos, 30 mísseis de cruzeiro e 170 drones contra o território israelense.

O discurso do xeque Hassan Nasrallah em Beirute, no Líbano, na tarde de quinta-feira, deixou claro também que está em elaboração uma ação intensa e não um ato que poderia ser interpretado como “simbólico”.

A posição de Israel sobre como responder a este ataque “vai depender do que o Irã fizer. Imagina se eles dispararem contra uma fábrica que tem um estoque de amônia, por exemplo”, disse uma fonte ao Israel de Fato.

Esta declaração confirma um dos piores cenários mapeados por Israel; o Comando da Frente Interna, setor do exército responsável pela orientação à sociedade civil, enviou comunicado a 28 fábricas localizadas numa área de até 40 quilômetros de distância da fronteira com o Líbano alertando-as para reduzir ou descartar materiais considerados perigosos. Há o temor de que essas instalações sejam alvejadas pelo Hezbollah ou pelo Irã de forma a causar grandes explosões em função de materiais químicos armazenados.

Israel tem certeza de que a ofensiva iraniana vai ocorrer. No entanto, nas últimas horas vem ganhando força a avaliação de que não necessariamente ela vai acontecer de forma imediata. Isso em função dos planos mais complexos que envolvem sua elaboração e também das negociações internas entre os elementos que compõem o autodenominado “Eixo da Resistência”.

A agência Reuters obteve a confirmação de que oficiais iranianos vão se encontrar com representantes de aliados regionais de Hezbollah, das milícias pró-Irã do Iraque e dos Houthis, do Iêmen.

Os serviços de resgate e bombeiros do norte de Israel se preparam para eventos de grande proporção e talvez até simultâneos.

As autoridades militares decidiram cancelar a liberação dos soldados de todas as unidades do exército, força aérea e marinha. Quinta-feira é o último dia da semana de trabalho em Israel e normalmente muitos militares em serviço são liberados para retornar a suas casas no final de semana.

O Conselho de Segurança Nacional emitiu comunicado em que afirma que existe a possibilidade de ataques terroristas não apenas contra alvos israelenses no exterior, como embaixadas, mas também contra sinagogas e outras instalações das comunidades judaicas.

O Comando da Frente Interna, setor do exército responsável pela orientação à sociedade civil, enviou comunicado a 28 fábricas localizadas numa área de até 40 quilômetros de distância da fronteira com o Líbano alertando-as para reduzir ou descartar materiais considerados perigosos. Há o temor de que essas instalações sejam alvejadas pelo Hezbollah ou pelo Irã de forma a causar grandes explosões em função de materiais químicos armazenados.

Vingança

O Irã promete vingança pelo assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh, principalmente porque a ação que provocou a sua morte ocorreu em território iraniano. Segundo o New York Times, três fontes do país disseram que o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, já teria ordenado um ataque direto contra Israel.

Apesar das ameaças, o Comando da Frente Interna, a área do exército responsável por orientar a população civil israelense, ainda não determinou mudanças na rotina dos israelenses. No entanto, o próprio primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou em discurso que os cidadãos do país devem estar preparados para enfrentar “dias desafiadores”.

EUA preparam defesa

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a vice, Kamala Harris, conversaram com Benjamin Netanyahu nas últimas horas. O tema principal foi a execução da defesa de Israel contra mísseis e drones.

“Reafirmamos o compromisso com a segurança israelense contra todas as ameaças do Irã e seus grupos terroristas, Hamas, Hezbollah e Houthis”, comunicou oficialmente a Casa Branca. Armamentos e tecnologia devem ser enviadas por Washington.

Biden enfatizou o trabalho diplomático para diminuir as tensões no Oriente Médio. O Departamento de Estado manifestou, nesta semana, que busca evitar a escalada de violência através de solução pacífica.

Há poucos dias, os Estados Unidos levaram porta-aviões para as proximidades do Líbano. Creditam ao país um ataque a mílicias financiadas pelo Irã, dentro do Iraque.