Livros

Escritores debatem a solidão da escrita em lançamento de livro

Eliecim Fidelis, Jolivaldo Freitas e Silvana Oliveira falaram sobre o tema

"A Mesma Água", do escritor e psicanalista baiano Eliecim Fidelis, foi lançado em Salvador

“As cambalhotas da vida torcendo o fio desenhado no começo, fazendo rumo do homem parecendo ao percurso de um rio...”.

Esse é um trecho retirado do conto “A Mesma Água”, do escritor e psicanalista baiano Eliecim Fidelis, que dá nome ao livro lançado no Foyer da Associação Baiana de Medicina (ABM), no bairro de Ondina, em Salvador.

Com 13 contos, a obra leva o leitor à reflexão sobre a fragilidade do ser humano e as inusitadas formas que inventa para driblar as dificuldades cotidianas.

O conto que intitula a obra é inspirado na filosofia do pensador grego Heráclito e retrata a história de um senhor de 72 anos que ao voltar no tempo se reencontra consigo mesmo há seis décadas e no lugar onde viveu a adolescência. “Neste livro, trago diferentes temáticas com relação ao caráter do homem, a malandragem e o cinismo das pessoas para encarar situações, traições no amor, a crítica à corrupção nas instituições públicas e a falta de ética. Com destaque, as dificuldades enfrentadas pelo homem sertanejo” ressalta Eliecim Fidelis.

O livro é o 1º escrito por Eliecim Fidelis no gênero de contos e será publicado pela editora Oxente. Além de “A Mesma Água”, entre alguns títulos das histórias presentes na obra, estão: “A Rica e o Tolo”, com referência no filme “O Homem do Jazz”; “Ideia Sanguessuga”; “Orange Zero Five”; e “O Plano”, em que as personagens as vivem de maneira original. O psicanalista também é autor do romance autobiográfico “Entre Pedras e Cactos”, um dos vencedores do Prêmio Travassos de Literatura, em 2022.  

No lançamento, que contou com a participação de Eliecim e dos jornalistas Jolivaldo Freitas, também escritor, e Silvana Oliveira, um bate-papo discutiu criação e inspiração para a construção de obras literárias.

Sobre o tema, Jolivaldo Freitas ressalta a solidão que é o processo de escrever livros. “O escritor é um ser solitário dentro da própria arte. Sempre assustado com os personagens que muitas das vezes ganham um destino e fogem. Escrever é estar off-line” analisa o jornalista.