Música

'Fractal Feminino' resgata as canções de Dolores Duran

Projeto homenageia artistas invisibilizadas na história da música brasileira

Foto: Fernanda Corsini | Divulgação
Rachel Cossermelli

Após 3 anos de dedicação, chega ao público o projeto de Rachel Cossermelli, Fractal Feminino Vol. 1: Dolores Duran'.

Concebido de forma independente, com apoio de financiamento coletivo, o projeto nasceu da observação da cantora durante sua graduação, quando percebeu a carência de informações sobre a presença feminina na música desse período.

Mergulhando na obra de Dolores Duran, muitas vezes negligenciada em favor de seus parceiros musicais masculinos, a artista sentiu o chamado para resgatar sua voz e composições.

"O disco conta com canções que Dolores escreveu e que não tenham necessariamente ficado famosas na voz dela. Assim, é muito importante frisar que esse trabalho visa a reconexão do público", conta Rachel.

O álbum segue uma narrativa de onda, falando sobre um relacionamento por meio da organização das faixas. Dessa forma, o disco abre com "Falsos Amigos", uma canção que fala sobre uma pessoa em um relacionamento apaixonado, mas que não tem o apoio dos amigos.

Na sequência, "Por Causa de Você" chega como uma balada mais leve que fala sobre saudade e distância.

A terceira canção, "Olha O Tempo Passando" diz muito sobre ver o tempo passar num caminho sem volta. "Se É Por Falta de Adeus" já encaminha a narrativa para um término, onde o desabafo acontece.

Por fim, "Fim de Caso" coloca o ponto final nessa história, finalizando o disco com "Estrada do Sol", que fala sobre novos caminhos e um amanhecer depois da tempestade.

Mari Merenda é a participação ao lado de Rachel em "Estrada do Sol", Loreta Colucci participa de "Falsos Amigos", Zi Vasconcellos chega para "Fim de Caso" e, finalizando, Tamiris Silveira é quem toca o piano tanto em "Estrada do Sol" como também em "Olha o Tempo Passando".

Todas as artistas estudaram juntas na faculdade de música, reforçando a parceria e a conexão entre elas.  

"A Mari sempre esteve na minha mente nos três anos que eu tento fazer esse disco acontecer, ela tem uma musicalidade única. Já Loreta, a maneira que ela atua em cima das letras da Dolores foi uma coisa linda de se ver no estúdio. A Zi, amiga querida que acompanha esse projeto desde o começo, trouxe o arranjo das vozes de “Fim de Caso” junto comigo, e a Tamiris é a melhor pianista que eu conheço", diz.

A capa do álbum foi concebida pela própria Rachel como uma representação visual do conceito de fractal presente no título do projeto. A imagem representa uma fusão entre o rosto da artista e o de Dolores Duran, simbolizando a continuidade e interconexão entre as mulheres que moldaram a história da música brasileira. Assim, as linhas que se entrelaçam nos rostos das duas refletem a influência e inspiração. "Foi a maneira que encontrei de ilustrar como Dolores que foi tão importante na minha formação como cantora e pesquisadora", finaliza.