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Israel elimina grupo que estava a caminho de atentado terrorista

O ataque seria contra uma cidade israelense

Foto: FDI
O carro com os terroristas foi atingido por um míssel de Israel

O Exército de Israel divulgou um vídeo do momento do ataque ao carro onde estava Abdallah Abu Shalal, próximo ao campo de refugiados de Balata, na Cisjordânia.

Segundo o exército, Shalal era um terrorista procurado e liderava uma célula que estava a caminho de executar um ataque contra uma cidade israelense.

Foi o segundo ataque com drones na Cisjordânia realizado num intervalo de apenas sete horas.

Balata fica ao lado da cidade palestina de Nablus, na Cisjordânia. Caso a célula conseguisse cruzar a fronteira, estaria a apenas dez quilômetros da região metropolitana de Tel Aviv, onde vivem cerca de quatro milhões de pessoas.

A operação que resultou na morte de Abu Shalal foi realizada em conjunto pelo exército e pelo serviço de segurança interno Shin Bet.

Os serviços de segurança de Israel estão em alerta máximo na Cisjordânia onde o Hamas busca operacionalizar a chamada “convergência de arenas” com Gaza. Esta é a principal preocupação de Israel.

No início de janeiro, Israel matou Saleh Al-Arouri, o comandante de fato do braço armado do Hamas na Cisjordânia, que vivia em Beirute, no Líbano.

O ataque terrorista em Raanana, executado por dois palestinos de Hebron em 15 de janeiro, é a demonstração prática do que pode acontecer quando o Hamas consegue inflamar a população. Este é considerado o pior cenário para Israel: os chamados “lobos solitários” que resolvem executar ações por conta própria.

De acordo com os serviços de segurança de Israel, Abu Shalal foi responsável por uma série de ataques realizados no ano passado. Ainda segundo Israel, A infraestrutura terrorista no campo de Balata, em Nablus, recebeu financiamento e orientação de elementos no Irã, com a cooperação de membros na Faixa de Gaza e no exterior.

3 meses de guerra

Após mais de 90 dias de enfrentamentos, Israel e Hezbollah sobem degraus no conflito localizado que travam no norte de Israel/sul do Líbano. Israel matou duas lideranças de grupos terroristas em território libanês: Saleh Al-Arouri, o número dois do Hamas e comandante do braço armado do grupo na Cisjordânia, e Wissam Al-Tawil, um dos comandantes da força de elite militar do Hezbollah. O Hezbollah segue disparando contra o norte do país e desta vez atingiu uma casa matando dois civis israelenses em ação reivindicada pelo grupo.

Se os Estados Unidos buscam impedir a expansão do conflito – e mesmo as tentativas de Israel de forçar o recuo do Hezbollah por meio militar -, as autoridades israelenses parecem tentar encontrar uma saída intermediária; ou seja, nem um conflito ainda mais intenso e aberto contra a milícia xiita libanesa, nem a inatividade absoluta à espera de que alguma solução se apresente.

Antes disso, uma lembrança importante: Israel e Estados Unidos querem que a Resolução 1701 da ONU, que encerrou a Segunda Guerra do Líbano, em 2006, seja adotada. Esta resolução determina que abaixo do Rio Litani, localizado em território libanês e distante 20 quilômetros da fronteira com Israel, apenas duas únicas forças militares podem se estabelecer: o exército regular libanês e as tropas da ONU, a Unifil.

Desde 2006, o Hezbollah se aproximou da fronteira até chegar à situação atual de domínio da região. Os Estados Unidos têm enviado membros de alto escalão do governo ao Líbano e aos demais países do Oriente Médio em busca de apoio a este projeto diplomático para o distanciamento do Hezbollah.

Voltando à estratégia israelense, fica claro que os militares do país querem comunicar com suas ações que não haverá lideranças do Hezbollah seguras abaixo do Rio Litani. Wissam Al-Tawil não foi morto nas proximidades da fronteira, mas em Majdal Selm, cidade libanesa distante cerca de 14 qulômetros da fronteira.

A questão é que o Hezbollah deixa claro qual o seu papel no conflito atual. Ele é um ator que trabalha em nome dos objetivos do Hamas e do Irã. O Hamas agora atua em modo de sobrevivência. Quer o fim da guerra para se manter vivo, e quer se manter vivo para continuar a ser o governo na Faixa de Gaza. Se isso acontecer, irá declarar vitória sobre Israel, até porque os israelenses estabeleceram que os objetivo da guerra era 1) destruir o Hamas e 2) resgatar os reféns.

Apesar da grande destruição na Faixa de Gaza e do grande número de mortos civis, ao Hamas isso não é a preocupação. O grupo é o governo do território deste 2007, mas se preocupa mais com os seus próprios objetivos militares do que com a sociedade civil. É a partir desta visão que ele toma as decisões no campo de batalha e é a partir deste parâmetro que sua liderança irá analisar os resultados da guerra.