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Hamas diz aceitar acordo para libertar até 100 reféns em Gaza

Em troca, haveria um cessar-fogo limitado e a liberação de 300 palestinos presos em Israel

Segundo a agência de notícias France Press, um acordo está próximo de ser anunciado entre Israel e o Hamas para a libertação de 50 a 100 civis israelenses e estrangeiros mantidos sequestrados pelo grupo terrorista na Faixa de Gaza, em troca de um cessar-fogo limitando as operações aéreas e da liberação de 300 palestinos presos em Israel - mulheres e menores de idade.

"Estamos próximos de alcançar um acordo", afirmou o líder dos terroristas, Ismail Haniyeh, que vive no Catar, onde mediadores anunciaram que as negociações para a libertação dos reféns detidos na Faixa de Gaza “nunca estiveram tão perto de uma conclusão”.

Segundo dirigentes do Hamas citados pela emissora Al Jazeera, o acordo também permitiria a entrada em Gaza de até 300 caminhões de alimentos e ajuda médica.

No domingo (19 de novembro), o vice-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jon Finer, disse que Israel e Hamas estavam perto de um acordo. "As diferenças diminuíram", afirmou ele na ocasião.

Estima-se que o grupo fundamentalista ainda mantenha 240 reféns capturados nos atentados de 7 de outubro, quando 1,2 mil israelenses foram assassinados, em sua maioria civis. 

Fontes do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina - que também participaram nos ataques - confirmaram que os seus grupos concordaram com os termos de um acordo de trégua.

As FDI-Forças de Defesa de Israel permaneceriam na Faixa de Gaza durante o cessar-fogo. Um corredor humanitário fundamental ao longo da estrada Salah a-Din, que vai do norte ao sul de Gaza, permaneceria aberto para permitir que os residentes do norte fossem para o sul.

No entanto, as FDI não permitirão que os residentes evacuados regressem aos seus bairros durante o cessar-fogo. Os militares israelenses estão se preparando para garantir que o Hamas utilizem a extensa rede de túneis que escavou sob Gaza para enviar combatentes ao norte durante o cessar-fogo. Qualquer ameaça identificada às forças israelenses será imediatamente atacada.

O ministro da Educação, Yoav Kisch, disse à Rádio do Exército: “Não devemos apoiar um acordo que nos faria parar o esforço de guerra. O Hamas tentará dar-nos o menor número possível de reféns e criar uma realidade na qual não possamos continuar a pressioná-lo.”

As negociações sobre a libertação de reféns têm sido uma tarefa “sagrada”, assegurou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, às famílias dos sequestrados na noite dessa segunda-feira (20), depois de se reunir com eles junto com o Gabinete de Guerra de Israel no quartel-general militar.

Nessa segunda-feira a presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, encontrou-se no Catar com o líder dos terroristas do Hamas, Ismail Haniyeh, a fim de “avançar nas questões humanitárias” relacionadas ao conflito.