Mundo

São 3 os brasileiros assassinados em Israel pelos terroristas do Hamas

Eles foram assassinados enquanto se divertiam em uma festa pela paz

Foto: Redes sociais | Reprodução
Karla Stelzer Mendes, de 42 anos

O Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty -  confirmou, nesta sexta-feira (13), a morte da brasileira Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, durante atentados realizados pelo Hamas no sul de Israel, a partir do dia 7 de outubro.  

É a terceira morte de brasileiros confirmada nos atentados ocorridos em Israel.  

O governo brasileiro também já havia confirmado as mortes de Bruna Valeanu, de 24 anos, e de Ranani Nidejelski Glazer.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores diz: "O governo brasileiro lamenta e manifesta seu profundo pesar com a morte da cidadã brasileira Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, terceira vítima fatal (sic) brasileira dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro em Israel. Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Karla, o Governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil."

A morte (ou falecimento, como inicialmente chamou o Itamaraty) dos 3 brasileiros se deu em uma chacina promovida por um grupo terrorista, o Hamas, que matou jovens, mulheres, crianças e idosos desarmados, pelo menos 250 deles enquanto se divertiam em uma festa pela paz.

O evento era uma edição local do Universo Paralello, criado em Goiás pela família do DJ Alok e realizado anualmente em uma praia da Bahia. Juarez Petrillo, pai e Alok, estava no local. Com o nome artístico de  DJ Swarup, havia sido contratado para se apresentar no o festival, organizado por uma empresa isralense, que pagou para usar o nome e o modelo do festival brasileiro.

Havia cerca de 3 mil jovens no local, um dos primeiros locais invadidos.

As brasileiras Karla Stelzer e Bruna Valeanu, mortas pelos terroristas do Hamas
Foto: Redes sociais | Reprodução

O gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, foi o primeiro brasileiro encontrado morto. O Exército de Israel foi até a casa do pai de Ranani, que mora em Israel, para confirmar a morte do brasileiro.

A brasileira Bruna Valeanu, que estava na festa, também foi encontrada morta pelo Exército de Israel. Ela se escondeu em uma área de mato, mas foi cercada pelos terroristas em caminhonetes, tanques e motos.. 

Bruna Valeanu, de 24 anos, nasceu no Rio de Janeiro e se mudou em 2015 para Israel, onde estudava Comunicação e Sociologia e Antropologia na Universidade de Tel Aviv. 

Brasileiros resgatados

Sessenta e nove pessoas voltaram nesta sexta-feira (13) ao Brasil no terceiro voo de repatriação de brasileiros que estavam em Israel, como parte da Operação Voltando em Paz. O KC-390 Millenium, da Força Aérea Brasileira (FAB), pousou às 6h07 em Recife. 

Segundo a FAB, na capital pernambucana, desembarcaram cinco passageiros. Em vídeo divulgado pela Força Aérea, é possível ver pessoas se abraçando no pátio da Base Aérea de Recife, comemorando a volta dos passageiros ao Brasil. 

O avião segue agora para a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, com previsão de chegada por volta de meio-dia. 

Até o momento, quase 500 brasileiros já retornaram do solo israelense nos três voos organizados pelo governo brasileiro desde o início dos confrontos entre o Hamas, grupo político e militar que controla a Faixa de Gaza, e Israel.

Há ainda outras aeronaves se preparando para repatriar brasileiros. Um avião KC-30 (Airbus A330) já decolou de Roma, na Itália, às 10h18, no horário local (às 5h18, horário de Brasília), com destino a Tel Aviv, capital de Israel e onde fica o Aeroporto Internacional Ben Gurion. 

A FAB também se prepara para fazer a primeira repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Uma aeronave VC-2 (Embraer 190) está pronta, no Aeroporto de Roma, aguardando sinal verde das autoridades egípcias para a operação.  

O avião pousará no Egito, já que a expectativa é que os brasileiros saiam pelo posto de fronteira de Rafah, que conecta Gaza com a Península do Sinai, no território egípcio.  

Em entrevista à TV Brasil, o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, afirmou que pelo menos 22 brasileiros que estão em Gaza e manifestaram desejo de sair. 

O maior desafio, segundo ele, é conseguir fazer a travessia terrestre pela fronteira com o Egito, o único ponto de passagem para sair de Gaza. 

“São circunstâncias excepcionalmente complexas, para não dizer, dramáticas”, reconheceu.


Brasileiros terão que atravessar a cidade de Rafah para chegar ao Egito, aonde um avião da Força Aérea Brasileira os aguardará. - Arte/ABR

A travessia deve ser dar pela passagem de Rafah, uma cidade palestina no extremo sul de Gaza, na divisa com o Sinai, no Egito. O problema é que, de acordo com embaixador, a fronteira está fechada porque o posto de controle do lado palestino foi bombardeado três vezes essa semana. "Não há como passar, por enquanto", admitiu. Outros países, como Reino Unido, França e Estados Unidos, também estão tentando evacuar seus cidadãos de Gaza pelo Egito.