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Israel ataca aeroportos na Síria e impede ajuda do Irã a terroristas

Os aeroportos de Aleppo e Damasco foram bombardeados

Foto: Ziad Taleb | ONU
Na Faixa de Gaza, as ruas estão em ruínas, após ataques aéreos de Israel

Segundo a imprensa estatal síria, os ataques de Israel realizados nesta quinta-feira (12 de outubro) contra os aeroportos de Aleppo e Damasco deixaram ambos fora de operação, com as pistas de pouso danificadas pelos ataques.

Israel não comenta os ataques que realiza contra a Síria. Ao longo dos anos, o país já realizado centenas de ataques à Síria em busca de impedir o fornecimento de armas e equipamentos do Irã aos terroristas do grupo Hamas.

As forças de defesa de Israel intensificaram os preparativos para uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. Os militares disseram haver sinais de que o Hamas estava se preparando para um conflito prolongado com Israel.

O tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz militar israelense, disse aos repórteres na quinta-feira que as forças “estão se preparando para uma manobra terrestre, se for decidida”, mas que a liderança política ainda não deu a ordem.

Enquanto isso, funerais são realizados em todo o país para soldados e civis (homens, mulheres, crianças, idosos e centenas de jovens assassinados no sábado, dia 7).

Cerco

Segundo agências humanitárias da ONU, a Faixa de Gaza está à beira de ficar sem alimentos, água, eletricidade e suprimentos essenciais. No momento, nenhuma ajuda do exterior pode passar para os 2,3 milhões de residentes do local.

Uma crise hídrica está prestes a afetar os abrigos de emergência da Unrwa e em toda a Faixa de Gaza devido à infraestrutura danificada, à falta de eletricidade necessária para operar bombas e usinas de dessalinização e ao fornecimento limitado de água no mercado local. 

Segundo a agência, o bloqueio total na Faixa de Gaza pelas autoridades israelenses resultou na interrupção do abastecimento de combustível e água. 

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, em parceria com a Unrwa, já distribuiu comida para 175 mil dos 340 mil palestinos deslocados após o início dos bombardeios na Faixa de Gaza.

A agência sublinhou que suas reservas de ajuda alimentar estão acabando e apelou por acesso urgente para a entrada de ajuda humanitária.

Em nota separada, especialistas independentes da ONU condenaram “a violência direcionada e mortal dirigida a civis em Israel e os ataques violentos e indiscriminados contra civis palestinos em Gaza”.

O grupo também disse que o reforço do bloqueio “ilegal” no território palestino “terá impactos devastadores sobre toda a população civil”. 

Os especialistas condenaram “veementemente os crimes horríveis cometidos pelo Hamas, o assassinato deliberado e generalizado e a tomada de reféns de civis inocentes, incluindo idosos e crianças.” 

Segundo a nota, “estas ações constituem violações hediondas do direito internacional” e devem ser respondidas com “responsabilização urgente”.

Os relatores especiais também condenaram “veementemente os ataques militares indiscriminados de Israel contra o já exausto povo palestiniano de Gaza, incluindo mais de 2,3 milhões de pessoas, quase metade das quais são crianças.” 

De acordo com os especialistas da ONU, “isso equivale a uma punição coletiva”.

“Não há justificativa para a violência que atinge indiscriminadamente civis inocentes, seja por parte do Hamas ou das forças israelenses. Isto é absolutamente proibido pelo direito internacional e constitui um crime de guerra”, diz a nota.

Uma Força-Tarefa Emergência foi criada para explorar soluções para o abastecimento de água potável nos abrigos da Unrwa, em coordenação com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef e o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha.

Lula

No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog, nesta quinta-feira. Em postagem nas redes sociais, Lula afirmou ter agradecido o apoio para a operação de retirada dos brasileiros de Israel, além de ter reiterado a condenação brasileira aos ataques promovidos pelo grupo Hamas, que o presidente classificou como atos terroristas. 

Em Israel, o sistema de governo é parlamentarista. O presidente é o chefe de Estado, eleito pelo Parlamento do país. O Poder Executivo é exercido pelo primeiro-ministro, o chefe de governo, escolhido entre o partido ou coalizão que obtenha a maioria das cadeiras no Legislativo. Atualmente, esse cargo é ocupado por Benjamin Netanyahu.