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Projeto 'Danças negras e periferia' começa com oficinas e bate-papo

O projeto inclui Dança de Reis e Rainhas, Danças Negras Periféricas e Dança Afro Contemporânea

Foto: Pixabay/Creative Commons
A capoeira, dança-luta

O Núcleo Artístico de Favela (NAF), em parceria com o Coletivo Negritude Sussuarana, lançou o projeto "Danças Negras e Periferia - Intersecção do Bicentenário e Suas Conexões", iniciativa que visa promover o diálogo sobre conduta social e racial, enquanto estimula o reconhecimento e valorização das identidades étnicas e culturais nas comunidades periféricas de Salvador. 

O projeto engloba uma série de atividades artísticas e culturais neste mês, que incluem oficinas nesse sábado (7 de outubro), às 16h (Casa do Povo); 10, às 10h (Colégio Estadual Ruth Pacheco); 18, às 10h (Colégio Estadual, São Daniel Comboni) e um bate-papo no dia 27, às 19h, com participação da comunidade.

Os responsáveis transformarão os registros das ações artísticas realizadas em uma mostra final, que servirá de referências futuras.

As três oficinas de dança - Dança de Reis e Rainhas, Danças Negras Periféricas, com destaque no pagode baiano e brega funk, e Dança Afro Contemporânea, ressaltando o samba de roda - são voltadas para aproximadamente 30 jovens, com idades entre 14 e 35 anos, em cada oficina, têm como público alvo moradores das comunidades periféricas de Salvador. 

Além disso, uma roda de conversa sobre a "Intersecção do Bicentenário nas Danças Negras e Suas Conexões com a Periferia" será realizada, com a participação de cerca de 60 pessoas, de forma presencial e virtual. 

O projeto também apresentará em novembro uma mostra artística itinerante com o resultado das oficinas na XXI Caminhada da Consciência Negra, com expectativa de aproximadamente 600 espectadores.

Salvador, com cerca de 2,9 milhões de habitantes, é majoritariamente habitada por pessoas de origem negra. No entanto, muitos ainda não compreendem a importância de abraçar sua própria história e valorizar sua identidade. Os bairros periféricos enfrentam sérios desafios sociais, como a falta de preservação das tradições étnicas e culturais e a escassez de oportunidades de qualificação profissional. Os jovens, em particular, são os mais afetados, muitas vezes sem perspectivas de futuro.

O “Danças Negras e Periferia” busca promover uma relação criativa e de fortalecimento através da dança e da reflexão teórica. O projeto ainda tem o intuito de romper com as barreiras do preconceito identitário e encorajar a expressão cultural nas comunidades periféricas da capital baiana. 

Parte fundamental do projeto é a interação com as escolas da rede pública de ensino, por meio da criação de material audiovisual que documentará o desenvolvimento das ações do projeto. Esse material será exibido nas escolas, ajudando a conscientizar os alunos sobre a importância da história e da cultura negra, bem como incentivando sua participação nas oficinas e rodas de conversa oferecidas pelo projeto.

O "Projeto Danças Negras e Periferia" foi contemplado pelo Edital Diálogos Artísticos - Bicentenário da Independência na Bahia e tem apoio financeiro da Fundação Cultural da Bahia, unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Funceb/SecultBa).