Televisão

Um em cada três brasileiros é evangélico

Afirma antropólogo Juliano Spyer no Provoca

Foto: Margareth Dias
Provoca

Nesta terça-feira (5/9), o Provoca recebe o antropólogo digital, escritor e educador Juliano Spyer, autor, dentre outros, do livro Povo de Deus, finalista do Prêmio Jabuti em 2021. No programa, apresentado por Marcelo Tas, entre os assuntos, ele fala sobre dois de seus campos de estudos: redes sociais e o cristianismo evangélico. Inédito, vai ao ar às 22h, na TV Cultura.

Ao falar sobre os evangélicos, Tas provoca o antropólogo ao questionar: “Você já disse que o crescimento evangélico é o fenômeno de massas mais importante da última década. É mais do que a internet?”. E Spyer responde que não é mais importante por conta da quantidade de pessoas, “o que até poderia ser porque um em cada três brasileiros é evangélico. O que é importante é o quanto as pessoas estão em posição de liderança ignoram [este fenômeno]. (...) Eles estão perdendo, do ponto de vista político, eleitores, e do ponto de vista do mercado, consumidores”.

Ainda sobre o assunto, Spyer explica que o crescimento dos evangélicos já apontava desde os anos 70. Sendo assim, não é possível cravar que a mudança na forma de comunicação e os avanços tecnológicos são causa deste aumento no número de fiéis. “Mas a partir dos anos 2000 em diante, quando tem o surgimento do Facebook, Orkut, Twitter, Instagram, Wikipedia (...) tudo o que existe no mundo e está em contato com esse fenômeno passa a ser diretamente influenciado por ele”, destaca.

Em relação às mudanças que aconteceram no universo digital, o antropólogo afirma: “Parece que a gente, ao mesmo tempo, vive mais e envelhece mais também. Porque você se sente tantas vezes menos próximo do que está acontecendo, muito fora (...)”.

E comenta que ele, particularmente, se esforçou para estar no Tik Tok. “Esse tipo de rede, é natural que seja habitado por pessoas novas, que encontram ali espaços distantes das pessoas que controlam as vidas delas, os pais, por exemplo. Então você muda do Facebook pro Instagram porque seus pais não estão lá, daí seus pais seguem. Aí você vai do Instagram pro Snapchat. (...) Daí você vai pro Tik Tok e a gente fica nessa corrida, com isso, né? Com essa sensação de que tudo que você tem não é suficiente", finaliza.