O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), entrou com uma representação no Ministério Público contra o ex-deputado federal Jean Wyllys, a quem acusa de homofobia, preconceito e discriminação.
O ex-deputado criticou a decisão do governo gaúcho de manter as 18 escolas cívico-militares mesmo após o fim do programa, decidido pelo Ministério da Educação. "Que governadores héteros de direita e extrema direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico, então... Tá feio, bee!", postou Wyllys no Twitter.
A resposta de Eduardo Leite foi: ""Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância."
Nesta quinta-feira (2- de julho), Eduardo Leite divulgou um vídeo em que justifica sua decisão de recorrer à Justiça: "Não interessa se é da direita ou da esquerda. Não interessa a cor da bandeira que carrega. O que importa é que homofobia, preconceito, discriminação não podem ser tolerados. A sociedade que a gente defende é uma sociedade de respeito, de tolerância, em que as pessoas sejam julgadas pelo seu caráter, pela sua capacidade, pela sua honestidade, não pela cor da pele, não pela crença religiosa, não pela orientação sexual. Homofobia, venha do lado que vier, preconceito e discriminação, venha do lado que vier, da cor da bandeira que cada um segurar, não pode ser tolerado e por isso eu faço essa representação junto ao Ministério Público".
O promotor de Justiça David Medina da Silva considera que Jean Wyllys - "de forma criminosa" - ultrapassou os limites da liberdade de expressão, ofendendo a dignidade e o decoro do Governador do Estado.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul solicitou que a Justiça determine a quebra de sigilo de dados do ex-deputado federal.