A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que a Polícia Federal repasse as informações sobre a hostilização sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a agressão contra seu filho no aeroporto internacional de Roma, capital da Itália.
Em comunicado, citado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a PGR explica que o procurador-geral Augusto Aras está no exterior, mas enviou mensagens a Moraes assim que soube do ocorrido.
Além disso, "considera repulsiva essa agressão, que se agrava, segundo ele, ao atingir a família do ministro".
Na última sexta-feira (14), Moraes foi atacado no aeroporto de Fiumicino por três brasileiros, identificados como Andréia e Roberto Mantovani e Alex Zanatta Bignotto, ao retornar da Universidade de Siena, onde realizou uma palestra no Fórum Internacional de Direito.
Andréia xingou o ministro de "bandido, comunista e comprado", enquanto Mantovani agrediu fisicamente o filho de Moraes. Já Bignotto também proferiu palavras de baixo calão. O trio deve responder pelos crimes de agressão, injúria e difamação.
Hoje, Bignotto prestou depoimento na delegacia da PF de Piracicaba, em São Paulo, e negou todas as acusações, segundo seu advogado de defesa. "Ele em absoluto fez qualquer ofensa ao ministro, mas nós estaremos esclarecendo isso nos autos e tudo será muito bem esclarecido no curso das investigações", disse Ralph Tórtima Stettinger Filho, que representará também os outros dois acusados, à imprensa.
Por sua vez, o casal Mantovani também foi intimado hoje, mas alegou uma viagem e, por isso, não seria possível comparecer à delegacia. Eles devem ser ouvidos na próxima terça-feira (18).
De acordo com a imprensa brasileira, a PF acionou o adido da polícia em Roma para as tratativas com as autoridades italianas. Um acordo de cooperação internacional entre os países também deve garantir o acesso às imagens do dia da agressão.
Solidariedade
Após o episódio, diversas personalidades e políticos prestaram solidariedade a Moraes. O presidente da Câmara, Arthur Lira, ressaltou que "democracia se faz com debate e não violência".
"Minha solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua família agredida no aeroporto de Roma. É inaceitável que se use o argumento de liberdade de expressão para agredir, ofender e desrespeitar autoridades constituídas. Isso não pode continuar", escreveu.
Já o líder do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que "atos de hostilidade como os que sofreram o ministro Alexandre de Moraes e sua família, ontem, são inaceitáveis". "Mais do que criminoso e aviltante às pessoas, às instituições e à democracia, esse tipo de comportamento mina o caminho que se visa construir de um país de progresso, civilizado e pacífico", continuou ele.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, também prestou solidariedade, bem como o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, o advogado-geral da União, Jorge Messias, entre outros.