Bahia

IBGE: Bahia tem quarta maior população do País (SP lidera)

Salvador é capital com maior perda de população

Foto: IBGE
O crescimento da população baiana

O Censo Demográfico 2022 contou uma população de 14.136.417 habitantes na Bahia, na data de referência de 31 de julho de 2022. 

O estado se manteve como o 4o mais populoso do Brasil, posto que ocupa desde o Censo de 1980, atrás de São Paulo (44.420.459 habitantes em 2022), Minas Gerais (20.538.718) e Rio de Janeiro (16.054.524). 

Teve, porém, o 3o menor crescimento populacional do país, entre os Censos de 2010 e 2022: 0,9% ou mais 119.511 pessoas em 12 anos. A taxa de crescimento geométrica do estado foi de 0,07% por ano, nesse período. Ela equivaleu a 1/10 da taxa de crescimento médio anual verificada entre os Censos de 2000 e 2010, que havia sido de 0,70%.

Entre 2010 e 2022, a população da Bahia cresceu muito menos do que a do Brasil como um todo, a taxas maiores apenas do que as registradas nos estados de Alagoas (0,2% em 12 anos ou média de 0,02% ao ano) e Rio de Janeiro (0,4% em 12 anos ou 0,03% ao ano). 

Segundo o Censo Demográfico, em 31 de julho de 2022, o Brasil tinha 203.062.512 habitantes, 6,5% a mais do que em 2010, o que representou mais 12.306.713 pessoas em 12 anos. A taxa de crescimento geométrica do país foi de 0,52% ao ano. 

Os estados com as maiores taxas de crescimento populacional frente ao Censo de 2010 foram Roraima (aumento de 41,3% na população em 12 anos, equivalendo a uma taxa de crescimento geométrica de 2,92% ao ano), Santa Catarina (21,8% em 12 anos ou 1,66% ao ano) e Mato Grosso (20,5% em 12 anos ou uma média anual de 1,57%).

Santa Catarina também teve destaque nacional no aumento absoluto do número de habitantes. São Paulo, estado mais populoso do país, liderou nesse indicador, com mais 3.158.260 moradores entre 2010 e 2022, mas Santa Catarina veio em 2o lugar (mais 1.361.165 pessoas). Goiás ficou com o 3o maior crescimento absoluto (mais 1.051.440 pessoas em 12 anos). 

Bahia, com mais 119.511 pessoas em 12 anos, teve apenas o 22o crescimento absoluto entre os 27 estados - ou o 6o mais baixo.

Além da 4a maior população recenseada, a Bahia também teve o 4o maior número de domicílios visitados pelo Censo 2022: 6.873.605. Frente a 2010, esse total cresceu 35,7%, o que representou mais 1.809.235 residências em 12 anos.

Embora tenha sido expressivo e acima do verificado nacionalmente, o crescimento percentual do número de domicílios na Bahia foi apenas o 20o dentre os 27 estados. 

No Brasil como um todo, foram recenseados, em 2022, 90.688.021 domicílios, 34,2% a mais do que em 2010 (mais 23.118.333 residências). Roraima (+53,7%, chegando a 211.862 domicílios), Amazonas (+44,8%, indo a 1.307.114) e Goiás (+44,8%, chegando a 3.211.145) tiveram os maiores aumentos percentuais, enquanto Rio de Janeiro (+25,3%, indo a 7.714.983 domicílios), Rio Grande do Sul (+25,6%, chegando a 5.327.241) e São Paulo (+32,0%, indo a 19.640.954 domicílios) tiveram os crescimentos mais tímidos.

Dos 6.873.605 domicílios visitados pelos recenseadores na Bahia, 5.086.813 (74,0%) eram particulares permanentes ocupados (onde morava alguém), 1.097.674 (16,0%) estavam vagos (não tinham moradores) e 675.284 (9,8%) eram de uso ocasional (onde as pessoas não moram, mas podem passar algum tempo eventualmente, como casas de praia/veraneio/de campo, sítios etc.). 

Todas as espécies de domicílios mostraram crescimento frente ao Censo de 2010: o número de ocupados aumentou 23,9%, o de vagos cresceu 78,1% e o de uso ocasional pouco mais que dobrou, aumentando 102,3%. Mesmo aumentando, os domicílios ocupados perderam participação no total (de 81,1% do total, em 2010, para 74,0% em 2022), enquanto os vagos (de 12,2% para 16,0%) e os de uso ocasional (de 6,6% para 9,8%) ganharam participações.

Com o aumento do número de domicílios ocupados (+23,9%) num ritmo muito superior ao da população (+0,9%), a Bahia viu a média de moradores por residência no estado recuar de 3,4 em 2010 para 2,8 em 2022. Esse movimento foi generalizado: ocorreu para o Brasil como um todo, onde a média de moradores por domicílio caiu de 3,3 para 2,8, e em todos os estados. 

A Bahia teve o 2o maior recuo proporcional no número médio de moradores por domicílio, entre os Censos 2010 e 2022 (-18,8%). A queda só foi menor do que a registrada em Sergipe (-19,3%, de 3,5 para 2,8). Já a redução absoluta da média de moradores por domicílio na Bahia (-0,64) foi a 8a mais intensa. Estados como Maranhão, Pará e Amazonas, que estavam entre as maiores médias em 2010, também foram os que mostraram as maiores reduções absolutas. 

Assim, a Bahia, que tinha a 11a maior média de moradores por domicílio do país no Censos de 1991 (4,7) e de 2000 (4,1), caiu para a 15a em 2010 (3,4) e para 19a em 2022 (2,8). 

Na Bahia, dentre os 5.086.813 domicílios particulares ocupados (onde morava alguém) visitados pelos recenseadores, ao longo dos dez meses de coleta (agosto/22 a maio/23), não foi possível aplicar o questionário do Censo em 116.045, o que equivaleu a uma taxa de não resposta de 2,28%. Nessas residências, nenhum/a morador/a foi encontrado/a após inúmeras tentativas ou houve recusa em responder.

O percentual de não resposta no estado foi menor do que o verificado nacionalmente (4,24%) e o 6o mais baixo. Paraíba (1,61%), Roraima (1,76%) e Piauí (2,08%) tiveram as menores taxas de não resposta, enquanto São Paulo (8,12%), Rio de Janeiro (4,51%) e Mato Grosso (4,33%) tiveram as maiores.

Dentre os 116.045 domicílios baianos onde não foi possível realizar o Censo 2022, houve recusa dos moradores em responder em 51.071, o que correspondeu a 1,0% de todos os domicílios particulares ocupados do estado. 

Embora tenha fica abaixo da registrada no Brasil como um todo (1,38%), a taxa de recusa baiana foi a 14a entre os 27 estados. Acre (0,55%), Paraíba (0,57%) e Roraima (0,71%) tiveram as menores taxas de recusa, enquanto São Paulo (2,34%), Rio de Janeiro (1,81%) e Distrito Federal (1,71%) tiveram as maiores. 

Assim como já tinha feito na Contagem de População de 2007 e no Censo de 2010, o IBGE realizou uma imputação da população residente nos domicílios ocupados que não responderam ao Censo 2022. Ou seja, com base no perfil de domicílios semelhantes e que tiveram os dados coletados, foram replicadas as informações sobre número de moradores e demais variáveis do questionário do universo, para as residências sem resposta. 

Na Bahia, a imputação respondeu pela inclusão de 293.693 pessoas na população total.

Salvador é capital com maior perda de população

Salvador tinha, em 31 de julho de 2022, 2.418.005 habitantes, segundo o Censo Demográfico. Com uma redução de 9,6% na sua população frente a 2010, o que representou menos 257.651 moradores em 12 anos, a capital baiana passou a ser o 5o município mais populoso do Brasil. 

No Censo 2010, Salvador havia sido o 3o município mais populoso do país, mas, ao longo da década seguinte, perdeu posições para Brasília/DF (2.817.068 habitantes em 2022) e Fortaleza/CE (2.428.678).

A queda percentual na população de Salvador entre 2010 e 2022 (-9,6%) foi a maior entre as 27 capitais e a segunda mais intensa entre todos os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, abaixo apenas da registrada em São Gonçalo/RJ (-10,3%). A capital baiana teve ainda a maior redução absoluta de população dentre todos os municípios brasileiros (menos 257.651 pessoas).

A população soteropolitana em 2022 também era menor (-1,0% ou menos 25.102 pessoas) do que a verificada 22 anos antes, no Censo 2000, quando 2.443.107 habitantes tinham sido contados no município.

A taxa média geométrica anual de crescimento populacional de Salvador, entre os Censos de 2010 e 2022 ficou em -0,84%.

Dos 20 municípios mais populosos do Brasil, em 2022, 17 eram capitais, lideradas por São Paulo/SP (11.451.245 pessoas), Rio de Janeiro/RJ (6.211.423 pessoas) e Brasília/DF (2.817.068 pessoas). As únicas cidades que não eram capitais nesse ranking eram Guarulhos/SP (13a posição, com 1.291.784 pessoas, +5,7% frente a 2010), Campinas/SP (14a, com 1.138.309, +5,4%) e São Gonçalo/RJ (18a, com 896.744, -10,3%). 

Apesar de ter a 5a maior população do país, o município de Salvador se manteve, em 2022, com o 3o maior número de domicílios recenseados: 1.212.328, num crescimento de 25,9% frente a 2010 - o que representou mais 249.617 residências em 12 anos. Apenas São Paulo/SP (4.996.495 domicílios) e Rio de Janeiro/RJ (2.920.302) tinham mais domicílios do que a capital baiana. 

Dos 1.212.328 domicílios recenseados em Salvador, 958.680 eram particulares ocupados (79,1% do total, 5o menor percentual entre as capitais), 198.924 estavam vagos (16,4%, 2o maior percentual dentre as capitais) e 53.200 eram de uso ocasional (4,4% do total).

Assim como ocorreu na Bahia como um todo, o crescimento do número de domicílios ocupados associado à redução numérica da população fez a média de moradores por residência na capital baiana chegar a 2,5 em 2022, frente a 3,1 em 2010. A queda percentual em Salvador foi a mais intensa (-19,0%) e a média soteropolitana de moradores por domicílio em 2022 foi a 3a mais baixa entre as capitais - acima apenas das verificadas em Porto Alegre/RS (2,37) e Florianópolis/SC (2,43).

Em Salvador, 3,26% dos domicílios particulares ocupados não responderam ao Censo, representando um total de 31.246 residências. Foi a 7a menor taxa de não resposta entre as capitais brasileiras. São Paulo/SP (13,44%), Fortaleza/CE (7,10%) e Rio de Janeiro/RJ (56,02%) tiveram as maiores taxas; Rio Branco/AC (1,56%), Boa Vista/RR (2,20%) e Curitiba/PR (2,73%) tiveram as menores.

Entre os Censos de 2010 e 2022, 229 municípios baianos, o que representa mais da metade do total (54,9% dos 417), tiveram reduções nas suas populações. A diminuição no número de habitantes foi bem mais disseminada no estado do que entre os Censos de 2000 e 2010, quando 146 dos 415 municípios que existiam nos dois anos (35,2%) viram seus totais de moradores caírem.

Em termos proporcionais, as maiores quedas de população, entre 2010 e 2022, ocorreram em Caatiba (-45,7% no período, chegando a 6.205 habitantes), Ubatã (-35,6%, indo a 16.111 pessoas) e Gongogi (-33,6%, ficando com 5.549 habitantes). Em termos absolutos, Salvador liderou (menos 257.651 pessoas entre 2010 e 2022), seguida por Itabuna (-17.959 pessoas, indo a um total de 186.708) e Candeias (-10.776, chegando a 72.382 habitantes)

Mas a Bahia também teve destaque nacional com um município que esteve entre os líderes em crescimento da população. 

Com um aumento de 79,5% no número de habitantes (mais 60.105 pessoas), entre 2010 e 2022, Luís Eduardo Magalhães, no Oeste, chegou a uma população de 107.909 moradores recenseados. Foi a cidade com a maior taxa de crescimento da Bahia e teve a 3a maior taxa de crescimento entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Nacionalmente, perdeu apenas para Senador Canedo/GO (+84,3%) e Fazenda Rio Grande/PR (+82,3%). 

Luís Eduardo Magalhães também foi um dos 33 municípios brasileiros que pelo menos duplicaram o total de domicílios entre 2010 e 2022. Ficou em 27o lugar, subindo de 21.834 para 44.740 residências recenseadas no período (+104,9%).

Na Bahia, abaixo de Luís Eduardo Magalhães, as maiores taxas de crescimento populacional ficaram com municípios pequenos: Nordestina (+48,8%, chegando a 18.402 habitantes em 2022) e Rodelas (+32,6%, indo a 10.308 pessoas). 

Já em termos absolutos, as cidades que mais agregaram população ao estado, entre 2010 e 2022, foram Vitória da Conquista (mais 64.002 pessoas, indo a 370.868 habitantes), Feira de Santana (+59.637 pessoas, chegando a um total de 616.279) e Camaçari (+56.609, indo a 299.579 habitantes). Luís Eduardo Magalhães veio logo em seguida, com o 4o maior aumento absoluto de população, na Bahia, entre os Censos de 2010 e 2022 (+47.804 pessoas).

Porto Seguro e Barreiras entraram no ranking dos 10 municípios mais populosos da Bahia

Segundo os dados dos Censos, oito dos dez maiores municípios baianos, em termos de população, permaneceram os mesmos em 2010 e 2022. Eles foram liderados em ambos os anos, por Salvador, com 2.418.005 habitantes, Feira de Santana (616.279), Vitória da Conquista (370.868) e Camaçari (299.579), que também mantiveram as quatro primeiras posições. 

Em seguida, em 2022, vinham Juazeiro (235.816 habitantes), que subiu de 6º para 5º lugar, e Lauro de Freitas (203.334 habitantes), que também subiu de 8º para 6º (em 2022). O ranking seguia com Itabuna (186.708 habitantes), que caiu da 5a para a 7a posição, e Ilhéus (178.703 habitantes), que passou de 7o para 8o município mais populoso da Bahia. 

A novidade nesse grupo foi a entrada, em 2022, dos municípios de Porto Seguro (167.955 habitantes), na 9a posição, e de Barreiras (159.743 pessoas), na 10a. Em 2010, eles ocupavam respectivamente, a 13a e a 12a posições entre os mais populosos do estado. 

Porto Seguro e Barreiras entraram nos lugares de Jequié (158.812 moradores em 2022) e Alagoinhas (151.065 pessoas), que, apesar de terem crescido entre 2010 e 2022, deixaram o ranking do 10 municípios mais populosos da Bahia. 

Tanto em 2010 quanto em 2022, o menor município baia no, em termos de população recenseada, era Catolândia, com 3.434 pessoas neste último Censo.

Em 2022, a Bahia continuava a ser um estado com ampla predominância de municípios de menor porte populacional. 

Segundo o Censo Demográfico, 6 em cada 10 cidades baianas tinham até 20 mil habitantes: 257 das 417 ou 61,6% do total. Cerca de 3 em cada 10 municípios baianos tinham mais de 20 mil até 100 mil habitantes: 142 de 417 (34,1%). E apenas 18 municípios (4,3% dos 417) tinham mais de 100 mil moradores, 2 dos quais tinham mais de 500 mil: Salvador Feira de Santana.

A distribuição dos municípios por porte populacional praticamente não mudou em relação ao Censo 2010. Houve crescimentos muitos discretos nos totais de cidades nos extremos: as pequenas (até 20 mil habitantes) passaram de 248 para 257 (mais 9), enquanto as maiores (mais de 100 mil moradores) passaram de 16 para 18 (mais 2). Por outro lado, o grupo dos municípios de médio porte (mais de 20 mil e menos de 100 mil habitantes) se reduziu, de 153 para 142.

Entre as mudanças de faixa populacional, frente ao Censo 2010, destacam-se as entradas de Luís Eduardo Magalhães (107.909 habitantes em 2022) e Santo Antônio de Jesus (103.055 habitantes em 2022) no grupo dos municípios com mais de 100 mil habitantes; e as quedas de Cravolândia (4.415 moradores em 2022), Santa Cruz da Vitória (4.681 habitantes) e Firmino Alves (4.873 habitantes) , para o grupo de menores municípios, com até 5 mil habitantes.