O setor brasileiro de cosméticos começou o ano de 2023 com o pé direito. Os negócios devem dar continuidade a uma trajetória de crescimento registrada no ano passado. Desde o aumento em relação ao consumo e à intenção de compras, passando por sucesso internacional com exportações e aberturas de novos estabelecimentos, os números são positivos. 

O mercado de cosméticos do país inclui produtos para cabelo, maquiagem, fragrâncias, perfumes, cuidados com a pele, produtos de higiene e cosméticos orais. 

Conforme pesquisas da NielsenlQ/Ebit realizadas no primeiro semestre de 2022, o mercado de cosméticos no Brasil contou com crescimento de 24% em relação a 2021. Com isso, passou a ocupar o segundo lugar em termos de aumento na intenção de compras de produtos do setor de beleza e autocuidado. 

Esse segmento da economia brasileira passava por uma expansão antes da pandemia, sofreu com o lockdown, mas retomou o crescimento. Em 2019, estudos da Euromonitor International mostravam um forte avanço do setor, que já alcançava um volume de R$ 45 bilhões em negócios no Brasil.

A cifra levou o país a ocupar a quarta colocação no ranking de nações que mais consomem esse tipo de produto, ficando atrás somente dos EUA, China e Japão.

Como um dos líderes em número de lançamentos no setor, a estimativa é que o país continue ocupando as primeiras posições do ranking nos próximos anos. Até 2030, a expectativa é de uma taxa anual de crescimento de até 4,76%, segundo previsões da Goldstein Research em artigo publicado na Revista H&C — Household & Cosméticos. 

Exportações chamam atenção pelo sucesso internacional 

Em 2022, a indústria brasileira de higiene e beleza registrou um crescimento de 14% em exportações quando comparada ao ano anterior. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), os embarques para fora do país alcançaram US$ 445,3 milhões entre janeiro e julho. 

Marcas como Sweet Hair Professional, Natura Cosméticos, Felps Professional, Grupo Boticário, Maturità Cosméticos e Goz Cosméticos são alguns dos nomes nacionais que fazem sucesso em outros países. Elas oferecem produtos que trazem tendências cada vez mais presentes no mercado, como inovação, multifuncionalidade, qualidade e sustentabilidade. 

Em 2022, a Natura, parte do grupo Natura &Co, foi reconhecida pelo segundo ano consecutivo como a marca de cosméticos mais forte do mundo, de acordo com o relatório Brand Finance Brasil 100 2022. 

Divulgado anualmente pela consultoria Brand Finance, o levantamento avalia a força e o valor de mais de cinco mil empresas globais. A brasileira foi considerada ainda a sétima mais valiosa do Brasil no ranking geral.

Vale lembrar que o cupom de desconto Natura foi um atrativo a mais nas vendas on-line da empresa, integrando o rol de ações para movimentar esse comércio. 

Vendas de pequenas empresas também cresceram 

O Índice Omie de Desempenho Econômico das Pequenas e Médias Empresas (IODE-PMEs) indicou um resultado positivo na movimentação financeira real das PMEs ao longo da Black Friday de 2022. Itens de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal ficaram em quarto lugar na lista dos segmentos que obtiveram melhor desempenho. 

No acumulado de novembro até a data exata do evento (dia 25 do mesmo mês), o crescimento das vendas do comércio varejista foi de 7% em comparação ao mês anterior. A partir da análise, foram verificadas as movimentações financeiras de 65 segmentos do varejo. 

Para o cálculo, considerou-se a média diária do acumulado do mês até a data da Black Friday — período com maior concentração de vendas referentes à época promocional.

De acordo como IODE-PMEs, os segmentos que tiveram melhor desempenho em novembro (quando comparado a outubro) foram brinquedos e artigos recreativos (+81,9%), artigos médicos e ortopédicos (+40,3%), tapeçaria, cortinas e persianas (+34%), comércios de calçados (+20%) e cosméticos, perfumaria e higiene pessoal (+9,4%). 

Em comparação a novembro de 2021, as PMEs do varejo registraram um avanço de 4% em termos de movimentação financeira média por dia em 2022. Com isso, o IODE-PMEs atesta o benefício sazonal do período promocional e demonstra que os efeitos da data em relação ao varejo foram maiores do que os verificados em 2021.