Artes Visuais

Última edição do ano da Fábrica de Graffiti retrata o empoderamento feminino

Grafiteiros de várias partes do Brasil pintam muro da principal quadra esportiva de Vespasiano (MG)

Foto: Divulgação
Mulheres retratam a temática amamentação em sua arte

A Fábrica de Graffiti inicia mais uma edição, a última do ano, com um time de grafiteiros de várias partes do Brasil pintando o muro da principal quadra esportiva de Vespasiano, cidade localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que tem aproximadamente 800 m². O projeto será realizado até 17 de dezembro.

Com o patrocínio da Belgo Bekaert Arames e Fundação ArcelorMittal, o grupo de artistas da Fábrica de Graffiti é formada por Fênix e Mariana Marinato, de Belo Horizonte (MG), Felipe Talu, de Macaé (RJ), Mimura Rodriguez, de Guarulhos (SP), Martokos, de São José da Lapa (MG), Nativa, de Salvador (BA), Pedro Stryper, de Governador Valadares (MG), Thiago Moska, de Ipatinga (MG) e Saulo Metria, de Barra do Una (SP).

“Montamos um time incrível para esta edição. O graffiti passará a fazer parte da principal quadra esportiva da cidade, que é um local público e um importante ponto de lazer da comunidade de Vespasiano. Revitalizar essa área significa não só democratizar o acesso à arte em mais um distrito industrial, mas reafirmar a relevância do esporte na vida das pessoas”, comenta a produtora executiva da Fábrica de Graffiti, Paula Mesquita Lage. 

As artistas desta edição vão retratar o empoderamento feminino, uma delas, vai explorar a temática da amamentação em sua arte. “Eu passei praticamente todo meu puerpério reclusa durante a pandemia, minha filha Yara está agora com 2 anos. Eu sinto que foi especialmente difícil esse momento pra mim por conta da pandemia, mas percebo em todas minhas amigas mães que existe uma força patriarcal que nos isola. Busco no meu trabalho trazer a tona e dar voz ao que eu atravesso e ao que me atravessa. A mim e a tantas outras mulheres. A maternidade tem me feito crescer muito e comigo cresce meu trabalho e meu o propósito que carrego com minha arte”, destaca Mimura Rodriguez. 

“Nesse projeto específico eu quis trazer a amamentação como foco. Eu ainda amamento em livre demanda e entendo essa minha escolha e oportunidade, já que nunca tive nenhuma questão negativa sobre, como uma das coisas que não são valorizadas socialmente. Acho que falar sobre isso é importante”, salienta a artista.

Desde 2019, a Fábrica de Graffiti viaja pelo interior do Brasil levando arte para comunidades de distritos industriais que têm menor acesso à fruição e formação artística por meio de Leis de Incentivo municipais e estaduais. Já foram realizados projetos em Barra Mansa (RJ), Sabará, Contagem, João Monlevade e Bela Vista de Minas (MG), Rio Claro (SP), Feira de Santana (BA) e Tramandaí (RS). Até hoje, a Fábrica de Graffiti captou mais de R$ 3 milhões e pintou mais de 32.300 m², ou seja, transformou mais de 32,3 Km de painéis e empenas em obras de arte, deixando um legado para as comunidades locais. 

"Estamos muito felizes em poder contribuir para esse projeto aqui na praça. Além de deixar o local mais bonito para as pessoas que frequentam, valorizamos o trabalho dos grafiteiros, que têm o poder de humanizar o ambientes com a sua arte. Essa ação está totalmente alinhada com o nosso propósito, que é de criar uma vida melhor para todas as pessoas", salienta Ismael Diego, Gerente de Gente, Cultura e Engajamento da unidade da Belgo em Vespasiano.

Artistas da Fábrica de Graffiti

Fênix (Belo Horizonte, MG)

Cores vibrantes e formas orgânicas tomam conta do processo criativo da artista, grafiteira e ilustradora autodidata. Atuante na arte urbana de Minas Gerais há seis anos, Fênix busca resgatar a ancestralidade por meio da valorização das raízes culturais, com foco na exaltação da força e belezas afros e indígenas, além da arte egípcia, xilo nordestina e a filosofia oriental. Instagram: @fenixartivista

Mariana Marinato (Belo Horizonte, MG)

Nascida na capital belo-horizontina, respira arte. Estudante de artes plásticas, também trabalha com pintura em tela, desenho, ilustração, tatuagem e graffiti, sendo esta sua grande paixão. Foi na pintura das ruas que Mariana despertou um olhar curioso sobre os suportes deteriorados da cidade e se sentiu realmente à vontade para expressar seu trabalho lúdico e afetuoso, capaz de despertar a poesia às pessoas que passam pelas ruas. Instagram: @marianamarinatos

Felipe Talu (Macaé, RJ)

Ingressou na sua caminhada no graffiti no começo dos anos 2000, como uns dos pioneiros da prática do graffiti no interior do estado do Rio de Janeiro, influenciado pelas escritas urbanas que aconteciam nesse período em sua cidade, como tags e bomb, tipografias originárias do graffiti. Talu acredita que o graffiti é um caminho de socialização do ser humano e de diálogo entre ele e a rua. Talu faz parte de coletivos de escritores de graffiti, como Academia Brasileira de Letras, Sempre na Evolução, Coletivo Só Letras e DREAM TEAM INT, e participou de festivais e exposições no Brasil e no exterior: EUA, Peru, Venezuela, Itália, Holanda e Alemanha. Instagram: @felipetalu

Mimura Rodriguez (Guarulhos, SP)

Sua pesquisa artística é sobre ancestralidade, candomblé e maternidade. Olhos atentos e mãos nervosas. Vê o corpo tal como agulhas, tesouras e tintas, ferramentas para transformar e mudar as coisas de lugar. Sempre atenta aos passos das mais velhas e ligada na visão das que acabaram de chegar. Utiliza como principais suportes para suas criações a tapeçaria, a xilogravura e a rua. Saberes ancestrais onde encontra caminhos entre fios, madeiras e tintas. Instagram: @mimurarodriguez

Martokos, São José da Lapa (MG)

Há mais de 20 anos pintando nas ruas, o artista Martokos segue uma linha menos tradicional dentro do universo do graffiti. Seu trabalho é extremamente peculiar e se inspira nas mais variadas formas. Arredondadas, orgânicas e tridimensionais, suas peças estão sempre entrelaçadas como uma espécie de organismo vivo, que segue se multiplicando e evoluindo em constante mutação, alterando cores, traços e formatos ao passar dos tempos.

Nativa, de Salvador (BA)

Lina María Herrera é uma artista urbana NATIVA de Cali, Colômbia. Com uma trajetória de quatro anos como designer gráfica do Instituto Departamental de Belas Artes da cidade de Cali, NATIVA se considera uma artista urbana. A conexão que sempre sentiu com a Bahia, a fez, há alguns anos, mudar para terras soteropolitanas. Ela considera essa escolha como um reconhecimento de suas raízes latino-americanas e colombianas, compartilhando as raízes afro e indígenas e fortalecendo sua ligação com essas terras, onde hoje aprende com o movimento e a simplicidade da vida em frente ao mar. 

Através do design gráfico, a artista busca reinterpretar e valorizar aspectos culturais, seja em colaborações com bandas ou eventos culturais. 

Pedro Stryper (Governador Valadares, MG)

Pedro Henrique, mais conhecido como Pedro Stryper, atua na cena artística há mais de 10 anos. A paixão pelos tons marcantes do preto e cinza vem do cinema, principalmente de filmes em preto e branco, onde essa combinação de cores é fundamental para a expressão dos personagens. A paleta de cor dos seus trabalhos é essencial para a conexão das pessoas com sua arte. O realismo e a tatuagem também são influências fortes do seu trabalho. Instagram: @stryperpedro

Thiago Moska (Ipatinga, MG)

Seu nome é Thiago, mas é conhecido como Moska por onde passa. Residente de Ipatinga, permeia seus trabalhos entre os estilos pop arte e realismo. Com experiência em graffiti há mais de 15 anos, e vivendo exclusivamente da sua arte há 10 anos, teve o seu primeiro contato com o meio ainda na escola. Instagram: @thiagomoska301

Saulo Metria (Barra do Una, SP)

Sua linguagem artística tem como eixo central um plano abstrato das mandalas e geometrias, que simbolizam, para o artista, o código primário de criação da natureza, combinada com elementos da fauna e flora brasileiras, gerando assim uma hipnose visual. O choque entre realismo e abstração, curvas e retas, configura sua assinatura: uma eterna busca pela geometrização do caos e da ordem na mesma medida. Instagram: @saulometria

Sobre a Fábrica de Graffiti - Humanizar distritos industriais por meio da arte urbana e democratizar o acesso à arte são os propósitos que movem a POMME, produtora cultural da Fábrica de Graffiti. Realizando projetos de graffiti através de Leis de Incentivo à Cultura e para clientes particulares, é responsável pela pintura dos maiores murais de graffiti do interior de Minas Gerais, Bahia e da América Latina, no estado do Rio de Janeiro. Todos os projetos desenvolvidos levam em consideração os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), praticando igualdade de gênero, sustentabilidade e promovendo geração de renda para artistas locais. Saiba mais em www.fabricadegraffiti.com.br.

Sobre a ArcelorMittal - Líder mundial na produção de aço e um dos maiores em mineração, o Grupo ArcelorMittal possui clientes em 160 países e conta com mais de 190 mil empregados. Em seus 11 centros de pesquisa, cerca de 1.300 pesquisadores desenvolvem produtos e processos mais eficientes voltados a gerar valor para os clientes e assegurar o crescimento futuro. A ArcelorMittal Brasil opera na produção de aços no país, com capacidade instalada superior a 12,5 milhões de toneladas/ano. Com plantas industriais em seis estados, emprega cerca de 16 mil pessoas. Saiba mais em www.brasil.arcelormittal.com.