Moda

Marca baiana Meninos Rei desfila na SPFW

Grife é nascida e criada no Subúrbio Ferroviário de Salvador

Foto: Divulgação
Meninos Rei

A cultura que vibra na periferia, extrapolando guetos e vielas, oferecendo cor, movimento, ritmo e sabor a um Brasil mestiço, diverso e plural, é a principal inspiração da nova coleção da Meninos Rei - marca baiana assinada pelos irmão Junior e Céu Rocha, que desfilou no dia 16 de novembro, na 54ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW)

A Meninos Rei levou às passarelas do Festival SPFW+IN.PACTOS, 25 modelos plurais, colocando em evidência a mistura histórica e identitária que faz da Bahia um dos mais importantes berços culturais do país.

Com a coleção ‘Onde nasce a arte’, Céu e Júnior Rocha desbravam as suas raízes como ferramenta de transformação social e empoderamento, valorizando culturas locais subjugadas, a exemplo das pinturas, adereços, movimentos, comportamentos e ritmos baianos, como o pagode e o arrocha.

É nessa periferia, território fértil e multicultural, em que arte e movimentos promovem um novo despertar e redirecionam jovens e crianças a destinos antes injustos, traçados por uma sociedade desigual. Nosso desfile enaltece os ritmos, a literatura, a dança, a arte e tudo que nasce no nosso lugar.

Nascidos e criados no Subúrbio Ferroviário de Salvador – região periférica da cidade, os Meninos Rei enaltecem com orgulho as suas histórias e tradições, valorizando suas estéticas e fortalecendo a cadeia produtiva das favelas onde moram. 

“Nessa periferia, território fértil e multicultural existe arte e movimentos que promovem um novo despertar e redirecionam jovens e crianças a destinos injustos traçados por uma sociedade desigual. Nosso desfile enaltece os ritmos, a literatura, a dança, a arte e tudo que nasce no nosso lugar. É desse lugar que nasce talentos desacreditados pela sociedade. Na música, na dança, na literatura, nas artes de modo geral.”, explica Céu Rocha.

Jojo Todynho e Fabrício Boliveira desfilaram modelos inéditos da marca, confeccionados a partir de tecidos africanos que receberam a interferência de outros tecidos, trazendo assim uma novidade para esse desfile.

Além da estampa autoral que carrega todas as cores e a atmosfera da história a ser contada, a nova estampa exclusiva foi desenvolvida e executada pela designer nordestina Patrícia Moraes.

Levamos para a passarela a ancestralidade em conversa com as nossas origens. Falaremos das ruas, guetos e favelas. Mostraremos a beleza da vizinhança e os aprendizados diários que a favela nos traz. Somos força, potência e resistência. Ocuparemos espaços e mostraremos ao mundo que a periferia emergiu para além de qualquer muro social”, revela Junior Rocha.