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Paolla Oliveira diz sentir uma 'liberdade danada' aos 40 anos

Ela relata que teve vários episódios de depressão

Foto: Instagram | Reprodução
Paolla Oliveira
Paolla Oliveira

Paolla Oliveira tem dois grandes papéis pela frente. Esteve dez anos afastada da Sapucaí, retornou em 2020 e agora volta a desfilar como madrinha de bateria da Grande Rio – num carnaval fora de época, depois da pandemia – com apoio do namorado Diogo Nogueira. Também grava cenas de ação da personagem Pati – uma dublê – na novela das 7h da Rede Globo, Cara e Coragem, que estreia em maio.

Com o passar do tempo, ela aprendeu a não ceder a pressões dos holofotes, mas relata que teve vários episódios de depressão. Aos 40 anos, completados na quinta-feira, diz estar mais segura: “Estou sentindo uma sensação de liberdade danada”. Confira a entrevista dada por telefone à repórter Paula Bonelli.

Qual será a sua fantasia na Grande Rio, este ano?
Essa informação é sigilosa, a escola vem representando Exu e eu vou simbolizar o feminino dessa energia – seria uma pomba gira. A fantasia tem um nome lindo, “Do fogo à gargalhada”. Os ensaios na quadra em Duque de Caxias foram maravilhosos. Sou paulista sim, diferente de outras meninas que nasceram na comunidade, e eu não tenho essa naturalidade. Estar lá pra mim é mais do que especial. Sou eu, Paolla, depois da minha independência, que foi para o Rio para ser abraçada por uma comunidade.

Teve uma infância rígida?
Sim, muito rígida, cheia de “isso não é para você”, de podas. E me transformei no oposto disso. Só acredito no diálogo. Tenho muitas crianças à minha volta e, para ter igualdade, a gente precisa falar sobre gênero, deixar as pessoas se expressarem como elas quiserem.

Já houve situações em que você rebateu comentários de haters no Twitter. Essa Paolla que exibe o corpo, o namorado, e defende terras indígenas incomoda?

Tem algumas coisas que até me dou ao luxo de responder porque são tão cretinas que merecem respostas. Às vezes, coloco alguma informação sobre agrotóxico, política, abro alguns precedentes porque uma resposta minha pode fazer alguém repensar. Mas quando ponho foto com o Diogo ou minha de biquíni, faço muito consciente. O que as pessoas pensam não me importa tanto.

Aos 40 anos, você se cobra mais cuidado com o corpo? Ou menos?
Ah, menos. Estou sentindo uma sensação de liberdade danada, fazendo 40 anos. Eu me cobro igual a antes. Vou malhar, quero estar bonita no carnaval. A preparação para a avenida é a que tenho para viver. Decidi fazer uma dietinha duas semanas antes. É isso.

Há diferença entre entrar num personagem para a novela e entrar na Sapucaí?
Na Sapucaí é a Paolla exposta a várias pessoas, é a sensação do teatro, a emoção do momento, tudo que pode acontecer ali.

Como está sendo viver uma dublê em Cara e Coragem?
Foi um início de gravação bem intenso, o mais legal é aprender uma profissão em que você não é vista. E eles arriscam a vida. Há histórias bem trágicas de dublê que já se machucou, mesmo com toda a técnica. Eles se colocam à disposição para que a gente fique bem. Já adorava e fiquei mais encantada com essa profissão.

Tem a dublê da dublê?
Sim, é uma novela de ação como nunca vi. A Natalia Grimberg, nossa diretora, está focada para que os atores, a equipe de dublês e a de efeitos especiais consigam executar os movimentos, as corridas, os saltos, para que haja o mínimo possível de adaptações e de dublês.

Ao longo da sua carreira já teve depressão?
Sim, no começo, no meio, já tive muitos episódios de depressão, tristeza, de dizer que estava fazendo tudo errado, que eu precisava me reinventar, me enquadrar. Quem nunca, não? A gente sofre para aprender que não precisa cair em pressão nenhuma. Tem hora em que a gente respira e consegue essa libertação. Sou uma pessoa extremamente vulnerável e tem que ser assim na vida senão endurece. Mas boba, não dá. As pessoas que criticam e fazem pressão na internet querem essa pessoa, a fraca.