Segurança

Mostrar o cartão de vacina nas redes sociais facilita os golpes

Saiba como golpistas e criminosos digitais utilizam dados pessoais contidos no documento

Os dados do cartão ajudam os golpistas

Com o crescimento do número de imunizados, imagens de cartões de vacina, proliferam na internet. É aí que mora o perigo! Ao postar seu cartão de vacina nas redes sociais, o cidadão pode estar abrindo portas para criminosos que usam o ciberespaço para procurar as suas vítimas.

Para eles, dados pessoais como nome, data e local do evento, tipo de vacina e outras informações pessoais são o suficiente para a criação de golpes que se utilizam da chamada “Engenharia Social” para induzir pessoas ao erro de informar senhas de acesso, códigos de autenticação e, até mesmo, efetuar transferências financeiras para estranhos.

Como funciona

Especializados em vasculhar a rede em busca de vítimas, hackers maliciosos reúnem dados colhidos em perfis de internet - páginas e redes sociais – compondo um dossiê da pessoa escolhida. Segundo o diretor de Inteligência Cibernética da Cipher, empresa de cibersegurança do Grupo Prosegur, Fernando Amatte, enésimas ações criminosas podem ser realizadas com o acesso a dados básicos do cidadão.

Ele revela que as estratégias são ousadas e sofisticadas, usando elementos psicológicos que exploram a vulnerabilidade humana. Alguns crimes ocorrem somente no ambiente virtual, outros podem começar na web e terminar na casa ou local de trabalho de alguém que, incautamente, expôs seus dados. Um golpe recente foi criado para ajudar criminosos a sequestrarem acesso ao WhatsApp.

Parte do golpe partia do contato de um suposto funcionário da saúde pública, que, de posse do nome e outros dados do cidadão, pediam um número de validação que seria enviado via SMS. No entanto, ao divulgar o código, a pessoa, sem querer, fornecia seu fator de dupla autenticação do WhatsApp, que era imediatamente bloqueado no dispositivo do real titular da conta, bastando ao bandido acessar a lista de contatos e pedir dinheiro em nome da vítima.

Amatte alerta que podem acontecer coisas ainda piores. Por exemplo, há relatos de que bandidos, se fazendo passar por funcionários da Anvisa, levaram o cidadão a abrir suas portas para assaltos presenciais, ao convencerem a vítima a fornecer o endereço com o argumento da necessidade de uma visita domiciliar.

O diretor da Cipher aconselha a não postar fotos que possam expor qualquer tipo de dado possível de ser usado de forma maliciosa pelos cibercriminosos. “As pessoas muitas vezes são motivadas pelo impulso, mas é realmente necessário publicar o cartão da vacina na rede?”, questiona.