Ciência

Nasa completa teste de foguete que pode levar humanos de volta à Lua

Último astronauta a caminhar na Lua foi Eugene Cernan, em 1972

Foto: NASA/Robert Markowitz
O foguete na plataforma de testes da Nasa

A Nasa finalizou nesta quinta-feira (18) um teste de oito minutos dos motores de um foguete construído pela Boeing para as missões Artemis, que têm o objetivo de levar de volta astronautas à Lua até 2024, mais de meio século depois da última caminhada lunar.

A Nasa conduziu teste de fogo e calor do núcleo do foguete Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) para simular um lançamento e disparar os motores enquanto o veículo estava ancorado em uma torre no Centro Espacial Stennis, no Estado norte-americano do Mississippi. 

Os quatro motores RS-25 rugiram e se acenderam pelo tempo de duração do teste e preencheram os arredores e o céu com nuvens de fumaça branca. Depois que os motores foram desligados, foi possível escutar os funcionários da Nasa aplaudindo na transmissão ao vivo em vídeo. 

Um teste anterior em janeiro foi encerrado após cerca de um minuto - tempo muito inferior aos quatro minutos necessários para que os engenheiros coletassem dados suficientes.

A Nasa almeja levar novamente os astronautas norte-americanos até a Lua até 2024, mas o programa SLS está três anos atrasado e com o orçamento estourado em quase 3 bilhões de dólares. O último astronauta a caminhar na Lua foi Eugene Cernan, em dezembro de 1972. 

O Sistema de Lançamento Espacial deve ir agora ao Centro Espacial Kennedy, na Flórida, para integração com a espaçonave Orion, da Lockheed Martin Corp.

Nanossatélite brasileiro

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lançará, na madrugada deste sábado (20), o nanossatélite brasileiro NanoSatC-Br2. O lançamento - feito em parceria com a agência aeroespacial russa Roscosmos - ocorrerá a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

O equipamento brasileiro será posto em órbita por um foguete Soyuz-2.1A - o mesmo usado nos últimos três lançamentos realizados em Baikonur. 

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o pequeno NanoSatC-Br2 - que pesa apenas 1,7 kg - terá como objetivo estudar o campo magnético da Terra e a influência de partículas de energia sobre o Brasil. O principal foco do NanoSatC-Br2 será o de viabilizar estudos e análises acadêmicas nos campos de engenharia, tecnologia espacial, geofísica e aeronomia (ciência que estuda as camadas superiores da atmosfera).

“Os alunos vão ajudar na operação do nanossatélite. O contato principal é depois deo equipamento lançado. Eles vão obter os dados científicos que estão chegando à Terra. O fato de os alunos terem esse contato na graduação é fantástico porque eles conhecem como funcionam o mercado de satélite e todo o processo que envolve a fabricação e aquisição de equipamentos, lançamento e operação dele no espaço”, afirmou o  professor de engenharia aeroespacial da Universidade Federal de Santa Maria, Eduardo Escobar Bürger.

De acordo com nota publicada pelo Inpe sobre o lançamento do NanoSatC-Br2, o desenvolvimento e o custo do lançamento são considerados baixos em relação a outras missões espaciais, como a que lançou o primeiro satélite 100% desenvolvido por brasileiros, o Amazonia-1, ao espaço.

“O satélite tem quatro objetivos. O científico, o tecnológico, o educacional - que é a participação dos alunos em todas as fases do ciclo de vida [do equipamento] - como também a missão dos radioamadores, que vão enviar sinais para o satélite, que por sua vez repetirá o sinal de volta”, explicou o professor Bürger.

O lançamento do NanoSatC-Br2 ocorrerá às 3h07 deste sábado (20).