Comportamento / Curiosidades

Conheça a 'síndrome do palhaço', desenvolvida na pandemia

Termo resume a sensação de ser o único a respeitar as regras da quarentena, enquanto outros vivem suas vidas normalmente

Foto: Pxhere.com/Creative Commons
Palhaço
É comum desenvolver uma sensação de inadequação, enquanto as pessoas assistem conhecidos transitando normalmente

A pandemia do novo coronavírus acarretou crises que não são apenas políticas ou econômicas. Entre as questões que surgem com a necessidade de isolamento social e normas coletivas de higiene, existe uma sensação de inadequação que está ficando conhecida como a "síndrome do palhaço". 

"O termo vem sendo utilizado por muitas pessoas que compartilham do sentimento de serem os únicos a estarem respeitando as condições necessárias, mesmo que os impactos e consequências daqueles que não respeitam ainda estejam em análise’’, explica a psicóloga Maitê Hammoud.

Ela afirma que neste momento é comum desenvolver uma sensação de inadequação, enquanto as pessoas assistem aos amigos, familiares e pessoas públicas transitando normalmente.

É o caso da universitária Aline Santos, de 24 anos. Ela diz que observar as pessoas ao seu redor levando a vida da mesma forma, enquanto ela segue todas as recomendações e se protege do vírus, a faz refletir sobre continuar.

"Me sinto impotente e desesperada. Obviamente o vírus está circulando e preciso proteger a mim e a meu filho, porém ver todos que convivo não levando a situação a sério me faz refletir sobre o futuro dessa pandemia. É desesperador’’, desabafou a estudante, que tem um filho de um ano e meio.

A psicóloga afirma que esse sentimento tem grande chance de ser algo passageiro mas, para a manutenção da saúde mental, essas pessoas podem procurar a psicoterapia, que vai permitir o fortalecimento emocional necessário para que se mantenha o isolamento social - mesmo quando as pessoas ao redor parecem não se importar. 

"Mesmo que existam conflitos, não há nada mais precioso do que nossas vidas, e devemos manter nossa consciência tranquila, sabendo que estamos fazendo cada um sua parte", ensina a psicóloga.