As performances musicais em forma de live têm cada vez mais feito parte do cotidiano da quarentena. Por meio de transmissões em tempo real, pelas redes sociais - Youtube, Facebook ou Instagram - artistas de todo mundo têm se apresentado para audiências formadas por milhões de pessoas. No domingo de Páscoa, o tenor italiano Andrea Bocelii cantou para uma audiência global de 2,7 milhões de pessoas, diretamente de uma Catedral de Milão vazia. No Brasil, lives de artistas sertanejos como Jorge e Mateus, Marília Mendonça e Michel Teló atraíram milhões de espectadores e alguns dos maiores patrocinadores do país.
O que há por trás do sucesso estrondoso das lives de artistas? "Influenciamos e somos influenciados pelas relações sociais. Essas apresentações aproximam os artistas dos fãs num momento especialmente difícil, de grande isolamento. Ao ver as lives, as pessoas tentam se conectar ao outro, ainda que virtualmente", afirma Karine Karam, professora de pesquisa do consumidor da ESPM Rio.
Há também a questão econômica. As lives foram a maneira encontrada por artistas que normalmente reúnem grandes multidões para continuar a atuar e atrair recursos de patrocinadores. A live da dupla Jorge e Mateus foi vista por 3,1 milhões de pessoas e patrocinada por Ambev e Magalu. Marília Mendonça conquistou uma audiência recorde de 3,2 milhões de fãs e curiosos, com uma apresentação que contou com ações publicitárias de Havaianas, Stone e Riachuelo. "Além disso tudo, sob a perspectiva do marketing, estar junto do público numa hora difícil como esta é uma excelente estratégia. Esses artistas permanecem na memória das pessoas", completa Karine.