
Magó
Movimentos em defesa da vida das mulheres estão organizando manifestação em repúdio ao assassinato da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, a Magó, vítima de feminicídio no final de janeiro.
Estudante, artista, produtora e professora de dança, Maria Glória Poltronieri Borges, a “Magó”, dividia a vida entre capital paulista e Maringá (PR). Dedicada à pesquisa em dança, formou-se em ballet clássico em 2011. A partir daí, iniciou estudos em dança contemporânea, contato e improvisação e métodos de educação somática. Integrou diversas companhias e atuou como produtora e articuladora cultural em projetos e espetáculos. Mas teve seu percurso interrompido de forma violenta e precoce, há dez dias.
Em 26 de janeiro, Magó foi encontrada morta na cachoeira de Mandaguari, em Maringá, após ter sido deixada por sua mãe para um recolhimento de meditação e contato com a natureza. De acordo com o laudo parcial, foi vítima de asfixia, depois de tentar resistir contra o agressor. Mais tarde, o Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a bailarina foi também vítima de violência sexual. Uma força-tarefa das Polícias Civil de Maringá e Mandaguari investiga o caso.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre 2016 e 2018 foram mais de 3,2 mil mortes no país. Além disso, estimativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), indica que, no mesmo período, mais de 3 mil casos de feminicídio não foram notificados.
Os atos que ocorrem dentro e fora do país, de Santa Catarina ao Mato Grosso – e com mobilizações marcadas para acontecer no Chile e na Itália –, busam realçar a imagem e memória da artista, além de serem uma manifestação política e de conscientização.
Em Maringá, familiares amigos e apoiadores tomaram a frente da prefeitura. Houve também manifestações em Curitiba, e em cidades de Santa Catarina e Mato Grosso.

