Sabe daqueles reencontros que são necessários acontecer para nos libertar?
Mas, antes, dê play nesse vídeo e saboreie o texto com a mesma intensidade dessa música da Alicia Keys.
Tanto tempo se passou, para ser mais precisa, sete meses, e um novo contato. Dúvida se deveria aceitar, lá no fundo um medo de que as coisas voltassem a se repetir e de alguma forma ela voltasse a se machucar. Logo agora que uma nova mensagem que convidava para um encontro, ou melhor, um reencontro ela se sentia mais segura, confiante e já tinha perdido o encantamento por ele.
Por que agora? Logo agora? As dúvidas, o medo, pairaram por sua cabeça por quase quatro semanas, até que o terceiro convite veio de um jeito que só ele sabia fazer, ousado, descarado e instigante, e as dúvidas deram lugar ao desejo de um reencontro, mesmo que não acontecesse nada, mas ela precisava saber a sensação de estar em sua companhia mais uma única vez, e aceitou.
Foi ao encontro dele, colocou um repertório musical especial e seguiu cantarolando. Desta vez, sem formalidades, sem estar produzida (estava voltando da academia), sem expectativas, apenas foi.
Chegou, pediu para tomar um banho, foi o tempo que ela teve para pensar no que ia falar, até que decidiu não pensar e deixar o fluxo seguir. Saiu do banheiro sem maquiagem, de cabelo molhado, vestidinho preto, descalça, sentia-se confortável na sua própria pele.
Ele ofereceu uma cerveja, talvez para quebrar o gelo e também controlar a ansiedade do que estava por vir; afinal de contas, as últimas palavras trocadas foram muito frias.
Para a surpresa de ambos, a leveza do momento fez com que se reconhecessem e o papo rolou de maneira tão profunda e gostosa, como velhos amigos que não se viam há tempos, que nem sentiram o passar das horas.
Após algumas cervejas...
Lá pelas tantas, ele avançou ao encontro da sua boca, e a beijou. Beijo que despertou todo o sentimento que ela pensava ter deixado no passado.
O toque, o cheiro, a voz e agora o gosto, a faísca estava acesa. Ele foi passeando faminto pelo seu corpo, devorando-a, alternando entre intensidade e carinho, e nesse instante ela já não era mais capaz de se conter e se entregou à emoção daquele instante.
Brincaram, treparam, fizeram amor com total entrega, desejo, intensidade, olhos nos olhos, boca na boca, suor e tudo mais que tinham direito.
Mataram a saudade de algo que sequer aconteceu. Ela sentiu seu corpo estremecer de prazer, deixando fluir seu gozo e sorriu satisfeita, pensando há quanto tempo esperava por isso.
Levantou-se, bebeu água, tomou um banho, vestiu-se, despediu-se com um beijo na testa e partiu. Se voltarão a se encontrar? Talvez sim, talvez não, isso não a preocupa. Ela está tranquila e em paz, na certeza de que a vida sempre nos põe em situações que precisamos para curar algumas mágoas e encerrarmos os ciclos com mais consciência e menos sofrimento.
Dessa noite ela tem boas lembranças que estão guardadas em seu coração. Um reencontro que para ela ficou marcado por perdão, carinho, prazer e libertação. Sentia-se livre para amar novamente.