O Teatro Gregório de Mattos (TGM), no Centro, recebe o lançamento do “Livro do avesso, o pensamento de Edite”, de Elisa Lucinda, na próxima segunda-feira (1º), às 18h.
Elisa Lucinda escuta vozes interiores. Uma delas recomenda: “edite!”.
Assim, nasce o segundo romance da autora: uma prosa poética, que reúne os pensamentos mais livres e plurais de uma brasileira, adulta, negra, que vive os dilemas e paradoxos da sociedade contemporânea.
No Livro do Avesso, o pensamento de Edite, Elisa Lucinda desnuda, com graça e leveza, o íntimo de sua personagem narradora-protagonista.
Edite é também uma aficionada pelas palavras, toma notas de suas vivências e de seus sonhos.
Seus pensamentos e memórias são repletos de cores e embalados por músicas; contam de amigos e familiares, questionam tradições e costumes religiosos, reclamam de convenções sociais, apontam preconceitos.
Acima de tudo, o livro revela uma intimidade feminina – Edite fala de seus desejos ocultos, por vezes controversos, da mesma forma simples com que aborda seus cuidados rotineiros com o cabelo, a pele, a roupa, a casa.
Em uma coleção de mais de cem pensamentos de sua personagem, Elisa Lucinda encontra o jeito singelo de falar de amor, do sexo, da morte, do medo, da saudade.
Há, no livro, uma crítica à moral coletiva: passagens do cotidiano por vezes induzem a protagonista a reflexões perturbadoras. E Edite ouve também vozes – suas e alheias – que tentam reprimir instintos mais subversivos.
Para o editor da Malê, Vagner Amaro, a obra permite ao leitor “aproximar-se do que há dentro, no outro, ler o avesso, estranhar com liberdade o próprio pensamento e perceber o comum da vida”.