Cinema / Televisão

Mestre Pastinha é tema de documentário da TVE

Capoeirista foi responsável pela organização dos princípios e fundamentos de um dos maiores símbolos da cultura brasileira

Foto: Divulgação

Um dos maiores mestres de capoeira da Bahia, Vicente Ferreira Pastinha, mais conhecido como Mestre Pastinha, completaria em abril 130 anos.

Sua história na arte, até o final da vida, é retratada no longa- metragem ‘Mestre Pastinha, Rei da Capoeira’, que vai ao ar nesta sexta-feira (26/04), às 22h, na TVE Bahia, com horário alternativo no domingo (28/04), às 18h.

Não somente um praticante, mas também um intelectual da capoeira, Mestre Pastinha era dono de uma academia, no Pelourinho, frequentada por muitos outros mestres, turistas e intelectuais da época, como Jorge Amado, Pierre Verger, Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir.

Filósofo da arte, o mestre escreveu um manuscrito em que sistematizava o que pensava sobre a capoeira.

O capoeirista ficou um tempo parado, retornando em 1941, quando foi escolhido pelos mestres que estavam em atividade como patrono da capoeira angola.

Em oposição à popularização da capoeira regional, que estava surgindo na época, Mestre Pastinha resolve fortalecer a tradição da filosofia africana e retoma a capoeira tradicional, praticada nos dias atuais.

A preocupação em manter a arte tradicional fez com que ele se tornasse uma liderança da capoeira angola.

O filme dirigido por Carolina Gangunçu  conta ainda a história de João Grande e João Pequeno, dois alunos do Mestre Pastinha que ficaram famosos. João Pequeno seguiu com a academia, o Centro Esportivo de Capoeira Angola, no Forte de Santo Antônio, que estava desativado e foi, posteriormente, ocupado.

Com sua morte, em 2011, o trabalho teve continuidade com outros mestres de capoeira, entre eles, a mestra Nane, sua neta, e o contra mestre Jurandir, filho de João Grande, que mora atualmente em Nova York.

Com muita luta, os ex-alunos conseguiram, na época, o reconhecimento da ocupação, pelo Governo, e hoje o Forte de Santo Antônio se transformou no Forte da Capoeira.

O longa finaliza com uma passagem pelos últimos dias de vida do capoeirista, que perdeu a academia no Pelourinho e ficou cego, morrendo aos 91 anos, em 13 de novembro de 1981.