Segurança

Polícia identifica o homem que atirou contra 8 pessoas em igreja

Quatro pessoas morreram e as outras foram socorridas

O atirador que entrou na Catedral Metropolitana de Campinas, no interior paulista, e atirou contra oito pessoas que estavam rezando no local por volta das 13 horas desta terça-feira, 11, foi identificado como Euler Fernando Grandolpho.

Segundo o delegado José Henrique Ventura, diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2), Grandolpho, de 49 anos, era de Valinhos, também no interior de São Paulo, e não tinha antecedentes criminais. "A profissão dele, ao que parece, era analista de sistemas", disse em entrevista coletiva na tarde desta terça. "Com a identificação, vamos investigar agora a motivação (do crime)."

Quatro pessoas morreram e as outras foram socorridas. Segundo a polícia, agentes entraram na igreja e dispararam contra o homem. Ele, então, teria caído no chão e se matado em seguida.

Uma mochila de Grandolpho, com documentos, foi encontrada no interior da catedral. A polícia investiga onde e com quem Grandolpho morava. "O vídeo que temos (mostra) ele dentro da igreja, o que prova que estava sozinho", disse Ventura. Segundo o delegado, o atirador nunca havia sido visto na igreja. 

A catedral fica na região central de Campinas, e houve corre-corre na hora do ataque, principalmente na rua 13 de Maio, uma das mais movimentadas do comércio local. Para a polícia, a ação foi premeditada. "Ele não chegou atirando. Ele estava sentado, parado e quando se levantou começou a atirar nas pessoas", disse o delegado Hamilton Caviola Filho, do 1º DP de Campinas, responsável pelo policiamento na região. 

Houve uma missa na catedral às 12h15. Segundo Caviola, as imagens das câmeras de monitoramento da igreja mostram o homem sentando nos fundos e analisando o ambiente. Depois de algum tempo, ele se levanta e passou a disparar contra os fiéis que estavam na catedral com uma pistola calibre .40mm e um revólver calibre .38mm. O atirador, que estava sem documentos, tinha ainda dois carregadores.

As vítimas, diz Caviola, são três homens e uma mulher, cujas identidades não haviam sido divulgadas até as 16 horas desta terça. O delegado informou que haverá um trabalho de perícia técnica dentro da igreja. Depois, os corpos serão liberados ao Instituto Médico Legal (IML) de Campinas, para identificação dos que não tiverem documentos.

Segundo o delegado, dois policiais militares que estavam do lado de fora da igreja ouviram os disparos e correram para a igreja. Um deles acertou um tiro na perna do atirador, que se matou em seguida. A Polícia Civil vai tentar identificar o atirador para descobrir a motivação do crime. 

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu os feridos para hospitais de Campinas. Uma mulher levada ao Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (HC-Unicamp) foi atingida nas pernas e tem quadro estável. Segundo o hospital, ela deverá ter alta ainda nesta terça-feira. Outros dois feridos estão no Hospital Municipal Mário Gatti e um terceiro foi internado no hospital Beneficência Portuguesa de Campinas.

Motivação é desconhecida

O secretário de Segurança em Campinas, Luiz Augusto Baggio, disse que ainda não há indicação sobre a identidade do autor dos disparos. "A polícia está investigando quem é o autor. É um episódio insano. Ele (atirador) entrou dentro da catedral como se estivesse indo à missa", disse Baggio.

Em nota, a Arquidiocese de Campinas informou que a catedral segue fechada e que motivação do crime ainda é desconhecida. "Assim que dispusermos de mais informações, as disponibilizaremos. Contamos com as orações de todos neste momento de profunda dor."

Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que mobilizou o Samu, a Rede Mário Gatti, a Guarda Municipal e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) para atender às vítimas do ataque. No texto, a prefeitura disse que a prioridade no momento é "dar total atenção aos feridos e às famílias das vítimas".

Testemunhas ouviram vários disparos

A gerente de uma loja de alianças que fica perto da catedral ouviu o barulho dos disparos e se assustou. "Ouvimos muitos tiros, mais de 20. Ouvi, mas não estava entendendo. Só fui entender quando as pessoas entraram correndo e gritando dentro da loja", disse Patrícia Silvério, de 40 anos.

"Vi um senhor, todo ensanguentado, correndo, até que uma ambulância o segurou", disse Patrícia. Segundo ela, várias lojas das redondezas fecharam as portas e uma faixa amarela faz o isolamento do local. 

Pedro Rodrigues estava dentro da Catedral e viu quando o atirador entrou na igreja e fez os disparos. "Era hora do almoço e fazia uns 5 minutos que a missa tinha acabado. Ele chegou com a arma em punho e saiu atirando. Sempre pensei que a igreja era um lugar seguro", disse Rodrigues.

'Ninguém pôde fazer nada', diz padre

Em um vídeo divulgado no Facebook na tarde desta terça-feira, o padre Amauri Thomazzi, que celebrou missa pouco antes do ataque, disse que todos estão abalados com o que aconteceu. "Eu rezei a missa do meio-dia e quinze. No final da missa, uma pessoa entrou atirando e fez algumas vítimas, ninguém pôde fazer nada, ajudar de forma nenhuma", disse. 

"Aos amigos que estão pedindo informações, estou mandando essa mensagem para dizer que está tudo bem aqui na catedral. Ainda não temos informações de como vai ser a programação da catedral hoje e amanhã", informou o padre Amauri. No fim do vídeo, o padre pediu oração para as pessoas que foram feridas e para o autor dos disparos.

Atirador na França

Uma pessoa teria sido morta e pelo menos nove ficaram feridas após um atirador abrir fogo contra pessoas em uma feira de Natal na cidade francesa de Estrasburgo, perto da fronteira com a Alemanha, afirmou a polícia local. O Mercado de Natal de Estrasburgo, que começou em 1570, é um dos eventos sazonais mais populares da França. A feira recebe cerca de dois milhões de visitantes por ano, e é considerada uma das mais tradicionais da Europa.

O assassinato ocorreu na Place Kléber, perto do mercado natalino da cidade. O atirador está foragido e a polícia francesa está realizando buscas para tentar encontrá-lo. Testemunhas disseram que o atirador havia disparado "várias vezes" em vários lugares diferentes. O Ministério do Interior francês descreveu-o como um "grave incidente de segurança pública". O centro de Estrasburgo está em bloqueio, e a polícia pediu para que as fiquem em casa e que os restaurantes fechem as portas e não permitam que os clientes saíam.

O Parlamento Europeu está atualmente em Estrasburgo. Os eurodeputados receberam uma mensagem que aconselha as pessoas a "não saírem do local". "Como medida de precaução, tomamos a decisão de fechar o edifício do Parlamento Europeu em Estrasburgo. Pedimos-lhe que se mantenham calmos e seguros nas instalações", lê-se no comunicado. O local fica na região de Neudorf.

A prefeitura local escreveu em sua conta no Twitter que as pessoas devem evitar a área perto da sede da polícia da cidade.