Gosto de Lula pelo que ele, hoje, representa para a irreverência, esculhambação, sacanagem e non sense que sempre caracterizou o brasileiro. Gosto de caras que são caras-de-pau, bicões, entrões, penetras, que fazem do jeitinho brasileiro uma arte – aliás, tema que discutíamos esta semana ao vivo na Rádio Metrópole, eu, Nardele, Cristielle, Lorena, Marcela e Abraão e uma porrada de ouvintes -, não deixando que percamos com as vicissitudes da vida este charme inigualável, este jeito de ser que funde a cuca de quem não é brasileiro e faz com que o Brasil seja um país insondável, profundo e escuro para a primária imaginação dos alienígenas terrestres.
Veja que Lula é o cara que conseguiu fazer com que o STF que sempre foi um órgão da justiça totalmente apagado, entrasse nos holofotes e seus ministros, hoje, são fotografados, têm sélfies pedidas, pedem autógrafos para eles, como se fossem estrelas do quilate de Gisele Bündchen, Naomi Campbell, Neymar ou Tiririca.
Os ministros não pegam mais filas nos restaurantes, nem nas filas do elevador e muito menos ficam esperando para despachar as malas nos aeroportos. Recebem tapinhas nas costas, conselhos e parabéns. Se bem que existem alguns que são mais destratados que o Diabo e mais escorraçados que parente bêbado em festa de casamento.
E Lula sempre surpreende, desde quando não gostou muito das dimensões da cadeia onde está hospedado na Policia Federal. Se superou quando na maior cara dura – acho que estava brincando, mas vá saber – pediu à juíza autorização para colocar um frigobar em sua cela e depois ainda queria receber todos os dias, toda hora, o tempo todo, o pessoal do PT que estava por lá, no Paraná, fazendo uma espécie de peregrinação, para dar apoio moral e levar uma palavra de conforto ou uma palavra de atualização política.
Lula só não quer receber nem parente é nos dias de jogos do Corinthians, que por sinal vai mal das pernas no Campeonato Brasileiro e nem nos dias de jogos do Brasil. E, sente falta de uma cachacinha, uma cervejinha com churrasquinho a beira da piscina, para acompanhar os dribles de Messi, as finalizações de Cristiano Ronaldo e a criatividade de Salah.
Mas, na vida não se pode ter tudo. Mesmo assim veio a novidade esta semana. Um jornalista meio assim, assim, digamos criativo e amigo do homem, teve uma ideia, com base naquilo que a lei faculta para os presidiários: todos têm direito a escrever cartas, a hora que quiser, o tempo que quiser, menos como quiser pois não pode tratar de assuntos de segurança ou contra a lei. Mas a lei não diz nada sobre cartas de amor, de aconselhamento político ou de opinião e Lula topou e vai fazer, comentários através de caras, sobre a Copa do Mundo, para uma emissora de TV.
Lula é único e o PT não existe. Tudo feito para garantir sua presença nas mídias e assim ver se ele consegue sustentar sua candidatura fake e daí, quando o povo perceber de verdade que sua candidatura é um mero expediente, passar os votos para alguém, que não se sabe quem, pois aqueles ou aquelas que poderiam herdar seus votos estão na beirada de uma derrocada nas malhas da lei. O Lava jato vai pegar e tome fichas-sujas
E Lula tão non sense que, se continuar a campanha para presidente e for eleito, vai tomar posse onde? No xadrez, no Planalto, na chácara do amigo oculto? No tríplex não pode mais pois já foi leiloado e tem novo dono. E vai governar de onde? Através de cartinhas enviadas e levadas por seus advogados? Esse Lula é um caso para a história. É um conto. Uma novela sem fim.