Jolivaldo Freitas

Guto Ferreira troca o Bahia pela Davis


Guto Ferreira - Foto: Romildo de Jesus

O treinador do Bahia Guto Ferreira, acaba de trocar o Esporte Clube Bahia pela equipe brasileira da Copa Davis de Tênis. Cansado de ver o seu time jogar mal, ele decidiu trocar o futebol pelo tênis, esporte em que atuando sozinho, contra si mesmo e enfrentando apenas adversário do outro lado da rede, não precisa fazer coletivos, muito menos chamar a atenção de jogador burro, sem pontaria, que não sabe marcar, que não entende estratégia e que principalmente não tem o espírito de luta que sempre caracterizou o Tricolor de Aço - como antigamente era conhecido -, antes da era de pernas de pau, onde a filosofia é dividir a bola é coisa de otário.

Guto Ferreiro observou que melhor só que mal acompanhado e a partir de agora – o que foi registrado por este escriba que vos fala e pelo apresentador Thiago Mastroianni pela TV Bahia, que levou o assunto ar esta semana – vai se dedicar ao tênis, embora sua barriga ainda deseje ser uma bola de basquete, em franco crescimento. Mas, apesar do shape que não é lá muito parecido com o de Federer, ele demonstrou em sua apresentação nas quadras da AAB na última terça-feira que tem jogo de pernas, de “cintura” e controle sobre a pelota amarela, infinitamente menor que uma bola de futebol, coisa que o pessoal do Bahia não sabe como controlar: é só na canela, no joanete e na unha encravada, por isso erra-se tanto.

Ele, claramente ali estava disputando as partidas de tênis, tentando exorcizar os maus espíritos que rondam o Esporte Clube Bahia e acima de tudo desestressar ou sublimar a sua passagem pelo Bahia, onde tudo tem dado errado, apesar da fiel torcida do BMP – Bahia Minha Porra, não desistir do time, como mãe nunca desiste do filho, seja ele drogado, ladrão, político ou desenganado, como neste caso.

Pelo que se viu o técnico do Bahia poderá a qualquer momento deixar o Bahia para se dedicar a ser treinador do time do Brasil na Copa Davis de Tênis - preferiu não tocar no assunto, pois ainda estão sendo feitas avaliações -, muito embora a seleção do Brasil na Copa Davis de Tênis esteja também numa situação pior do que a do Bahia, num limbo quase sem volta, em uma colocação pior que a Segunda Divisão, onde o Bahia dos últimos anos tem sempre um pé, bate na porta, foge pelo telhado e como Deus é Bahia e Nosso Senhor do Bonfim veste o manto azul, vermelho e branco procede seus milagres (contando com a ajuda de Oxalá e de Nossa Senhora da Conceição da Praia, também bahêa desde menina). Guto Ferreira disse que, por sinal, acredita em milagres e por isso mantém a equipe do jeito que está, muito embora a torcida queira mandar o time para a casa de Exu.

Guto Ferreira explicou que sua migração para o tênis foi pensada e repensada, pois enquanto no futebol não tem jeito quando o jogo acaba com resultado ruim, no tênis tem, vez que nos torneios, vários sets ocorrem na mesma partida e dá tempo correr atrás do prejuízo, sem que imprensa e torcida cobrem resultados de imediato, o que somente deixa quem é perna de pau, mais ruim ainda, já que a perna é de pau mole e treme.

Eu apreciei Guto Ferreira jogando tênis no clube e me deu vontade até de fazer um elogio, no que fui conscientizado - “olha lá, rapaz, o que você vai dizer” - por Thiago Mastroianni e pelo assessor do clube que me olharam repreendedores. Por pouco não enceto o seguinte diálogo com o técnico:

- Aí seu Guto! Jogando razoável. Tá apanhando da bola, mas mesmo assim Jogando melhor que o Bahia.

Fiquei quieto no meu canto pois o home é bravo. Não viu que se recusou a apertar a mão do técnico do Sport! Vá lá que viesse me pegar, mesmo com aquela barriga de chopp!