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Lendas urbanas e 5 incêndios marcaram a história do Mercado Modelo

O Mercado Modelo é considerado o maior comércio de artesanato do Brasil e recebe turistas durante todo o ano

Foto: Divulgação
Mercado Modelo

Símbolo da cultura baiana e um dos pontos turísticos mais visitados de Salvador, o Mercado Modelo carrega grandes histórias e até relatos assombrosos. Situado no bairro do Comércio, na Cidade Baixa, o Mercado Modelo é considerado o maior comércio de artesanato do Brasil e recebe turistas durante todo o ano. 

Ele foi inaugurado em 1912 e funcionava como um centro de abastecimento da cidade, recebendo bebidas, fumos, alimentos, tecidos, e cerâmica. Nessa época, o Mercado tinha estrutura metálica com marquises, telhado com três níveis, permitindo boa ventilação e iluminação natural, e cobertura de zinco. 

Sua historia também ficou marcada por cinco incêndios. O pior deles aconteceu em 1969, quando o prédio ficou completamente destruído, a ponto de se inviabilizado sua reconstrução no mesmo local, a partir daí o mercado passou ocupar a casa da alfândega, local onde funciona até hoje.

Saber popular e Mercado como fonte de inspiração 
Muitos dizem ainda que alguns escravos foram trancafiados e mortos nas imediações do Mercado, mas historiadores garantem que é lenda. Mesmo assim, o ar sombrio e misterioso permanece no subsolo do Mercado Modelo, com alto teor de umidade, cujos túneis eram utilizados para o armazenamento de vinhos e outras mercadorias.


Subsolo do Mercado Modelo

E mesmo em meio a tanta história triste, o Mercado transformou-se em referência cultural. Os ingredientes da culinária baiana eram vendidos lá, sempre ao som de rodas de capoeira e diferentes ritmos musicais. 

Com vistas para o Elevador Lacerda e a Baía de Todos-os Santos, o local é também fonte de inspiração para escritores, pintores e outros artistas. Em 1950, o centro comercial estava no auge e era palco de rodas de samba e capoeira, duelos de repentistas e de encontros de artistas baianos como Jorge Amado, Glauber Rocha, Vinícius de Moraes e Calasans Neto e de personalidades internacionais como Jean-Paul Sartre, Simone de Beavouir e Pablo Neruda. 


Mercado Modelo 2018
Quem chega ao Mercado Modelo respira a cultura baiana antes mesmo de entrar no local. É que toda a região onde fica localizado o Mercado é encantadora, imagem de cartão postal por todo lado. E tem ainda os artesãos que trabalham do lado de fora do Mercado Modelo, nas barraquinhas espalhadas pela calçada com diversos artigos e lembranças da Bahia. 

Telas, imãs, arte de modo geral, e até serviços como trança de cabelo são encontrados na parte externa do Mercado Modelo. E não são só os turistas quem se encantam com o mercado – propriamente dito , as baianos estão frequentando cada vez mais o espaço. Ao todo são 263 boxes comerciais com uma infinidade de opções. 

Visitantes de todas as partes do mundo procuram sempre artigos como pimentas, roupas, redes, bordados, farinha, tapioca, geleia de cacau, cocada e camarão defumado. A tradicional boneca Baianinha de Salvador (feita de barro e pintada à mão) e os instrumentos musicais de origem africana também são bastante procurados.

Gastronomia
Existe também diversas opções para quem gosta de apreciar a culinária baiana. Além dos tradicionais restaurantes, o turista pode também aproveitar as delícias que são servidas nas lanchonetes, localizadas no térreo do Mercado, onde os preços são mais atrativos. 
A culinária é bastante diversificada e o visitante encontra desde pratos executivos aos tradicionais pratos baianos, com frutos do mar e muito dendê.


Desde o início de 2016, a gestão do Mercado Modelo está sob a responsabilidade do executivo municipal, por meio da Secretaria de Ordem Pública, que fez intervenções na estrutura, sobretudo na correção de problemas de eletricidade e infiltrações.